Um ótimo exemplo disso é o Complexo Secular e Religioso HIKMA na vila de Dandaji, no Níger, projetado pelo atelier masōmī. Ao invés de simplesmente importar o modelo de mesquita padrão característico do Oriente Médio, o qual faz uso de uma série de materiais dificilmente encontrados no Níger, a equipe do atelier masōmī optou pelo uso de tijolos de barro fabricados no local, uma solução construtiva bastante comum no país e que demanda pouquíssima manutenção.
Neste sentido, ao tratar de projetos de arquitetura de mesquitas, seria melhor nos referirmos ao termo no plural, ou seja, “arquiteturas islâmicas” em contraparte ao limitante caráter do termo no singular. As mesquitas de estilo “sudanês” — construídas majoritariamente em uma região conhecida de Sudão Ocidental. Enquanto a tradicional arquitetura islâmica é caracterizada essencialmente pela presença de enormes cúpulas e interiores altamente ornamentados, o sistema construtivo adotado nas mesquitas sudanesas resulta em estruturas mais compactas de coberturas substancialmente planas e interiores desprovidos de ornamentação.
As mesquitas — contemporâneas e antigas — construídas na África Subsaariana, assumem uma variedade de estilos arquitetônicos, incorporando diferentes materiais e sistemas construtivos. Ao longo de sua vasta história no continente, a arquitetura islâmica africana adotou distintas soluções tecnológicas, sendo influenciada por diversos outros estilos e fazendo uso de uma enorme variedade de materiais e soluções construtivas.
Com o passar dos anos e o desenvolvimento econômico da região, algumas mesquitas passaram a ser construídas com cimento e aço em substituição a materiais locais como a argila e a pedra. Com o crescimento e expansão do islamismo na África Subsaariana, e observando os muitos exemplos atípicos de suas mesquitas, é importante ressaltar o caráter e a história altamente diversa do islamismo na região.
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Editora: Maria Karolina Milhomens