segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022

Acervo de Lucio Costa é doado à Casa da Arquitectura em Portugal

Após receber o acervo completo de Paulo Mendes da Rocha em 2020, a Casa da Arquitectura - Centro Português de Arquitectura, com sede na cidade de Matosinhos, acaba de receber o espólio de Lucio Costa. A doação foi feita pela família do arquiteto e urbanista e abrange cerca de onze mil documentos produzidos entre 1910 e 1998. O arquivo compreende documentos de natureza diversa, como correspondência, artigos de jornais, recortes, revistas, cartazes, fotografias, álbuns de família, postais, mapas, plantas, desenhos e apontamentos nos mais diversos suportes como envelopes, verso de calendários, folhas de rascunho ou cartões de visita. O material é relativo à carreira de Lucio Costa como profissional liberal e como diretor da Divisão de Estudos e Tombamentos do Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), hoje Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

“É uma honra e uma distinção para a Casa da Arquitectura acolher o patrimônio desta figura ímpar do modernismo”, comentou o Presidente da Instituição, José Manuel Dias da Fonseca. Destaca-se no espólio projetos como o Plano Piloto de Brasília, com textos e desenhos pré-concurso e os elementos depois entregues por Lucio Costa, mas também a Casa do Brasil, em Paris, o Jockey Club no Rio de Janeiro, o Museu das Missões, o Pavilhão do Brasil na Feira Mundial de Nova Iorque, entre outros.

 “Esta doação reveste-se de uma enorme responsabilidade e compromisso da Casa da Arquitectura para tratar, arquivar e promover o estudo de tão notável espólio", disse Nuno Sampaio, Diretor-executivo da Casa da Arquitectura. Destacam-se do conjunto documental, cinco cadernos de anotações e esboços, num total de 305 páginas, que documentam as viagens de Lucio a Portugal, em 1948 e 1952. O acervo que encontra novo lar em Portugal é composto e organizado segundo os seguintes temas: referências pessoais, projetos, obra escrita, correspondências, registos fotográficos, publicações, trabalhos acadêmicos sobre o arquiteto e demais atividades (ensino, patrimônio histórico e artístico nacional, congressos e conferências, desenho e pintura).

Para saber mais, Confira!


Via: Archdaily 
Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio



Arquitetura sustentável melhora qualidade de vida residencial em Brasília


Relação Arquitetura Sustentável e Conforto Ambiental? No que tange o conforto ambiental no quesito construção residencial, Thiago explica que antes de construir é preciso que o projeto residencial seja concebido sob técnicas passíveis de aplicabilidade como o uso racional de energias renováveis, ventilação natural e gestão ecológica da água. Já no aspecto reformas, Meireles detalha que se “usa um processo chamado RETROFIT, em que o projeto busca a atualização e melhoria das instalações antigas de uma edificação, tornando-o mais seguro, econômico e confortável para os usuários”.

Além disso, o arquiteto traz algumas dicas para manter o conforto térmico residencial, tais como: encher várias bacias de água e posicioná-las a frente de janelas e portas em locais ventilados e sombreados. Assim, a ventilação natural tratará de evaporar partículas de água que fluirão para dentro da casa, diminuindo a temperatura e aumentando a umidade do ar. Também é possível posicionar grandes rochas ou várias delas e deixá-las molhadas e sombreadas, trazendo o mesmo efeito resfriamento. Com a baixa umidade do ar e ventos quentes, deve-se fechar as janelas enquanto estiver fora de casa. A intenção é que ao final do dia a residência esteja com a temperatura interna mais confortável que a de fora. Outra medida é pintar a moradia com cores claras, principalmente a cobertura da casa, seja laje ou telhado. Quanto mais clara for a cor, menos ela absorverá calor.


Via Jornal de Brasília

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Editora: Naely Ferreira da Cruz

domingo, 27 de fevereiro de 2022

Centro Cultural Chamanga



Chamanga é uma vila de pescadores no estuário do rio Cojimíes, Esmeraldas. Após o terremoto de abril de 2016, que afetou severamente 80% de seus edifícios, a maioria dos habitantes migrou para o interior. O desastre gerou uma situação de transição física e social, ao mesmo tempo em que acentuou as desigualdades históricas que colocaram 100% da população de Chamanga abaixo da linha de pobreza.  


Desde 2009, a organização local Opción Más tem executado programas culturais para crianças e jovens, focados em resgatar e fortalecer sua herança afro-equatoriana e Montubia. Após vários anos de atividade, a casa que usaram para seus programas foi destruída pelo terremoto.  O Centro Cultural Chamanga é o resultado de uma colaboração de longo prazo entre o povo de Chamanga, o meio acadêmico e as organizações da sociedade civil.

A liderança das professoras e professores de Chamanga ao longo do processo gerou oportunidades para o intercâmbio de conhecimentos, integrando a tradição local de construção social recíproca - a minga - com a metodologia acadêmica da oficina 1:1. Isto foi decisivo tanto para a adequação e relevância do edifício, quanto para o fortalecimento do processo social e organizacional do qual a construção faz parte.

A Universidade Estadual de Portland participou do processo de projeto e construção da primeira fase, enquanto a Universidade de Ciências Aplicadas de Munique liderou a segunda fase. Ao longo do processo, Atarraya Taller de Arquitectura e Opción Más, juntamente com outros atores de Chamanga, lideraram a pesquisa, a participação e o processo de implementação no território. 

O PROJETO

Localizado em um lote de 9x15m de divisão, o projeto é organizado em duas barras paralelas ao redor de um átrio central de pé-direito duplo. Durante apresentações e grandes eventos, o átrio se abre para a rua, integrando o edifício com o espaço público.

O Centro está enraizado em seu contexto, usando referências da arquitetura vernacular da região, ao mesmo tempo em que se distingue por sua escala e reinterpretação dos sistemas tradicionais. O piso térreo, em tijolo e concreto armado, responde às preocupações locais de segurança, protegendo os materiais naturais da água e dos xilófagos. O piso superior é sustentado por madeira e bambu guadúa. O revestimento de cana triturada e as celosías de guaduá filtram a luz e permitem a ventilação adequada do espaço.


Via Archdaily
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Editora: Naely Ferreira da Cruz

sábado, 26 de fevereiro de 2022

Arquitetura para crianças - como conceber espaços que estimulam e protegem

Os modos de abordar o tema infantil ao redor da arquitetura são infinitos: desde projetar em outra escala que não a padrão pensada para adultos até campos mais lúdicos como o projeto de brinquedos e artefatos. O olhar arquitetônico para a infância aposta na construção de uma qualidade espacial que, além de representar espaços mais seguros no ponto de vista urbano, também são um investimento para um melhor futuro da sociedade, visto que a arquitetura pode desempenhar papel fundamental no desenvolvimento infantil.

Para além de atividades para os pequenos, como até mesmo escritórios renomados como o Foster + Partners propuseram - o Archdaily apresenta uma série de artigos que ajudam profissionais da arquitetura a pensar o modo como projetam para a infância, passando por exemplos inspiradores que vão desde compreender a autonomia infantil até a concepção de espaços que estimulam e protegem aqueles que mais precisam de cuidado por parte da sociedade. 

Vale apena conferir! 


VIA ARCHDAILY

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Editora: Maria Karolina Milhomens

Escola e Residência de Docentes Fass / Toshiko Mori Architect




Descrição enviada pela equipe de projeto. Localizada em uma área remota do Senegal, a nova Escola e Residência para Docentes Fass é a primeira, num entorno de 110 vilas, a promover a tradicional formação ocidental junto dos ensinamentos do Alcorão, tradicionais textos do islã. A escola atende mais de 300 alunos, com idade dos 5 aos 10 anos e se desenvolveu com a colaboração da Fundação Josef e Anni Albers e também da ONG Le Korsa.



Inspirada na One Room School House, na zona rural dos Estados Unidos, onde Josef Albers um dia lecionou, o projeto da escola acomoda estudantes de diferentes idades e estágios de aprendizado. O projeto determina quatro salas de aula e dois espaços flexíveis organizados envolta do pátio central. A forma oval viabiliza uma circulação fácil entre as salas de aula, permitindo que os professores da escola se movam rapidamente entre os espaços de ensino. A disposição das paredes do perímetro, e as diferenças de pé-direito, criam uma variação de ambientes dentro do mesmo edifício.

A forma do edifício faz referência às técnicas vernaculares, enquanto sua construção se utiliza das técnicas e materiais locais. Elementos metálicos e de bambu estruturam paredes de tijolos de barro, que são pintados de branco para desviar o calor e também são perfurados para permitir ventilação e fluxo de ventos dentro do edifício. Em uma adaptação do tradicional telhado de palha, a cobertura considera o conforto térmico fornecendo um isolamento eficaz contra o calor extremo. A geometria preza pelo efeito chaminé, que permite que o ar quente saia por cima, e o ar fresco se espalhe pelos espaços de estar. Com a inclinação de, no mínimo, 45º, esta forma única também maximiza o escoamento da água da chuva, a qual é levada para um canal que circunda o edifício e deságua em direção ao aquífero existente.



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Via Archdaily

Editora: Naely Ferreira da Cruz

Fotografias: Sofia Verzbolovskis

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Economia de tempo e dinheiro na obra sem perder qualidade

O mundo muda todos os dias. Nós mudamos todos os dias. E o mercado precisa acompanhar essas mudanças. Nas últimas décadas, a tecnologia mudou completamente a forma como vivemos. Seja no âmbito pessoal, seja nos negócios e na indústria. No setor da construção civil não foi diferente. Já existem novas tecnologias construtivas que são capazes de simplificar a execução de algumas etapas da obra. Essas tecnologias diminuem o tempo gasto, aumentam a produtividade, geram um produto final com melhor acabamento e trazem economia. Após muitos anos de recessão, os bons ventos estão a favor do setor da construção civil novamente. Nesta onda de perspectivas positivas, produtividade tornou-se a palavra fundamental! Soluções completas, em variados níveis, surgiram para inovar e contribuir com o trabalho nos canteiros de obras. Economia e praticidade se uniram para atender às necessidades de cada cliente e otimizar o planejamento dos projetos.

Planejamento de Obra

A falta de previsibilidade na construção civil acarreta inúmeros tipos de problemas. Os principais deles estão relacionados a compra de materiais, atraso de pagamentos e qualidade do resultado final. Um bom planejamento de obra é fundamental para o sucesso dos projetos. Isso inclui prever custos, serviços e materiais. Essa é uma das etapas, mais importantes (senão a mais) na hora de construir. Com a exigência de cumprir prazos, reduzir custos e ter lucratividade, a indústria precisa atentar à importância da previsibilidade na construção civil. Planejar a obra traz inúmeras vantagens, entre elas: aumento na produtividade; aumento na lucratividade; redução de custos; cumprimento dos prazos das atividades da obra; e cumprimento dos prazos de pagamentos.

Produtividade e Economia na Construção Civil

O mercado da construção civil carece por mais produtividade nos canteiros de obras. A gestão desta atividade precisa cada vez mais do auxílio da tecnologia. As soluções completas vieram como uma excelente opção para economizar tempo e, portanto, dinheiro. Além disso, trouxeram inúmeras outras vantagens para o setor, como o maior controle da qualidade dos processos e produtos. Em um cenário de demanda aquecida, carência de mão de obra e cronogramas atrasados, a construção civil aposta em soluções industrializadas para queimar etapas e reduzir o tempo de trabalho nos canteiros de obras. No lugar dos materiais e sistemas construtivos tradicionais, entram soluções inovadoras, que tornam a vida muito mais fácil e rápida, sem perder na qualidade. Dessa forma, a construção civil desenvolveu alguns produtos e meios de produção específicos, como componentes pré-moldados padronizados e kits de itens prontos. São exemplos: o steel framing, o contrapiso nivelante, o gesso projetado, drywalls, os kits de tubulações e os kits porta pronta.

Canteiro vira linha de produção

A filosofia é transformar o canteiro de obras em uma linha de montagem. A construção tradicional sofre muito com custos acima do previsto e prazos alongados. As estruturas pré-fabricadas, por exemplo, trazem uma grande previsibilidade de custo e de prazo, já que ambos são fixos. Essas vantagens trazem segurança ao construtor e ao dono da obra. O fato de as peças serem produzidas em uma fábrica e levadas prontas para a obra traz limpeza, organização e zero resíduo para o canteiro de obras. Esse modela também garante mais qualidade final e necessita menos mão de obra. Além disso, as estruturas pré-fabricadas são flexíveis e se adaptam a diversos tipos de empreendimento, sejam eles comerciais, industriais, de infraestrutura e residenciais. Ou seja, a industrialização da construção está crescendo no país e pode ser vista em vários tipos de obras, trazendo vantagens para todas elas. Para saber mais, vale o clique!


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Via: Rohden portas

Editora: Naely

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2022

A madeira resiste bem a terremotos?



As placas tectônicas flutuam sobre o manto, mais precisamente na astenosfera e às vezes se chocam, causando tremores de terra. Um terremoto emite ondas de choque em intervalos curtos e rápidos, como uma carga horizontal extremamente severa. Em regiões onde há atividade sísmica, sistemas de fundações flexíveis, contrapesos e até pêndulos são utilizados em edifícios altos para buscar evitar ou contrabalancear a estrutura enquanto ela balança. Mas além de reforços estruturais, os materiais que integram a edificação exercerão papel fundamental em um evento excepcional como um tremor de terra. 

A madeira como materia,l estrutural funciona particularmente bem no caso dos tremores de terra por ter uma alta ductilidade. Isso quer dizer que é um material que suporta uma grande deformação até o momento de sua fratura. Ou seja, ela se dobra antes de quebrar. 
Em suma, uma edificação com bom comportamento em um terremoto é a que equilibra rigidez e leveza. Diversas pesquisas, com testes reais, têm mostrado que edificações em madeira engenheirada, com conectores metálicos, apresentam um desempenho muito adequado a esses fenômenos naturais. Observa-se que esses edifícios permanecem leves, têm rigidez adequada e seus componentes metálicos contribuem para absorver e dissipar parte da energia do terremoto. Desse modo, a madeira engenheirada, como um sistema altamente resiliente, tem se mostrado um método construtivo sustentável e permite sua reutilização após o fim da vida útil, apresentando segurança em relação ao fogo e, até mesmo em zonas sísmicas.

Para saber mais, Vale o Clique!










Via Archdaily _______________________________ Editora: Geovana Silva

domingo, 20 de fevereiro de 2022

Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai oferece experiência sensorial da biodiversidade brasileira



Projetado pelos escritórios JPG.ARQ, MMBB Arquitetos e Ben-Avid, o Pavilhão do Brasil na Expo 2020 Dubai oferece uma experiência sensorial que coloca os visitantes da exposição universal em contato com nossos biomas e patrimônio cultural. Apoiado sobre pilotis e banhado por um espelho d’água que boa parte dos 4 mil metros quadrados do terreno, o pavilhão brasileiro consiste em uma enorme estrutura tênsil em aço com quatro faces recobertas por uma membrana translúcida leve. Projetores dão vida à biodiversidade do país, mostrando imagens dos nossos patrimônios histórico-culturais, das festas populares, de cidades brasileiras e de fontes de energia renováveis. Ao pisar no pavilhão, o visitante sente-se em um oásis, imerso no ambiente natural do Brasil, caminhando por paisagens diversas. Experimenta a diversidade gastronômica e cultural através do paladar, dos ritmos, sons, texturas e imagens. Através, também, do design, com o mobiliário desenhado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha.


Principal atração do pavilhão, os projetores convertem a membrana translúcida da estrutura de aço em enormes telas, criando uma atmosfera imersiva que apresenta ecossistemas e cidades brasileiras. Em meio ao calor do deserto de Dubai, o espaço oferece sombra durante o dia e se transforma em um cubo flutuante luminoso à noite, uma lanterna atravessada por uma passarela escura feita de concreto preto antiderrapante. O grande espelho d'água é alimentado pelo reaproveitamento da chuva, filtros de retrolavagem e condensamento do sistema de climatização. De acordo com os arquitetos, um dos maiores desafios foi reter o máximo volume de água da chuva usando as instalações de filtro (tanques de equilíbrio subterrâneos), visando sempre reduzir o consumo. ‘’O pavilhão apresenta as águas brasileiras, dos seus rios e seus mangues. Nascedouro de toda a fertilidade da vida, patrimônio natural que dá a base para toda a discussão da sustentabilidade no planeta.’’ — Equipe de projeto.


Além da água de reaproveitamento, as luminárias são todas de LED de baixo consumo. Há, ainda, um sistema BMS (Building Management System) de automação predial para monitoramento e controle do consumo de energia e água. O sistema controla e monitora os equipamentos mecânicos, hidráulicos e elétricos do edifício, como ventilação, iluminação, sistemas de produção de energia térmica, sistemas de prevenção e combate a incêndio e sistemas de segurança, garantindo uma operação inteligente dos sistemas de engenharia do pavilhão. O projeto do Pavilhão do Brasil foi selecionado por meio de um concurso nacional organizado pela Apex-Brasil, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, cujo resultado fora divulgado em 2018.

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Via: Archdaily
Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

sábado, 19 de fevereiro de 2022

As possibilidades das formas para moldar concreto aparente

Peter Zumthor, em uma de suas obras mais emblemáticas, dá ao concreto uma dimensão quase sacra. Trata-se da pequena Capela de Bruder Klaus, em um vilarejo na Alemanha, uma construção ao mesmo tempo robusta e sensível. O cimento branco, misturado a pedras e areia da região, trazem um tom terroso à construção. As 24 camadas desse concreto foram despejadas, dia após dia pela mão de obra local, e comprimidas em uma forma pouco usual. Seu exterior plano e liso contrasta com a outra face, feita de troncos de madeira inclinados, que forma um vazio triangular. Para remover as formas internas, os troncos foram incendiados em um processo controlado, reduzindo os troncos a cinzas e criando um interior carbonizado, variando entre o preto e o cinza, com a textura dos negativos dos troncos que outrora continha o concreto líquido. O resultado é uma obra prima da arquitetura, um espaço de reflexão e transformação, em que o mesmo material aparece de maneiras diametralmente opostas.

Zumthor é um gênio no uso do concreto, mas o fascínio dos arquitetos com o concreto aparente não é novo e parece que não acabará tão cedo. O material é uma mistura fluida de cimento, areia, brita e água, podendo receber outros componentes secundários, que aceita e assume a forma do volume onde foi despejado. Ao ser desformado, evidencia, como uma impressão, a superfície de onde estava contido. Ao especificar uma superfície em concreto aparente, talvez o que mais interfira no resultado final seja a forma utilizada. Há um mundo de possibilidades entre as tábuas de madeira e formas metálicas modulares, que proporcionarão superfícies desde rústicas a muito suaves. Em tese, qualquer superfície impermeável pode ser uma forma. Uma porta, um pedaço de telha e até tecidos resistentes e moldes leves podem servir. Importante levar em conta, além da estética desejada, questões de sustentabilidade e, principalmente, de custos das formas para indicar o ideal para cada situação.

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Via: Archdaily
ditora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2022

Parques Nacionais: uma jornada arquitetônica

O mundo abriga milhares de parques nacionais, os quais podem ser definidos como espaços alocados para a conservação, hospedando terras geralmente deixadas em seu estado natural para as pessoas visitarem. O próprio termo “parque nacional” difere em todo o mundo. No Reino Unido, por exemplo, a frase simplesmente descreve uma área relativamente pouco desenvolvida que atrai turistas. Nos Estados Unidos, essa terminologia é muito mais rígida, descrevendo 63 áreas protegidas operadas pelo serviço de Parques Nacionais dos Estados Unidos.


Dentro desses parques ao redor do mundo, a arquitetura existe, na maioria das vezes, na forma de alojamentos em projetos que buscaram harmonizar-se com seu ambiente imediato. A presença de um “estilo arquitetônico” do Parque Nacional é indiscutivelmente mais clara nos Estados Unidos, que viram o desenvolvimento do estilo “Serviço Rústico de Parque Nacional” no início do século 20, um estilo que valorizava a não intrusão em relação a marcos arquitetônicos monumentais.

Trabalhando lado a lado com o campo da arquitetura paisagística, o estilo 'rústico' foi oficializado com a publicação de uma diretriz arquitetônica para parques em 1918, que enfatizava o fato de que “uma atenção particular deve ser dedicada” à harmonização de novas estruturas com a paisagem. Mesmo que a arquitetura eclética do Arts and Crafts tenha caído de moda após a Primeira Guerra Mundial, o arquiteto Herbert Maier reviveu e incorporou os motivos desse estilo arquitetônico cerca de vinte anos depois, com grande efeito nos parques como o Parque Nacional de Yosemite, o Parque Nacional do Grand Canyon e em Yellowstone. Apesar da arquitetura das estruturas individuais alojadas nos Parques Nacionais, o arquiteto paisagista Thomas Chalmers Vint pode ser creditado como uma figura chave no planejamento de sucesso dos Parques Nacionais nos Estados Unidos. Reunindo uma equipe de arquitetos paisagistas sob sua orientação, Vint supervisionou a atribuição de distritos a arquitetos paisagistas específicos, todos eles submetidos a um extenso treinamento em projeto não invasivo. O masterplan realizado por Vint e sua equipe, portanto, criou uma coerência perfeita entre as estruturas autônomas projetadas por arquitetos como Maier e a paisagem circundante que as estruturas habitavam.

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Via: Archdaily

Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Como as smart cities podem agravar a desigualdade

As metrópoles urbanas de nosso planeta são o lar de uma abundância de histórias. Elas são o lar de histórias de riqueza, de inovação e de maravilhas arquitetônicas, assim como de histórias de desigualdade, iniquidade e segregação urbana lugares onde a renda determina a qualidade do ambiente espacial ao seu redor. Dentro destas histórias se desenvolveu uma crescente defesa para tornar as cidades "mais inteligentes", para usar dados e tecnologia digital para construir ambientes urbanos mais eficientes e convenientes. O problema é que em muitos contextos, o impulso para tornar cidades mais inteligentes, pode aumentar a desigualdade já existente de um local, se as questões urbanas estruturais não forem abordadas.

A definição do que constitui exatamente uma cidade inteligente é variada, mas, em geral, elas podem ser definidas como cidades, que visam utilizar tecnologia de coleta de dados e infraestrutura modernizada, para proporcionar ambientes urbanos mais eficientes e convenientes para os habitantes de uma cidade. Um exemplo seria a iniciativa de Yokohama de reduzir o congestionamento e a poluição veicular, implementando um serviço de compartilhamento de carros elétricos, aumentando o número de motoristas destes veículos na cidade japonesa. A smart city é sinônimo de uma cidade mais digital, onde a tecnologia digital é implantada para controlar o consumo, e reduzir as emissões de carbono. Esta digitalização por mais que seja retratada como benéfica à vida dos residentes, tornando os serviços prestados pelo governo mais acessíveis, na verdade, bloqueia os habitantes de uma cidade que não têm acesso a dispositivos como smartphones e computadores para acessar determinados serviços.

A capital de Ruanda, Kigali, deu grandes passos na redução da poluição em suas áreas urbanas, com a recente elaboração do projeto para uma "Cidade Visão", criando um bairro com tecnologia Wi-Fi gratuita na praça da cidade e lâmpadas movidas a energia solar. O projeto, no entanto, sofre de um problema familiar da cidade inteligente, ao não contextualizar as realidades socioeconômicas, pois os habitantes foram removidos à força para dar lugar ao projeto. Além disso, as casas vendidas na "Cidade Visão" chegaram ao alto preço de 160.000 dólares, fora do alcance dos cidadãos comuns.

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Via: Archdaily

Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio


quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

A arquitetura temporária das bienais, festivais e exposições mundiais

Evento como bienais, festivais urbanos e exposições mundiais têm operado historicamente como um estimulante território de pesquisa e experimentação em arquitetura, cenários que viram nascer algumas das mais provocativas, controversas mas também inspiradoras obras de arquitetura e engenharia. A verdadeira importância das Exposições Mundiais, em particular, reside no fato de que oferecem aos arquitetos um contexto para que estes possam explorar novas ideias e tipologias em uma outra escala que diversamente, não seria possível. Nesta conjuntura, grandes feiras e exposições têm se estabelecido como uma espécie de plataforma para o intercâmbio de ideias e conhecimento. Desta forma, a arquitetura efêmera tornou-se um espaço de fala para que arquitetos e urbanistas possam dar voz a novas ideias para o futuro do ambiente construído de nossas cidades.

Atualmente, existem mais de 35 bienais e trienais de arquitetura acontecendo continuamente ao redor do mundo, além de outros tantos festivais ou exposições que assumem uma enorme variedade de formatos e focos, assim como a Exposição Mundial, que continua a ser realizada de cinco em cinco anos em diferentes localidades do planeta. Ainda assim, a relevância das bienais continua a ser recorrentemente questionada, principalmente em relação à sustentabilidade. Contando com investimentos econômicos estratosféricos, enormes quantidades de recursos e materiais despendidos assim como altos níveis de desperdício, estes eventos são recorrentemente vistos como a expressão de um modelo econômico de crescimento sem fim, o qual, parece estar chegando finalmente a seu ponto de inflexão. A pandemia talvez tenha exacerbado ainda mais os dilemas que cercam estes eventos de escala global, com boa parte da mídia especializada considerando este esforço um tanto supérfluo, dada a seriedade dos demais desafios que estamos enfrentando hoje. Neste sentido, alguns festivais estão procurando mudar de foco, apontando para formatos mais sustentáveis, e muitos arquitetos estão seguindo o exemplo apresentando propostas que permitem a desmontagem e reutilização de estruturas temporárias, como é o caso do Pavilhão do Japão para a Bienal de Veneza deste ano, assim como algumas das intervenções propostas para a Bienal de Arquitetura de Chicago e outras apresentadas na última edição do Festival Concêntrico.

Não podemos deixar de ressaltar o fato de que eventos como bienais e exposições mundiais têm marcado a trajetória do desenvolvimento da arquitetura e do espaço construído, servindo como incubadoras de ideias que fundamentalmente têm alavancado o progresso do campo de pesquisa em arquitetura e urbanismo. Visto que, em muitos casos, as propostas curatorias e construídas são escolhidas através de concursos e convocatórias supostamente abertas, esses eventos oferecem uma grande oportunidade para que jovens arquitetos e escritórios emergentes possam realizar as suas ideias e assumir um maior protagonismo em um meio já consagrado. Além disso, a sucessão continua de diferentes nomes—com distintas experiências—na curadoria das principais bienais do mundo, têm se mostrado uma ótima ferramenta para ampliar a nossa perspectiva sobre o significado da arquitetura no tempo presente.

Para saber mais, Confira!

Via: Archdaily Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio