terça-feira, 30 de novembro de 2021

Salas de estar ainda são relevantes? Confira 16 Projetos contemporâneos

Hoje, a arquitetura se tornou — ou está se tornando — mais flexível e individualista, para acomodar os diversos estilos de vida, e necessidades espaciais das pessoas. Com esta adaptação, a tipologia residencial mudou, e as salas de estar correm perigo. Muitos insistem na necessidade de ter um espaço dedicado ao relaxamento e ao lazer, enquanto outros afirmam ser simplesmente um desperdício de espaço e dinheiro. Este debate levantou uma questão importante: ainda precisamos de salas de estar?
Neste enfoque, veremos como as salas de estar evoluíram ao longo dos anos, e como os arquitetos readaptaram e integraram o conceito de "espaço de encontro" na arquitetura residencial contemporânea. Neste artigo, tanto as salas de estar quanto as salas íntimas, serão exploradas como um único espaço de encontro.

Em um editorial recente do The Guardian's, a editora Elle Hunt, afirma que os milenials "eliminaram" a necessidade de ter uma sala de estar, porque simplesmente não precisam mais dela. Este é o resultado de várias mudanças de estilo de vida e culturais observadas entre esta geração. Enquanto alguns se abstêm de ter famílias grandes, outros não têm os meios financeiros para comprar casas grandes, que possuam um espaço dedicado para reuniões.

Várias pesquisas têm destacado como os milenials estão gastando mais, mas ganhando menos, em comparação com a força de trabalho dos anos 80 e 90; "quase dois quintos vive de aluguel aos 30 anos de idade, e gasta quase um quarto de sua renda líquida em moradia". Em outras palavras, as casas pequenas são tudo o que eles poderiam pagar. Além disso, uma das muitas razões pelas quais as salas de estar não são mais necessárias, é o fato de que em algumas áreas, os estúdios recém-construídos (cerca de 40 m²) têm preços altos e restrições no uso do solo, o que força os arquitetos de interiores a remover espaços não essenciais, sendo a área dedicada a apenas sentar-se, muito provavelmente a "primeira a ser retirada".

O conceito de "espaço de encontros" foi readaptado de uma geração, e de uma cultura para outra. Tal fato é uma resposta às constantes mudanças nos estilos de vida, hábitos, normas culturais e estabilidade financeira. A maioria das pessoas se concentra na conveniência e na funcionalidade, ao invés da formalidade. Teoricamente, as salas de estar foram criadas como um espaço privado para relaxar e socializar.

A força de trabalho de hoje, tem tudo a ver com networking, sendo a maior parte de seu tempo online ou em deslocamento entre edifícios, e é por isso que eles sentem que ter uma sala de estar dedicada apenas ao relaxamento, não se encaixa à sua conturbada agenda; o quarto já é suficiente. Quanto à socialização, se restaurantes ao ar livre, bares ou outros espaços públicos forem inacessíveis, a cozinha ou varanda de sua casa seria o substituto ideal.

Sala privativa

A sala de estar tradicional transcendeu gerações e culturas, e manteve sua presença em projetos residenciais dos tempos modernos. Seja um apartamento ou uma casa, projetos com grandes áreas permitem aos arquitetos dedicar uma sala com o único objetivo de reunir ou relaxar. Estes espaços são projetados com móveis e acessórios sob medida, para receber hóspedes ou eventos formais, ou transformados em uma fuga isolada e confortável para os membros da família. As casas maiores tendem a ter ambos espaços, cada um com sua respectiva função.

Chaptal Residence / Nathalie Eldan Architecture Ewelina Art Studio / Ewelina Makosa PH-13 Apartment / Atelier L'inconnu Planta Integrada /

Conceito aberto Nas últimas décadas, uma grande quantidade de usuários começou a optar por salas e cozinhas integradas, onde tudo flui. Muitos arquitetos creditam a alocação da sala de estar ao lado da cozinha ao jantar, já que cozinhar é conhecido como um dos meios mais bem-sucedidos de reunir as pessoas, que por sua vez as consideram mais fácil circular pelo espaço e receber amigos. Também é importante ter em mente que as plantas de conceito aberto, foram resultado do "individualismo do design", onde os moradores compram ou alugam suas casas como uma tela em branco, para projetar e organizar da maneira que quiserem sem nenhum trabalho permanente.

Colours of My Life Apartment / WY-TO architects

Plataformas ampliadas As casas com paisagens particulares permitem aos arquitetos ampliar o térreo, criando um espaço de transição entre o interior e o exterior, que serve tanto como uma área de encontro formal quanto informal. Este modelo de sala de estar é muitas vezes rodeada pela cozinha, jardim e/ou piscina, tornando um local ideal para receber hóspedes e relaxar com os membros da família. Da mesma forma, os pátios e alpendres frontais também são considerados como plataformas estendidas utilizadas para relaxamento e lazer. 

Mais informações, Confira!


Via Archdaily
Escrito por Dima Stouhi | Traduzido por Rafaella Bisineli
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Editora: Naely

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Dia Mundial da Arquitetura 2021: ação urbana para um mundo sustentável

Comemorado na primeira segunda-feira de outubro, o Dia Mundial da Arquitetura foi criado pela Union Internationale des Architectes (UIA) em 2005 para "lembrar ao mundo de sua responsabilidade coletiva pelo futuro do habitat humano", e coincide com a data em que é celebrado o Dia Mundial do Habitat, promovido pela UN-Habitat. Neste ano, as duas organizações definiram temas relacionados à melhoria da qualidade de vida e redução dos efeitos da crise climática por meio de ações no ambiente construído.

Enquanto o tema do Dia Mundial da Arquitetura 2021 da União Internacional de Arquitetos é "Meio ambiente limpo para um mundo saudável", o Dia Mundial do Habitat da UN-Habitat anunciou "Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono" como tema. Segundo Andreea Cutieru, editora do ArchDaily, "os seguintes temas refletem uma recente mudança de perspectiva que foi desencadeada no ano da pandemia, seja sobre como trabalhamos, onde escolhemos viver, como pensamos o turismo ou o ritmo que caminha a automação."



Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono: O Dia Mundial do Habitat 2021 reconhece que "as cidades são responsáveis por cerca de 70% das emissões globais de dióxido de carbono, com transporte, edifícios, energia e gestão de resíduos sendo responsáveis pela maior parte das emissões urbanas de gases de efeito estufa." Embora a maioria dos governos, organizações e comunidades concordem que ações ambiciosas, globais e colaborativas devam ser desenvolvidas para diminuir a crise climática, o conteúdo dessas ações – e quem deve agir – não é tão claro. Arquitetos e designers abraçaram este desafio, ponderando seus papéis e explorando suas próprias abordagens práticas. Novas linguagens e tecnologias da arquitetura: Metaverso, cyberpunk e solarpunk são alguns dos novos conceitos que mapeamos este ano, alimentando novas linguagens da arquitetura para um mundo onde a pandemia normalizou o trabalho remoto e os encontros virtuais. Esses conceitos, juntamente com a consolidação da automação, domótica, buildtech e impressão 3D, estão expandindo o debate sobre como o mundo digital pode evoluir. Materiais locais: Segundo Diego Hernández, diretor criativo do ArchDaily, "como podemos ajudar a reduzir as emissões de nosso campo por meio da prática projetual? A história nos mostra que existem muitas técnicas construtivas e que o uso de materiais locais tem se mostrado sustentável ao longo do tempo. Nesse sentido, a tecnologia e o conhecimento podem nos ajudar a aprimorar esses tipos de técnicas para que sejam duráveis e economicamente viáveis no mundo de hoje. Quanto podemos aprender com a arquitetura vernacular? A partir de uma perspectiva crítica, devemos discutir quais são as melhores opções e em quais casos a arquitetura deve ser mais local do que global". Para saber mais, Confira!
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Via: Archdaily Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

Tudo o que você precisa saber sobre o projeto de restauração do Copan



Um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de São Paulo, o Copan está mais próximo, agora, de ter o processo de restauração de sua fachada iniciado. O projeto elaborado pelo Instituto Pedra, órgão especializado em intervenções para patrimônios culturais, foi aprovado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e deve ter a versão final entregue até o final deste ano.

Tombado como patrimônio histórico da cidade de São Paulo desde 2012, o edifício já apresenta problemas em sua fachada há muitos anos – especialmente a queda de pastilhas do revestimento que vêm se descolando, chegando a causar acidentes. Apesar do projeto prever a solução dessas questões em caráter emergencial e das aprovações necessárias já terem acontecido, a falta de verba ainda deixa em aberto a data prevista para início das obras. Para entender melhor toda essa situação, Casa Vogue explica abaixo tudo o que você precisa saber sobre a restauração da fachada do Copan.

História

Com quase 70 anos desde o início de sua construção, o Copan se tornou um dos maiores símbolos da arquitetura modernista no Brasil. Projetado por Oscar Niemeyer, com auxílio de Carlos Lemos, o edifício surgiu em meio ao boom imobiliário e a expansão da verticalização da capital paulista, característicos dos anos 1950.

Localizado na região central, o intuito inicial era que o Copan funcionasse como um complexo hoteleiro formado por dois prédios: um em formato de S, como conhecemos, para abrigar apartamentos residenciais, e outro retangular, logo à frente, onde funcionaria o hotel em si.

As obras tiveram início em 1952, mas questões políticas e econômicas causaram paralisações na construção e troca de empresas responsáveis pelo financiamento do edifício, ocasionando, também, a substituição do hotel pela sede de um banco no prédio à frente do complexo.

O Copan é formado por seis blocos (de A até F), sendo eles constituídos de kitnets e apartamentos de 1, 2 ou 3 dormitórios. As entregas dos blocos foram acontecendo aos poucos, até que a construção fosse totalmente finalizada em 1972.

Desde os anos 1990, os próprios moradores do edifício se organizam em busca de ações de melhorias, com incentivo da prefeitura e de planos de revitalização do centro da cidade. Mesmo com os reparos realizados ao longo das últimas décadas, a fachada do Copan vem sofrendo constante deterioração e desprendimento de suas pastilhas desde os anos 2000.

Após 10 anos de negociações entre o conselho do condomínio, o Conpresp e o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), mesmo período em que o edifício passou a ficar coberto por uma tela de proteção em toda sua fachada principal, o prédio está agora mais perto de ter sua suntuosidade restaurada. Para mais informações, Vale o Clique!

Via: Casa Vougue
Editora: Naely
Imagens: Bruna Martins | Fotos: Getty Images / Divulgação/CopanSP

domingo, 28 de novembro de 2021

Morre Ruy Ohtake aos 83 anos



Deixando um legado indiscutível para a arquitetura, Ruy Ohtake morreu na manhã de ontem, sábado (27), em decorrência de um câncer de medula. O arquiteto faleceu em seu flat, em São Paulo, onde será realizado o velório para a família e amigos próximos.

O arquiteto e urbanista, filho primogênito de Tomie Ohtkake, deixa legado arquitetônico único, marcado por cores e curvas. Peculiar, a obra do arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, nascido em 1938, transformou a paisagem urbana no Brasil e no mundo – mas, sobretudo, na capital paulista, onde construções e intervenções com sua assinatura despontam desde a região central até bairros periféricos. Primogênito da pintora, gravadora e escultora Tomie Ohtake (1913-2015), o paulistano se formou pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) em 1960. Pouco depois de graduado, já trabalhava com os elementos que viriam a marcar seu trabalho, notáveis nas inúmeras residências que priorizam o convívio social e, de modo similar, nos edifícios culturais, institucionais, comerciais e hotéis com foco na integração entre os espaços.
Somado à preocupação com a funcionalidade e a materialidade, o apuro formal é sua característica mais distinta. Embora a predileção pelas curvas sempre tenha gerado comparações com Oscar Niemeyer (1907-2012), especialistas ressaltam as distinções: se para o arquiteto carioca a curva “preserva um raciocínio gráfico que se transporta do desenho para a obra”, no entendimento de Ohtake ela “assimila a ‘liberdade plástica’ pelo viés da maleabilidade da forma”, observa Rodrigo Cristiano Queiroz, professor da FAU-USP. Sua atuação não se limitou aos projetos arquitetônicos: Ohtake desenvolveu peças de mobiliário e objetos, lecionou nas Faculdades de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Católica de Santos e presidiu o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) na virada das décadas de 1970 e 1980. Como resultado da prolífica carreira, recebeu dezenas de honrarias ao longo dos anos, com destaque para o Prêmio Carlos Millan, em 1971, e a Comenda Colar de Ouro, em 2006, ambos concedidos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Mais informações, Vale o Clique!



Via Casa Vogue _________________________________
Editor: Altillierme Carlo

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O custo da mudança climática: quem realmente está protegido pelos esforços de mitigação urbana?

O impacto que a crise climática teve no planeta na última década é uma influência crítica de como os arquitetos e urbanistas projetam as cidades do futuro. É claro que, tanto em nível individual quanto corporativo, é importante agir e proteger a Terra antes que os impactos negativos mudem nossos ambientes familiares para sempre - e o tempo esteja se esgotando rapidamente. Quando se trata de criar formas para salvar nossas cidades do “the next big one”, seja um furacão, enchente, nevasca ou incêndio, a maneira como projetamos a infraestrutura preventiva negligencia um número significativo de pessoas. A mudança climática não afeta apenas os lugares mais ricos do mundo, na verdade, tem efeitos maiores sobre os mais pobres.

Além dos danos físicos que a mudança climática cria, ela também tem impactos sociais e econômicos duradouros que muitas vezes são esquecidos. Por exemplo, o aumento do nível do mar, que ameaça diretamente mais de 90 cidades e vilas em todo o mundo, e tem um impacto significativo nos padrões de migração e realocação de pessoas para cidades mais interiores, onde são forçadas a se adaptar completamente a um novo modo de vida, muitas vezes abandonando seus negócios e habilidades vocacionais especializadas. 

Um estudo realizado pelo Mercy Corps mostrou que três em cada quatro pessoas no mundo que vivem abaixo do nível de pobreza dependem de recursos naturais e agrícolas para sobreviver. Se os fenômenos meteorológicos cada vez mais drásticos e voláteis do mundo continuarem a acontecer, na taxa que historicamente têm acontecido, essas pessoas serão as que sofrerão o impacto mais severo - não os ricos dos centros econômicos urbanos. O impacto social causado pela mudança climática é frequentemente referido como “lacuna climática”, e pesquisas internacionais mostram que os mais pobres e as pessoas de cor serão os primeiros a sentir os efeitos irreversíveis. Em um relatório divulgado pela USC sobre o assunto, o ambiente construído tem um impacto significativo em como somos capazes de lidar com uma série de efeitos climáticos. Há uma forte correlação entre as superfícies de concreto e os materiais de construção que refletem o calor, os níveis de pobreza da comunidade e a cobertura arbórea presente em qualquer área. 

Além disso, o Conselho de Defesa de Recursos Naturais (NRDC) estima que, nos próximos 80 anos, o custo do transporte de água potável para estados sem litoral e em aquecimento aumentará de US $ 200 bilhões anuais para quase um trilhão de dólares. O custo da energia para transportar essa água aumentará em $ 140 bilhões de dólares se as temperaturas alcançarem dados históricos. Famílias de baixa renda já gastam uma proporção maior de sua renda em alimentos e água, e essa lacuna só deve crescer a menos que a infraestrutura nacional receba o mesmo tipo de atenção e investimentos financeiros. Muito do que resolvemos como arquitetos, designers e planejadores concentra-se fortemente nos impactos das mudanças climáticas em nossas cidades. E embora se espere que as populações das cidades cresçam nos próximos 50 anos, também devemos considerar aqueles que vivem além de nosso alcance imediato e aqueles que compartilham comunidades conosco, mas estão economicamente em desvantagem. 

Demos um passo na direção certa para ajudar a mitigar mudanças, assumindo a responsabilidade sobre nós mesmos por meio de promessas de construir melhor e mais ambientalmente consciente, mas se não nos lembrarmos para quem estamos construindo, então, a quem estamos ajudando?


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Projeto ensina bioconstrução para mulheres

Segundo os dados do Global Media Report, em 2014, 330 milhões de famílias estavam financeiramente ameaçadas pelos custos de habitação e esse número poderia aumentar para 440 milhões até 2025. Esses dados não apenas se confirmaram, como o aumento do número de famílias ameaçadas pode ser muito maior, com a crise desencadeada pela COVID-19.  Atualmente essa situação se agravou, de acordo com o levantamento nacional, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em março de 2020, quando a pandemia estava apenas começando, já eram mais de 221.000 pessoas em situação de rua. 

Para ajudar a mudar este cenário, o Instituto Empodera, entidade da sociedade civil que busca a integração social de mulheres, redes e comunidades, se uniu à Casa Terra, organização que visa disseminar o conhecimento ambiental na área de construção civil, e desenvolveu o projeto “Casa Empodera”, com apoio da organização filantrópica Flex Foundation. 

De acordo com Raquel, articuladora do Instituto Empodera, o projeto “Casa Empodera” surgiu com a necessidade da construção de uma casa de artes para as indígenas da Aldeia Guyra Pepó, situada em Tapiraí, interior de São Paulo.

“Pensamos que ao invés de contratar alguém para fazer a casa de artes, poderíamos desenvolver um curso para que mulheres pudessem aprender o processo de bioconstrução, o que proporcionará não somente a construção da casa de artes da aldeia, mas também se tornará uma poderosa ferramenta no âmbito da habitação para essas mulheres”, conta Raquel Barros, articuladora do Instituto Empodera.

O engenheiro civil, bioconstrutor e sócio da Casa Terra, Mateus Gambaro, trabalha desde 2018 com pesquisas na área de construção de casas com elementos naturais. Para ele, a bioconstrução favorece não apenas a população, mas também o meio ambiente, já que o cimento, por exemplo, emite toneladas de dióxido de carbono para a sua produção e poderíamos utilizar a terra em seu lugar, pois muitas vezes ela se assemelha à qualidade estrutural de impermeabilização do cimento.

Vale apena conferir como esse projeto tem funcionado! 


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

Reimaginando o modernismo de Brasília

Há mais de 60 anos, Brasília surgiu do interior do Brasil. Desenvolvida em um cerrado deserto entre 1956 e 1960, a cidade que substituiu o Rio de Janeiro como capital do país foi um empreendimento conjunto do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer. Com sua forma alada, Brasília tornou-se um poderoso símbolo, pois representa uma das mais puras encarnações da esperança, do esplendor e da ingenuidade da arquitetura do século 20. Mas, bastam apenas algumas horas aqui para ver que esta metrópole utópica — Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1987 — é atormentada por defeitos de planejamento urbano.

O problema mais óbvio é uma série de opções de projetos que privilegiam motoristas. A força do automóvel está cimentada no eixo principal de Brasília, o Eixo Monumental de 15 quilômetros. Enquanto municípios em todo o mundo estão hoje competindo para tornar suas ruas mais seguras para pedestres e ciclistas, os barulhentos motores e pneus de Brasília são um lembrete gritante de quantos urbanistas do século 20 imaginaram um futuro inextricavelmente ligado ao carro. Agora devemos lutar para superar as visões que eles pavimentaram.

Em Brasília, essa visão é de uma vida que só passa pelas artérias automotivas da cidade. Os edifícios estão localizados a grandes distâncias uns dos outros, espalhados ao longo de amplas esplanadas. As obras-primas de Niemeyer nos consolam com suas formas curvas. Estas são as curvas, escreveu ele, que “encontramos nas montanhas, nas ondas do mar e no corpo da mulher que amamos”.Outra desvantagem de Brasília é sua rígida divisão funcional. Isso afeta ainda mais o planejamento da cidade. Em uma das minhas primeiras visitas, estava admirando a catedral de Niemeyer, que floresce com seus pistilos de concreto na Esplanada dos Ministérios, quando um jovem engenheiro local do nosso grupo fez uma piada contundente: “Você sabe o que realmente não funciona nesta cidade? O bairro do café expresso fica longe do bairro do açúcar."

Ademais,  Carlo Ratti vai além e mostra as problemáticas existente na grande Capital. Vale apena conferir!


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Archigram: trajetória e influências ao longo de suas produções


O texto ‘Algumas Notas sobre a Síndrome Archigram’, de Peter Cook, é o símbolo da arquitetura no início da era da reprodutibilidade em massa. Publicado pela primeira vez pela Perspecta 11 - Yale Architectural Journal de 1967 e republicado no livro ‘Textos de Arquitectura de la Modernidad’ de 1999, o texto retoma a partir do olhar do autor a cronologia e as consequências do pensar e fazer arquitetura proposto pelo grupo Archigram - publicação anual que deu origem ao coletivo de arquitetos de mesmo nome.

O grupo destaca-se como marco de transformações do pensamento da cidade, da representação, da arquitetura e do saber tecnológico aplicado ilimitadamente dentro da sua produção. E, dessa forma, fazendo com que suas elaborações não sejam isoladas, mas sim vinculadas às principais manifestações artísticas na Inglaterra e nos EUA - com o Independent Group e as ondas de ‘contracultura’.  O terreno fértil para experimentação de projetos fez com que o futuro desejado pelo Archigram começasse a ser construído desde 1961 - com o lançamento da primeira revista Magazine 1. O grupo acreditava que o formato da revista se estabelecia como possibilidade de divulgação de suas ideias utópicas; de exposições de projetos dos membros em manifestações de distintas expressões; de ser um vínculo com a comunicação que tencionava a conexão entre tecnologia e o homem, e promover uma procura de novos olhares do fazer arquitetônico. 

Ao longo da trajetória, Archigram consegue reinventar as possibilidades da representação arquitetônica. A Magazine 2 (1962) é o início de especulações da representação não mais vinculada a um carácter técnico e escolástico - plantas, cortes e elevações. Já nos primeiros esboços projetuais de membros do grupo é possível observar uma nítida intenção de apropriações com colagens, desenhos e fotografias feitas pelo Independent Group.

Vale apena conferir o que mais esse grupo acrescentou para a arquitetura moderna! Vale o Clique!


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

terça-feira, 16 de novembro de 2021

A importância arquitetônica, cultural e religiosa dos minaretes

A arquitetura islâmica há muito é reconhecida como uma das tipologias mais influentes na história da arquitetura, especialmente em se tratando de edifícios religiosos. Traduzindo uma série de conceitos abstratos e narrativas históricas em em formas, estruturas e cores, os espaços interiores da arquitetura islâmica são de uma beleza sublime e as vezes incomparável. Seja através da organização metódica de seus espaços internos para facilitar e promover a iluminação e ventilação natural, ou através de seus detalhes, ornamentos e profusão de cores e texturas, o contraste entre o espaço interior e exterior é mais do que evidente em uma mesquita. Ainda assim, talvez a característica mais reconhecível da arquitetura religiosa islâmica seja a presença imponente de seus minaretes—um dos maiores símbolos da cultura islâmica. Isso porque, a estrutura proeminente dos minaretes estabeleceu-se ao longo dos séculos como um ponto de referência em meio a intrincada malha urbana das cidades islâmicas, transformando-se não apenas em um importante elemento de orientação, mas principalmente em um símbolo de identidade. 

Formalmente, uma mesquita é composta por quatro elementos principais: um pátio aberto, um espaço coberto, uma sala de orações e um minarete. No interior do espaço principal, sobre a estrutura de uma grande cúpula, encontra-se uma parede chamada de Qibla (que aponta a direção de Meca), e um Mehrab, um nicho semicircular utilizado pelo Imam da mesquita e o Minbar, uma espécie de assento elevado desde onde ele conduz os fiéis em momentos de prece. Além de seu evidente papel como espaço de culto e fé, a mesquita é também um espaço de valor cultural e social para o Islã, desempenhando um papel central na vida em comunidade.

Durante a antiguidade, o Athan, ou chamada para os momentos de oração, era realizado desde o ponto mais alto da mesquita para alcançar o maior número possível de fiéis. Neste sentido, a localização assim como a própria arquitetura desempenhavam um papel fundamental na operação de uma mesquita. 

O que sim é certo, é que ao longo de sua história os minaretes evoluíram, assumindo diferentes formas e configurações, tornando-se cada vez mais altos e complexos. Comumente, um minarete se estabelece sobre uma base retangular junto a uma das extremidades da mesquita e, conforme a estrutura vai ganhando altura, ela vai assumindo diferentes seções e incorporando distintas aberturas.

Mesquitas costumam ter de um a seis minaretes, dependendo do tamanho da estrutura principal e de sua relação física e visual em relação ao seu entorno imediato. Em termos de acesso, minaretes contam ou com uma escadaria interna ou externa, a qual o Almuadém utiliza para chegar a plataforma mais elevada. Em alguns casos particulares, como na Grande Mesquita de Samarra no Iraque, também conhecida como Malwiya, o minarete é a própria estrutura da escada — uma rampa em espiral que também pode ser acessada pelos fiéis e visitantes.

Vale apena conferir e se apronfundar nessa arquitetura tão importante para a humanidade!


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Relações de poder e desigualdade em mapas: uma análise urbana através da cartografia




Humanos são seres sensoriais, e como tais, se relacionam com o mundo através de suas experiências vividas, mas, além disso, há outra forma pela qual podemos compreender o mundo no qual vivemos, isto é, através da uma representação bidimensional inventada pelo homem—os mapas. A cartografia, muitas vezes, é utilizada para delinear fronteiras e estabelecer limites, e desta forma têm sido utilizada historicamente como uma ferramenta de opressão e segregação.

 A projeção cilíndrica do globo terrestre, ou Projeção de Mercator, é um ótimo exemplo de como a cartografia bidimensional distorce fortemente a realidade física e visível. Este efeito é responsável por uma série de imprecisões geográficas, como a Groenlândia, que nos mapas de projeção cilíndrica, parece equiparável à América do Sul, quando na verdade, possui apenas um oitavo de sua área. No que se refere ao planejamento urbano, mapas são utilizados como uma ferramenta auxiliar para determinar a forma e a maneira como construimos nossos espaços urbanos. Entretanto, esses mapas tendem a ser vistos apenas como estruturas auxiliares e representativas, completamente desconectados da miríade de experiências “reais” que compõe um determinado território físico.

O Plan Voisin, concebido por Le Corbusier em 1925, é uma representação muito objetiva de como mapas podem ser utilizados para contar uma história e vender uma ideia. A proposta delineada por Le Corbusier no Plano Voisin consistia na demolição de três quilômetros quadrados do centro histórico de Paris para a implantação de um novo urbanismo, composto por 18 torres em planta cruciforme, dispostas segundo uma malha retangular em meio a uma grande área verde acessível.

De forma semelhante ao Plan Voisin de Le Corbusier, o mapa de Rabat de 1922 também representa um esforço para controlar o território urbano. As linhas amarelas no mapa de Rabat foram traçadas sobre as ocupações já estabelecidas, penetrando arbitrariamente o tecido histórico tradicional da cidade marroquina. O mapa também sugere a negligencia dos planejadores em relação ao bairro de Medina, enquanto os bairros europeus a oeste e sul do cento da cidade podem crescer livremente enquanto a população local é obrigada a viver em condições precárias em áreas sem qualquer tipo de investimento em infraestrutura pública.

Nos dias de hoje, felizmente, temos testemunhado uma completa mudança de direção em relação ao planejamento urbano e as políticas públicas em diversas cidades e países. Mapas representativos são complementados com informações coletadas “in loco”, dados oriundos também de uma maior participação e engajamento das comunidades locais afetadas. Vemos nas sociedades de hoje um número quase infinito de ferramentas legais à disposição dos planejadores e urbanistas mas não só, permitindo ainda que os cidadãos possam criar seus próprios mapas desde o conforto de suas casas.



VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

domingo, 14 de novembro de 2021

O que é equidade em arquitetura e design?


Segundo o dicionário, equidade significa “disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um” enfatizando a importância de se levar em consideração as diferenças dos indivíduos. Vale ressaltar ainda que este termo é frequentemente confundido com a palavra igualdade, porém, difere-se dela justamente porque a igualdade é baseada no princípio da universalidade, perante o qual todos os indivíduos deveriam ser regidos pelas mesmas regras, sem possibilidade de adaptação.

Nos projetos arquitetônicos, assim como no próprio design (de produto, mobiliário, etc.), a equidade significa oferecer iguais condições de apropriação a usuários com diferentes características. No que diz respeito aos projetos urbanos, a equidade é aplicada com este mesmo intuito de promover oportunidades iguais na ocupação da cidade. Assim, a noção de equidade no design, na arquitetura e no urbanismo, assim como em outras aplicações, está relacionada, portanto, a oferecer aos usuários o que eles necessitam de modo que todos tenham acesso às mesmas oportunidades com estratégias proporcionais e adequadas a cada circunstância particular.

Para saber mais, Vale o Clique!



Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

sábado, 13 de novembro de 2021

Ventilação cruzada? Efeito chaminé? Entenda alguns conceitos de ventilação natural

Nada mais racional que utilizar o vento, um recurso natural, gratuito, renovável e saudável, para melhorar o conforto térmico de nossos projetos. A consciência da finitude dos recursos e a demanda pela redução no consumo energético tem retirado o protagonismo dos sistemas de ar condicionado, fazendo com que arquitetos e engenheiros voltem-se ao sistemas passivos para melhoria do conforto térmico nos interiores. É evidente que há climas extremos em que não há escapatórias, senão o uso de sistemas artificiais, mas em grande parte da superfície terrestre é possível proporcionar um fluxo de ar agradável através dos ambientes por meio de sistemas passivos, principalmente se as ações forem consideradas durante a etapa de projeto. 

O tema é altamente complexo e abrangente, mas abordaremos sinteticamente alguns conceitos, exemplificando-os com projetos construídos. Uma série de sistemas de ventilação pode auxiliar nos projetos: ventilação natural cruzada, ventilação natural induzida, efeito chaminé e resfriamento evaporativo, que combinados à correta utilização de elementos construtivos possibilita melhoria no conforto térmico e diminuição no consumo de energia. Para saber mais, Vale o Clique!

Via: ArchDaily

Autor :  Matheus Pereira
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Editora: Eryka Letycia


sexta-feira, 12 de novembro de 2021

Construir mais prédios torna a cidade mais cara?



Há um argumento de que prédios novos atraem moradores com maior poder aquisitivo que, por sua vez, estimulam a abertura de lojas e restaurantes caros, sinalizando aos proprietários de imóveis que eles podem cobrar mais pelo aluguel. Por isso, a construção civil seria um fator que desencadeia a substituição da população de um bairro por outra de maior poder aquisitivo — a temida gentrificação.

No entanto, economistas renomados como Edward Glaeser defendem há anos que precisamos aumentar a quantidade de moradias para que elas se tornem mais baratas. Afinal, quando muitas pessoas disputam um número limitado de residências, a tendência é que apenas os mais ricos consigam um lugar para morar. Os pesquisadores Brian Asquith, Evan Mast e Davin Reed analisaram a construção de 50 edifícios residenciais em 11 cidades norte-americanas. A conclusão é que os aluguéis ficam mais baratos no entorno dos novos empreendimentos, ao invés de mais caros como muitos supõem.

Isso não significa que a demanda induzida não contribua para aumentar o preço dos imóveis.A pesquisadora Xiaodi Li, da NYU Wagner e Furman Center, ao analisar o mercado de Nova Iorque, concluiu que novos empreendimentos atraem novos restaurantes, que de fato atendem a uma clientela com maior poder aquisitivo.

Ou seja, é possível que os benefícios da construção de moradias e os problemas causados pela demanda induzida estejam ocorrendo ao mesmo tempo. Porém, o efeito do aumento de moradia parece ser ainda maior, pois ela observou que o preço dos imóveis diminuiu nas quadras vizinhas.

É comum que lançamentos imobiliários tenham um preço por metro quadrado acima da média da vizinhança. Isso acontece porque esses prédios têm instalações novas e plantas adequadas ao perfil dos consumidores.

Embora os edifícios recém-construídos possam atrair moradores mais ricos, esses mesmos moradores liberam espaço em prédios antigos ao trocar de casa. A residência desocupada fica disponível para outras pessoas que gostariam de morar naquele bairro. Este efeito, conhecido como filtragem,é uma das maiores fontes de moradia acessível nas grandes cidades.

Quando um bairro recebe muitos lançamentos, é possível que o custo de moradia na vizinhança aumente, embora as construções novas contribuam para estabilizar os preços na cidade como um todo. Isso é especialmente possível em bairros que já estão atraindo pessoas com maior poder de compra. Nesse sentido, um boom de construção civil é mais consequência do que causa da gentrificação do bairro.

Para saber mais, Vale o Clique!


Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

quinta-feira, 11 de novembro de 2021

Fim do desperdício: dez maneiras de incorporar a economia circular em um projeto arquitetônico


Uma economia circular é um sistema econômico que visa eliminar o desperdício e o uso contínuo de recursos. Olhando para além do atual modelo industrial extrativo de coleta e descarte, uma economia circular visa redefinir o crescimento, com foco em benefícios positivos para toda a sociedade. Implica desvincular gradualmente a atividade econômica do consumo de recursos finitos e projetar os resíduos para fora do sistema. Apoiado por uma transição para fontes de energia renováveis, o modelo circular constrói capital econômico, natural e social.



Via: ArchDaily
Autor :  Olivia Bartolini | Traduzido por Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Como projetar uma acústica perfeita em pisos, tetos e paredes


À medida que nossas cidades se densificam e os tipos de edifícios se tornam cada vez mais mistos, tendemos a passar muito tempo em ambientes barulhentos. Quando falamos em conforto acústico, raramente pensamos em lugares como restaurantes, casas de show e grandes escritórios; locais com muitas pessoas, máquinas e ruído de fundo. 

A qualidade do som pode mudar totalmente a experiência das pessoas em um espaço interior, e melhorar a qualidade acústica do espaço depende do tratamento de todas as superfícies, desde paredes a tetos e pisos. Neste artigo, apresentaremos uma variedade de soluções para tetos, pisos e paredes, suas diferentes combinações, e um guia simples de como aplicá-las corretamente em espaços públicos sem comprometer a estética do interior. 

Via ArchDaily
 Autor :  Dima Stouhi | Traduzido por Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia


Como a iluminação afeta o humor?

É muito provável que você esteja lendo esse texto em um espaço fechado e com as luzes ligadas. Com o nosso atual estilo de vida, é comum passarmos a maior parte dos dias em salas fechadas realizando nossas tarefas diárias banhados pela soma de luzes artificiais e naturais. Ao mesmo tempo que as luzes artificiais trouxeram infinitas e incalculáveis possibilidades à humanidade, elas também causaram uma certa confusão ao nosso corpo, que se adaptou por milhares de anos a responder aos estímulos da luz do sol e à escuridão da noite. Trata-se do Ritmo ou Ciclo circadiano, que designa o período de aproximadamente 24 horas que se baseia o ciclo biológico de quase todos os seres vivos, influenciado sobretudo pela luz recebida, mas também pela temperatura e outros estímulos.







Via ArchDaily
Autor :   Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia


terça-feira, 9 de novembro de 2021

Estratégias passivas de conforto térmico aplicadas em projetos residenciais


Foi-se o tempo em que eram bem vistas as arquiteturas que se fechavam para dentro de si, nas quais seu envoltório seria, não como um moderador do clima exterior no ambiente interno, mas uma barreira inerte e independente. Inúmeros equipamentos mecânicos, elétricos para ventilar, para aquecer, para resfriar. Uma completa máquina.

Hoje se pensa cada vez mais na interação da arquitetura com meio no qual está inserida, fazendo com que nós arquitetos assumamos a responsabilidade do conforto térmico dos ambientes, utilizando estratégias de projeto para uma climatização natural. Confira!


Via: ArchDaily
Autor : Camilla Ghisleni
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Editora: Eryka Letycia


segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Pré-fabricação poderia tornar mais acessível a construção de moradias

O conceito de pré-fabricação na construção corresponde a elementos, partes ou edificações inteiras produzidas em fábrica e transportadas ao canteiro de obras para uma instalação expressa. Isso representa inúmeras vantagens aos métodos de construção tradicionais, como rapidez, precisão na execução, eficiência, limpeza de obra e, em muitos casos, economia. Considerando que a moradia é uma necessidade primária dos humanos, utilizar métodos industriais para a construção de habitações acessíveis e de boa qualidade sempre movimentou os arquitetos, seja para abrigar populações urbanas crescentes, para assentamentos temporários ou emergenciais, nas mais diversas escalas. Após muitas tentativas na história, permanece a dúvida se a popularização da pré-fabricação no campo da construção pode ser uma solução para proporcionar uma maior equidade no acesso à habitação.


Para saber mais, Vale o Clique!


Via ArchDaily
Autor :  Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia

domingo, 7 de novembro de 2021

Instalações de gás: Conceitos básicos para arquitetura



É quase impossível imaginar nossas vidas sem o gás, apesar de raramente pensarmos nele (a não ser quando ele acaba durante o preparo de um bolo ou quando sentimos aquele cheiro que deixa todos preocupados). A conveniência de acender o fogão, aquecer a água para o banho ou deixar a casa quente no inverno é algo que já foi incorporado em grande parte dos cotidianos.

No entanto, como toda energia, instalações com baixo desempenho ou manutenção deficiente podem causar vazamentos e incidentes, com o risco de afetar os ocupantes do espaço. Apesar da onipresença e da grande responsabilidade envolvida, quando falamos sobre o assunto, arquitetos tendem a relegar o trabalho para consultores e especialistas. Mas alguns cuidados podem ser tomados para que não haja surpresas desagradáveis no detalhamento do projeto ou durante a obra.



Via ArchDaily


Autor : Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia

 

Vantagens do Tijolo Ecológico


Feito com solo, cimento, água e outros materiais selecionados, o tijolo ecológico é um produto amplamente utilizado na construção civil de norte a sul do Brasil e também no exterior. As vantagens do tijolo ecológico de solocimento são muitas. Normatizado pelas normas da ABNT NBR 8491:2012 e NBR 8492:2012, o tijolo ecológico de solocimento confere características de resistência, absorção e geometria que atendem os padrões construtivos exigidos. Tais características proporcionam uma qualidade ao tijolo ecológico de solocimento que muitas vezes supera os tradicionais tijolos maciços ou baianos.  

O tijolo ecológico tem uma fabricação mais sustentável que os convencionais, pois é curado (secagem da mistura) somente com água, sombra e tempo de descanso, enquanto os tijolos convencionais (maciço, baiano) utilizam a queima de lenhas (causando desmatamento de árvores e emissão de gases poluentes) ou uso intensivo de energia elétrica para seu enrijecimento. Além disso, o tijolo ecológico é mais sustentável por utilizar uma quantidade menor de cimento em comparação com blocos de cimento e também na obra (massa de assentamento, reboco etc.), tudo isso sem perder nas características de qualidade.  

Além das vantagens do tijolo ecológico em termos ecológicos, a construção com tijolo ecológico pode ter um preço bem mais acessível que as convencionais devido à qualidade do acabamento deste tipo de tijolo e outras características funcionais. É possível deixar o tijolo ecológico aparente e também o tijolo é assentado sem concreto, somente com filetes de argamassa ou cola PVA. Isso pode reduzir muito o investimento necessário, nas etapas de execução de alvenaria e acabamento mediante a redução ou mesmo eliminação de materiais de chapisco, emboço, reboque, pintura, massa de asssentamento, caixaria para execução de colunas, quebra-quebra para passar tubulações e conduítes e, talvez o mais importante, tempo de mão de obra.  

Em estudo comparativo realizado pela Tijolos Ecológicos Trindade, a partir de dados de diversas fontes (TCC do Eng. Renê Ferreira do UNIS – Varginha/MG, SINAPI, TCPO e outros), verificou-se que o tijolo ecológico de solocimento pode apresentar economia em relação a outros tipos de alvenarias (tijolo baiano e bloco de concreto estrutural) na construção de paredes finalizadas. Estas economias podem variar de 5,00% (no caso de tijolos ecológicos rebocados e pintados na área interna e resinados e rejuntados na área externa em comparação com tijolos baianos de 15 com reboco e pintura internos e externos) até mais de 40% (no caso de tijolos ecológicos resinados e rejuntados nas áreas internas e externas em comparação com tijolos baianos de 15 com reboco e pintura internos e externos).



Via Trindade Tijolos Ecológicos
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Editora: Naely Ferreira da Cruz

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Sede do iFood em Osasco recebe fazenda urbana de 950m²

Em parceria com a BeGreen, primeira fazenda urbana da América Latina, o iFood inauguraou uma fazenda urbana na cobertura da sede da empresa, em Osasco, na Grande São Paulo. São 950 metros quadrados reservados ao cultivo de 1,7 tonelada por mês de hortaliças, frutos e legumes frescos livres de agrotóxicos.

A fazenda urbana, localizada no 7º andar do prédio, tem como objetivo levar toda a produção para as 3 mil famílias cadastradas no Banco de Alimentos de Osasco. A primeira colheita oficial acontece ainda em agosto e será toda doada ao projeto da prefeitura

“Utilizamos do nosso espaço para contribuir com soluções inteligentes que possam impactar de forma positiva a vida das pessoas. Mensalmente vamos colher mais de uma tonelada de alimentos que serão doados na região”, afirma Gustavo Vitti, vice-presidente de pessoas e sustentabilidade do iFood.

Outro ponto chave é uma produção totalmente livre de agrotóxicos. Tendo como princípio base contribuir com a saúde dos consumidores, a empresa utiliza protocolos biológicos no cultivo e, dessa forma, o uso de pesticida é desnecessário. As hortaliças são colhidas momentos antes da entrega e levadas direto da fazenda para o consumidor final, chegando frescas, ainda com raiz. Um sistema de iluminação artificial das bancadas verticais,  projetado e executado em parceria com a AES Tietê e o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia, complementar a luz solar com a ativação de leds para ganho em produtividade.


VIA ARCHDAILY

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Editora: Maria Karolina Milhomens

quinta-feira, 4 de novembro de 2021

O que acontece com o saco de lixo depois que o colocamos na calçada?

Já estamos acostumados com campanhas de educação ambiental, algumas gerações mais recentes tiveram aulas na escola sobre o tema, as informações são bem simples e já estão marteladas na cabeça de muita gente: Reduzir, Reutilizar e Reciclar. Apesar disso por algum motivo a maioria ainda não consegue seguir a simples recomendação de separar os diferentes resíduos que descartamos diariamente: os orgânicos (passíveis de serem reaproveitados como adubo), os sólidos (passíveis de reciclagem) e finalmente os rejeitos (o que não é reaproveitável) que vão necessariamente direto para os aterros sanitários.

Quando optamos por não separar o que descartamos transformamos tudo em rejeito, assim com uma pequena displicência sentenciamos tudo a passar centenas de anos juntos debaixo da terra produzindo chorume e emitindo Gases do Efeito Estufa, nosso descuido (na cidade de São Paulo) apenas entre os anos de 1974 a 2007 consumiu 2,3 milhões de metros quadrados de território para dispor as quase 42 milhões de toneladas de rejeitos. 

Infelizmente temos cada vez mais pessoas realmente revirando latas de lixo para comer, a população em situação de rua em São Paulo aumentou 60% entre 2015 e 2019, de 15.900 para 24.344 de acordo com o Censo de População em Situação de Rua de 2019, sabemos que esses números continuam aumentando conjuntamente com a taxa de desemprego. 

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional do Saneamento Básico (PNSB), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), existe uma relação direta entre o número de habitantes de um município e a porcentagem da participação da iniciativa privada na execução do serviço. Quanto maior a densidade populacional da cidade em questão, maior o nível de terceirização do serviço de limpeza urbana.

Somando todas as nossas desatenções quanto ao nosso descarte pessoal, desperdiçamos 8 bilhões de reais no país por ano ao misturar tudo no mesmo saco, na situação caótica que nos encontramos hoje não podemos mais nos dar ao luxo de consumir embalagens que não podem ser reaproveitadas, e devemos exigir a criação de novas linhas de financiamento para a criação de cooperativas.



VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

Nossas cidades são construídas para os jovens?



As cidades em que vivemos hoje foram construídas com base em princípios concebidos há décadas, com a perspectiva de garantir que sejam habitáveis por todos. Ao longo da história, as cidades têm sido catalisadoras do crescimento econômico, servindo como pontos focais para negócios e migração. No entanto, na última década, especialmente durante os últimos dois anos, o mundo testemunhou reconfigurações drásticas na forma como as sociedades funcionam, vivem e se deslocam.

O tecido urbano de hoje destaca dois padrões demográficos: rápida urbanização e grandes populações jovens. As cidades, embora crescendo em escala, na verdade se tornaram mais jovens, com quase quatro bilhões da população mundial com menos de 30 anos vivendo em áreas urbanas, e em 2030, UN-Habitat espera que 60% da população urbana tenha menos de 18. Então, quando o assunto é planejamento urbano e futuro das cidades, fica evidente que os jovens devem fazer parte da conversa.  

Os jovens são arquitetos ativos no desenvolvimento das cidades há muito tempo. De acordo com o Relatório Mundial da Juventude da ONU, “políticas de juventude baseadas em evidências, feitas sob medida e adaptadas aos contextos nacionais e locais, ajudam a garantir que os desafios do desenvolvimento da juventude sejam enfrentados” Quais são alguns dos desafios enfrentados pelos jovens nas cidades hoje?

Em uma pesquisa recente realizada pelo Eurostat, mais de dois terços dos jovens adultos europeus ainda vivem com os pais, simplesmente porque não têm meios para ter uma casa própria; A casa própria para pessoas de 25 a 34 anos caiu de 55% em 1997 para 35% em 2017 e tem diminuído desde então. Situação semelhante é observada nos Estados Unidos, onde as casas custam quatro vezes o que custavam em 1950, com aumento de apenas 19% nos salários.  

Outro desafio crítico enfrentado pelos jovens é a violência, desde bullying e brigas físicas até agressões sexuais. De acordo com um relatório da OMS, estima-se que 200.000 homicídios ocorram entre jovens de 10 a 29 anos a cada ano. Isso se deve a locais não supervisionados, fácil acesso a álcool, armas de fogo e drogas, desigualdade econômica e/ou leis de proteção e segurança de uma cidade.  Junto com o medo e a ansiedade gerados pelos conflitos entre uma geração ambientalmente consciente e governos ambientalmente imprudentes, esses fatores levaram a um aumento nos desafios de saúde mental, que em troca mudaram a "identidade demográfica" das cidades e, em alguns casos extremos, diminuíram as taxas de expectativa de vida.  



VIA ARCHDAILY 
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Editora: Maria Karolina Milhomens

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Nanotecnologia na construção civil: o que ela traz em novas possibilidades

É possível aplicar a nanotecnologia em inúmeras oportunidades. Quando se trata da indústria em geral, englobando diversos setores, alguns estudos mostram que a nanotecnologia é utilizada em até mais de 800 produtos. Vamos descobrir os principais no setor da construção civil, a seguir:  Argamassas poliméricas A argamassa polimérica tem como base o cimento e é produzida industrialmente com alguns aditivos específicos, assim como polímeros e minerais, estes elementos proporcionam à argamassa características impermeabilizantes e com maior aplicabilidade que a convencional.

Solventes biodegradáveis

O solvente biodegradável é, basicamente, um produto desenvolvido para a limpeza pesada voltado para diversos produtos, principalmente para produtos empregados em indústrias, como, por exemplo, na remoção de óleos, graxas e outros que estão ligados ao processo de desengraxe a frio com secagem rápida.

Esquadrias com revestimento nanocerâmico  Elas possuem uma camada nanocerâmica e proporcionam maior aderência para as tintas de acabamento, protegem a superfície metálica contra corrosão, é isenta de materiais pesados e fósforo, não contém componentes orgânicos voláteis, utiliza menos água em todo processo, gera resíduos de baixa toxicidade e necessita de pouco tratamento para o seu descarte adequado.

Quais são os possíveis impactos da nanotecnologia na construção civil? Você consegue imaginar um prédio onde a fachada é inteira composta com placas de aço? Para que essas placas não oxidem, podem ser aplicados filmes finos compostos por nanopartículas, nas placas. Fazendo com que sejam uma espécie de barreira de proteção contra a oxidação na chapa.

Além do mais, ao empregar a nanotecnologia, como o grafeno e nanotubos de carbono, a uma estrutura de concreto, ela se tornará indiferente a agentes degradantes, como a carbonatação e oxidação, pois a sua microestrutura é sujeita a um reforço que garante uma maior resistência, durabilidade e performance. 

O aumento da vida útil das estruturas faz com que as construções tenham maior durabilidade. Por exemplo, uma construção que foi projetada inicialmente para durar cinquenta anos, pode vir a durar cem anos. Num panorama global, o consumo dos recursos naturais irá reduzir e isso é muito bom para a sustentabilidade. Em vez de serem construídos dois edifícios para que durem cinquenta anos cada, é possível criar um único, que durará mais e consumirá menos. 


Via Rohden
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Editora: Naely Ferreira da Cruz 

segunda-feira, 1 de novembro de 2021

Arquitetura efêmera: inovação, experimentação e entretenimento




Além do “turismo de experiência” e da arquitetura de entretenimento, construções efêmeras e temporárias também podem ser um terreno fértil para se testar novas ideias, soluções e tecnologias. Assumindo uma ampla variedade de diferentes tipologias e formas, desde estruturas emergenciais a instalações lúdicas, estruturas temporárias têm a capacidade de nos projetar no futuro, questionando as regras estabelecidas além de pôr à prova novas tecnologias e sistemas construtivos.

O fascínio pela temporalidade de estruturas efêmeras não é uma descoberta da modernidade. Mas embora obras temporárias de arquitetura venha sendo exploradas pelo homem desde a antiguidade, talvez tenha sido na Grande Exposição de 1851 que a arquitetura efêmera elevou-se a outro patamar com a construção de uma das mais impressionantes obras de arquitetura efêmera: o famoso Palácio de Cristal de Londres—o qual cristalizou a ideia de que a modernidade pode ser expressa também através de estruturas temporárias. 

Manifestando uma ideia

A duração limitada desse tipo de intervenção torna-se um álibi muito favorável para defender a execução de projetos altamente especulativos e ousados. Isentos de muitas formalidades e livres de tantas outras obrigações legais, certos projetos de intervenção temporária são capazes de abrir uma janela para o futuro, nos permitindo vislumbrar—ainda que momentaneamente—aquilo que está por vir no campo da arquitetura e do planejamento urbano.

Preservando lugares e atividades

Em outros casos, estruturas temporárias são construídas para compensar ou substituir outros edifícios por um determinado período de tempo. Com propósitos e o prazos bem definidos, estruturas temporárias de breve duração atentam a outros critérios, como a desmontagem e a reciclagem. Inaugurado recentemente na cidade de Paris para suprir a ausência do Grand Palais, fechado para reformas até 2024, o Grand Palais Éphémère foi concebido para abrigar alguns dos principais eventos culturais e esportivos que comumente tinham lugar no famoso palácio de vidro do século XIX. 

Explorando novas tecnologias

Minimamente livres das restrições formais e legais que regulamentam a construção de estruturas permanentes, a arquitetura temporária é a oportunidade perfeita para pôr novas tecnologias e sistemas construtivos à prova. Nesse sentido, o Institute for Computational Design (ICD) e o Institute of Building Structures and Structural Design (ITKE) têm investido alto no projeto e construção de pavilhões experimentais para desenvolver novos sistemas e tecnologias aplicadas à arquitetura.

Um veículo de desenvolvimento urbano

Um potencial precursor de inovadores projetos de desenvolvimento urbano, as intervenções temporárias no espaço de domínio público representam uma ótima oportunidade para testar e validar estratégias de renovação urbana, permitindo vislumbrar o potencial de uma determinada solução na regeneração de espaços públicos sub-utilizados ou negligenciados, consolidando a infraestrutura social de uma cidade. Pensando nisso, a Carlo Ratti Associati projetou uma série de intervenções urbanas temporárias para o Manifesta 14 em Pristina, Kosovo, explorando diferentes maneiras de recuperar o espaço público através de instalações espaciais efêmeras.

Engajando comunidades

Em muitos dos casos vistos anteriormente, estruturas temporárias são concebidas com o principal objetivo de engajar pessoas, enriquecendo a experiência do espaço público e da vida em comunidade. O Plastique Fantastique, estúdio de design com sede em Berlim, é um escritório que atua principalmente no campo da arquitetura efêmera e espaços urbanos performáticos. Através de suas estruturas infláveis, eles criam espaços alternativos, proporcionando uma plataforma para o estabelecimento de diferentes atividades temporárias. 


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens