Com a nova chancela, o Brasil passa a ter 23 bens inscritos na Lista do Patrimônio Mundial da Unesco, registro dos bens considerados como portadores de valor universal excepcional para a cultura da humanidade. O SRBM foi reconhecido na categoria de Paisagem Cultural, na qual se enquadram bens que referenciam a interação entre o ambiente natural e as atividades humanas, resultando em uma paisagem natural modificada.
Localizado na Barra de Guaratiba, Zona Oeste do Rio de Janeiro (RJ), o Sítio tem 405 mil metros quadrados de área e abriga uma coleção botânica com mais de 3.500 espécies de plantas tropicais e subtropicais, cultivada em viveiros e jardins. O sítio é uma unidade especial do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia federal vinculada à Secretaria Especial da Cultura e ao Ministério do Turismo.
“O Sítio Roberto Burle Marx é certamente uma obra de arte, onde as paisagens são o elemento de maior destaque, ligando todo o conjunto com poderosa personalidade. Os espaços ajardinados do Sítio materializam tanto os princípios paisagísticos da obra de Burle Marx quanto os processos de análise, cultivo e experimentação que impulsionaram a criação do paisagismo tropical moderno. A vegetação organizada em diálogos de forma, cor e volume que permeiam todos os ambientes, mas também se articulam e interagem com a mata nativa, com a topografia e os acidentes naturais do terreno e com elementos artísticos e arquitetônicos de diferentes épocas e culturas, resultando numa paisagem notável e singular”, ressalta a diretora do SRBM, Claudia Storino.
Para a presidente do Iphan, Larissa Peixoto, este título é motivo de orgulho para o Brasil, o Iphan e toda a população brasileira.
"A chancela estabelece um compromisso para manter os valores excepcionais que tornam esse lugar de importância para toda a humanidade. Temos a missão de preservar para as futuras gerações este espaço de aprendizado e de fomento ao conhecimento sobre natureza, paisagismo, arte e botânica”, destaca.
O processo de construção de candidatura começou com a inscrição na lista indicativa brasileira a Patrimônio Mundial, em 2015. Desenvolvido pelo Iphan com a contribuição de muitos parceiros, o dossiê final do Sítio Burle Marx foi entregue à Unesco em janeiro de 2019. O documento defende o valor da propriedade como laboratório botânico e paisagístico. No segundo semestre de 2019, o Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos) realizou a “missão de avaliação” no Sítio, parte importante do processo de candidatura. A visita se desdobrou no relatório final, que subsidiou a análise pelo Comitê do Patrimônio Mundial.
O título da Unesco cria um compromisso internacional de preservação do local. Um dos próximos passos será a formalização de um plano de gestão para o Sítio e seu entorno, na perspectiva do patrimônio mundial, envolvendo diversas instituições governamentais e atores da sociedade civil e definindo a matriz de responsabilidades de todos os parceiros. O plano mapeará riscos e apontará ações para minimizar possíveis ameaças ao valor universal excepcional do SRBM.
"A chancela representa o reconhecimento sobre a importância do Sítio também para a humanidade, aumentando os compromissos com a sua proteção, conservação e gestão, o que deve atrair ainda mais visitantes para conhecer este, que é um dos mais importantes registros da influência e da obra do artista Roberto Burle Marx”, disse Gilson Machado Neto, ministro do Turismo.
É válido informar que todo o conjunto acaba de passar por uma vasta requalificação, que fortaleceu e subsidiou o processo da candidatura ao título de Patrimônio Mundial. Por meio da Lei de Incentivo à Cultura, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investiu aproximadamente R$ 5,4 milhões em projetos e intervenções para valorizar espaços de visitação, implementar medidas de acessibilidade, ampliar o acesso público e potencializar ações de pesquisa. Fruto de parceria firmada entre o Iphan e a Associação Intermuseus, associação civil sem fins lucrativos (Oscip), a requalificação iniciou em outubro de 2018 e foi concluída em fevereiro de 2021.
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Via Revista Projeto
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