segunda-feira, 15 de março de 2021

Existe algo de “inteligente” nas cidades inteligentes?


Não tem como ser um urbanista ou se interessar pelas questões das cidades e ainda não ter ouvido — muito — sobre o movimento “Cidades Inteligentes” (“Smart Cities”). A ideia é que não há nada nas cidades que o uso de dados (especialmente “big data”) ou de tecnologia não resolva. O resultado tem sido uma série de afirmações sobre como é possível solucionar problemas tão desafiadores como habitação, tráfego e desigualdade simplesmente criando modelos mais elaborados com base em big data ou implantando novas formas de tecnologia.

No entanto, ficamos céticos: é difícil ver como vamos tomar melhores decisões com dados ainda maiores e complexos quando os formuladores de políticas e tomadores de decisão parecem ignorar rotineiramente os pequenos e óbvios dados que já estão disponíveis. Como exemplo, começamos com um problema bastante simples. Muitos americanos gostariam de poder caminhar para seus destinos mais usuais, para isso eles estão dispostos a pagar um prêmio substancialpara morarem em habitações e bairros com níveis mais altos de caminhabilidade.

Enquanto isso, parece que estamos construindo de forma consistente mais bairros e cidades que dependem fortemente do carro. Certamente, se cidades inteligentes e tecnologia são a solução, elas devem ser capazes de lidar com esse problema básico, mas não são. Frequentemente escolhemos Houston, uma cidade notoriamente hostil para quem quer caminhar (embora todas as cidades americanas precisem melhorar nesse aspecto). A abordagem típica de cidades inteligentes/tecnocráticas que reúne dados abundantes sobre os padrões de viagens atuais — que refletem eles mesmos um mundo dominado por carros — que quase não contêm informações sobre transporte a pé ou de bicicleta e, ainda mais importante, não perguntam se as pessoas prefeririam lugares que tornassem mais fácil, conveniente e seguro para caminhar, comparado com lugares otimizados para o movimento de veículos.

Da forma como as “cidades inteligentes” e o pessoal da tecnologia abordam, “consertar” cidades e transportes é tudo sobre veículos, como ilustram suas simulações.

Confira mais detalhes e o artigo completo. Vale o Clique!

Via ArchDaily

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Todos os comentários são bem vindos.
Desde que não sejam comentários anônimos.