Dessa forma, o térreo – a construção conta ainda com um pavimento inferior, de fruição do público, e um subsolo destinado à garagem – está solto do terreno, apoiado sobre pilares recuados e invisíveis desde o exterior. O andar, que agrega galeria de acesso/recepção, café, auditório para até cem pessoas e salas para cursos, é acessível por meio de rampa lateral externa, que, caracterizada pelo desenho sinuoso, é presença recorrente e marcante em projetos do arquiteto.
As fachadas frontal e lateral, por onde ocorre o acesso ao instituto, têm, respectivamente, orientação sudoeste e sudeste, sendo a primeira semitransparente (brises com angulação de 45 graus vedados com painéis de vidro piso-teto estão contidos nessa face flutuante) e a segunda uma superfície cega, interrompida apenas pela porta principal envidraçada. Os brises, então, proporcionam a iluminação amena à galeria de acesso, cuja ambiência clara (paredes e forros brancos, piso cimentado cinza) contrasta com o invólucro de madeira dos nichos programáticos a ela conectados. Já a setorização foi planejada de modo a posicionar no miolo da construção, onde é ausente a iluminação natural, ambientes estanques, como o auditório, ou de menor permanência, com a exceção da recorrência à luz zenital sobre a escada de ligação com os andares abaixo.O pavimento inferior – semienterrado, graças ao caimento do terreno para o lado esquerdo – tem programa misto, didático (ambientes para aulas de culinária), de eventos (sala multiúso) e administrativo, também com acesso direto para a rua, reservado ao fluxo de funcionários. E, junto à sua fachada noroeste, um pátio aberto resguarda a construção em relação ao exterior, servindo de fonte de luz natural e cenário para o espaço de eventos. Enxuto em detalhes, o projeto tem o mérito de acomodar programa denso com a extrema simplicidade de sua linguagem arquitetônica. (Por Evelise Grunow)
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