Apesar disso, a primeira escola da área só foi criada há pouco mais de 100 anos e trazia a experiência de guerra para criar objetos artísticos, funcionais e industriais. Por isso mesmo, até hoje a Bauhaus é considerada a mais influente instituição voltada à arquitetura da história.
Ao unir arte e indústria, a escola mudou o mundo da arquitetura. É por isso que, 100 anos após sua criação, é difícil encontrar uma peça que não tenha influências diretas da Staatliches-Bauhaus. Saiba mais sobre as origens, obras e legados, além da linha Bauhaus, da Portobello, que presta uma homenagem ao movimento.ORIGEM
Fundada em 1919 na cidade alemã de Weimar pelo arquiteto Walter Gropius (1883–1969), a Bauhaus é considerada a escola de arquitetura e design mais importante de todos os tempos. Seu nome é a inversão do termo hausbau — “construção da casa”.
Em 1926, ela foi transferida para Dessau, onde ainda se conserva seu célebre edifício. Ao contrário do que se poderia imaginar, a mudança de sede não a enfraqueceu.
Muitas construções que definem o movimento foram erguidas em Dessau, como o Edifício Bauhaus, ícone do modernismo. Ele foi projetado pelo escritório de arquitetura privada de Gropius em cooperação com as oficinas da escola.
Gropius dirigiu a Bauhaus até 1928. Durante a sua gestão, arquitetos, pintores e escultores trabalharam em uníssono com o objetivo de unir arte, técnica e produção industrial para repensar a vida contemporânea.
Em 1932, os nacionais-socialistas alcançaram a maioria na assembleia da cidade de Dessau e conseguiram aprovar uma resolução para fechar a escola. A transferência para uma antiga fábrica de telefones em Berlim foi apenas um interlúdio para o seu fechamento definitivo a mando do governo nazista, em 1933, que considerava sua produção “arte degenerada”.
Mas isso não impediu que seu legado inspirasse arquitetos, artistas e designers até hoje.
Após o fim da Staatliches-Bauhaus, um grande número de pessoas que ensinaram e estudaram na escola emigraram, contribuindo grandemente para a disseminação global dos seus conceitos.
Em 1937, Walter Gropius, Lászlo Moholy-Nagy e, sobretudo, Ludwig Mies van der Rohe criaram a New Bauhaus, em Chicago. Assim, tornaram-se os arquitetos mais importantes e influentes dos Estados Unidos.
Já em 1945, Gropius criou o Architecte’s Collaborative (TAC), durante o período em que foi professor da Universidade de Harvard.
IDEIA
A grande proposta da Bauhaus era a construção de casas simples, eficientes e acessíveis para os trabalhadores.
Era a primeira vez que grandes arquitetos não se concentravam em criar palácios para a realeza ou monumentos para a Igreja e o Estado, mas em algo pensado para o homem comum.
Por isso, eles se consideravam líderes de uma revolução social, e não meramente estética. Para alcançar a construção em larga escala com rapidez e baixo custo, eram usados componentes padronizados.
As características mais marcantes eram:
interligação com todo tipo de artesanato, como cerâmica, tecelagem e marcenaria; produção industrial: valorização da máquina e do desenho de produtos; princípios racionais no lugar de padrões herdados do passado; interiores de planta livres, sem paredes internas; coberturas planas e transformadas em terraços; janelas amplas em fita ou fachadas de vidro; paredes lisas e, geralmente, brancas; nascimento do design industrial; predomínio de linhas retas; geometrização das formas; simplificação dos volumes; tubos brancos inflexíveis; materiais pré-fabricados; abolição da decoração; concreto, vidro e aço.
A escola de Bauhaus visava aprimorar desde os móveis até a malha urbana europeia.
Mais do que a estética, o movimento queria trazer praticidade e ergonomia aos objetos, já que um design de produto inteligente precisa ser funcional.
Cada material era valorizado individualmente, com diversas possibilidades de usos e experimentos.
ALFABETO
A tipografia sturm blond, desenhada em 1925 por herbert bayer — ex-aluno e diretor da oficina de tipografia e publicidade da bauhaus —, é um excelente ponto para demonstrar muitos dos princípios da escola. o fator mais marcante dela é o que chama atenção de cara: a falta de maiúsculas no seu alfabeto.
Para justificar a sua escolha, bayer dizia que a palavra falada não fazia distinção entre maiúsculas e minúsculas, além disso, facilitaria a aprendizagem da leitura na escola primária e economizaria espaço de armazenagem para os tipos. enfim, só traria vantagens.
Essa lógica minimalista, utilitarista e prática permeava um país que, mesmo com recursos escassos, tentava se recuperar de uma derrota traumática na primeira guerra mundial. a ideia se repetiria em diversos projetos da bauhaus: móveis sem ornamentos, pouca diversidade de materiais e traços retos e objetivos.
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Via ArchTrends