domingo, 19 de junho de 2022

Recuo obrigatório, um equívoco que precisa acabar

O muro é um dos principais problemas de nossas cidades. Materialização divisionista por excelência, tira o sentido da convivência nas ruas e transforma o caminhar por nossas calçadas em uma experiência vazia, monótona e insegura. E a explicação para isto tem origem em um dogma do urbanismo tupiniquim nas últimas décadas: o recuo obrigatório. Cidades violentas de outros países, não apelaram aos muros. Repare que regiões mais antigas, como os centros das grandes cidades brasileiras, não são cheias de muros e as construções geralmente são coladas umas nas outras, no alinhamento da calçada, com portas e janelas já voltadas para a rua. 



A partir de meados do século 20, com a hegemonia no Brasil do urbanismo modernista (que sempre concebeu a cidade para os automóveis), prefeituras passaram a obrigar que as construções fossem separadas da rua e entre si, ocupando só um pedaço no meio do terreno. Essa imposição tinha motivação ambiental, com base em conceitos ultrapassados que entendiam que uma maior insolação e ventilação eram essenciais do ponto de vista sanitário.

Já é tempo de pôr fim a esta exigência sem sentido para a maior parte das áreas urbanas. Em meio a estímulos para “fachada ativa” e conscientização em busca de uma cidade mais voltada ao pedestre, é irônico que justamente uma sociedade que sofre com os muros e os reconhece como nocivos, mantenha uma legislação que dá incentivo a sua proliferação.

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Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

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