Nessa paisagem marítima, a água é o “espaço comum” por excelência pois, a um só tempo, nos aproxima e afasta da figura do outro, isto é, do desconhecido e do imprevisível – tudo o que as cidades contemporâneas parecem sintomaticamente negar. É justamente aí, nesse “espaço comum” inconstante, que as navegações atravessam, articulam e disputam as diferentes identidades culturais e naturais. Portanto, se antes o horizonte das navegações era o encontro com novas terras, hoje é o encontro com novas águas, ou melhor, com novos “comuns”.
O sitio do Espaço Cultural da Marinha onde será implantado o MMB pode ser entendido através de duas espacialidades distintas, a saber: a de um largo, curto e amplo, e a de um píer, longo e estreito. A diferença espacial entre ambos é oportuna pois exigirá respostas projetuais diversas e complementares.
Por ser onde o sitio encontra a cidade, o largo exige um cuidado urbano particular. Em seu entorno, identificamos três situações que vão orientar a proposta de um edifício. A primeira é o eixo viário da avenida Presidente Vargas, coroado pela igreja da Candelária. A segunda é a orla Prefeito Luiz Paulo Conde que costura os projetos de requalificação da região central. E a terceira são as proporções dos edifícios do entorno imediato.
Já o píer, por sua espacialidade peculiar e afastamento urbano pelas águas, exige um cuidado paisagístico especial. Há duas situações que prevalecem nesse local e que vão orientar a proposta projetual. A primeira é a sua condição primordial de proximidade com as águas que possibilitou os mais variados usos durante a sua trajetória histórica na área portuária. E a segunda é a sua inevitável presença linear na paisagem tanto de quem caminha pela orla quanto de quem navega pela baia.
VIA ARCHDAILY
_________________________________
Editora: Maria Karolina Milhomens
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Todos os comentários são bem vindos.
Desde que não sejam comentários anônimos.