domingo, 31 de outubro de 2021

Maior estrutura de madeira do mundo será construída na Suécia



Visando reduzir as emissões de carbono da Suécia produzidas pela indústria florestal, Anders Berensson Architects propuseram construir a maior estrutura de madeira do mundo, intitulada Banco de Norrland. O projeto visa armazenar um ano de produção de madeira – e seu equivalente em dióxido de carbono –, garantindo a continuidade das indústrias de construção e manufatura suecas, independentemente do clima e do consumo.


O quilômetro cúbico das toras armazenadas configurará a maior estrutura de madeira do mundo, e o maior armazenamento de dióxido de carbono feito pelo homem até hoje. Ao invés de queimar a madeira para produção de papel ou combustível, como é praticado atualmente, a estrutura ajudará a armazenar a madeira para uso futuro. Esse processo evita a liberação de grandes quantidades de dióxido de carbono na atmosfera.

Para saber mais, Vale o Clique!


Via Archdaily

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Editora: Geovana Silva

8 layouts que funcionam para qualquer quarto

Embora tenhamos a tendência de organizar obsessivamente (e reorganizar e re-reorganizar) o resto da nossa casa, os quartos muitas vezes ficam de fora. Talvez porque são mais privados e menos propensos a serem vistos por olhares julgadores, ou talvez porque a principal atividade que ocorre neles seja (isso mesmo) dormir.

Em todo caso, é um fato bem conhecido que reorganizar seu quarto pode ajudar a melhorar seu humor e até mesmo seus ciclos de sono – portanto, não há razão para evitar a otimização deste espaço.

A questão é um layout de irregular ou um espaço minúsculo? Nada tema. A Dezeen pediu a duas designers da Califórnia – Aly Morford e Leigh Lincoln da Pure Salt Interiors, um estúdio que se tornou sinônimo de projetos elegantes e acessíveis – para se debruçarem em layouts que elas bem conhecem… Tanto para quartos gigantes quanto para quartos de pequenininhos. 

Para isso a Casa Abril separou 8 layouts para servir de inspiração. Vale apena conferir!


VIA CASA ABRIL
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Editora: Maria Karolina Milhomens

sábado, 30 de outubro de 2021

Proposta vencedora do concurso para o Museu Marítimo do Brasil busca "retomar a proximidade com a água"

Organizado pelo Departamento Cultural do Abrigo do Marinheiro (DCAMN), em parceria com a Marinha do Brasil e o Departamento do Rio de Janeiro do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB/RJ), o concurso nacional para o Museu Marítimo do Brasil teve como vencedora a equipe composta pelos escritórios messina | rivas (São Paulo, Brasil) e Ben-Avid (Córdoba, Argentina). O grupo binacional apresentou um projeto que busca "retomar a proximidade com a água e o que ela pode representar como espaço comum entre as diferenças".

Nessa paisagem marítima, a água é o “espaço comum” por excelência pois, a um só tempo, nos aproxima e afasta da figura do outro, isto é, do desconhecido e do imprevisível – tudo o que as cidades contemporâneas parecem sintomaticamente negar. É justamente aí, nesse “espaço comum” inconstante, que as navegações atravessam, articulam e disputam as diferentes identidades culturais e naturais. Portanto, se antes o horizonte das navegações era o encontro com novas terras, hoje é o encontro com novas águas, ou melhor, com novos “comuns”.  

O sitio do Espaço Cultural da Marinha onde será implantado o MMB pode ser entendido através de duas espacialidades distintas, a saber: a de um largo, curto e amplo, e a de um píer, longo e estreito. A diferença espacial entre ambos é oportuna pois exigirá respostas projetuais diversas e complementares. 

Por ser onde o sitio encontra a cidade, o largo exige um cuidado urbano particular.  Em seu entorno, identificamos três situações que vão orientar a proposta de um edifício. A primeira é o eixo viário da avenida Presidente Vargas, coroado pela igreja da Candelária. A segunda é a orla Prefeito Luiz Paulo Conde que costura os projetos de requalificação da região central. E a terceira são as proporções dos edifícios do entorno imediato. 

Já o píer, por sua espacialidade peculiar e afastamento urbano pelas águas, exige um cuidado paisagístico especial. Há duas situações que prevalecem nesse local e que vão orientar a proposta projetual. A primeira é a sua condição primordial de proximidade com as águas que possibilitou os mais variados usos durante a sua trajetória histórica na área portuária. E a segunda é a sua inevitável presença linear na paisagem tanto de quem caminha pela orla quanto de quem navega pela baia. 



VIA ARCHDAILY

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Editora: Maria Karolina Milhomens

Cerâmica vs. porcelanato: conheça as diferenças entre os revestimentos frios















Pastilhas, cerâmicas, porcelanatos, azulejos: ao nos referirmos aos revestimentos, muitas são as possibilidades que podemos escolher para dar acabamento, e identidade, aos nossos projetos. Atualmente os revestimentos frios são organizados em dois grupos principais, os cerâmicos e os porcelanatos. Apesar da sua comercialização comum, sua principal diferença está em seu processo produtivo.

O revestimento cerâmico é composto por argila e outros minerais que dão mais resistência para a peça. Essa mistura é queimada a altas temperaturas e esmaltada na parte de cima, enquanto na parte de trás tem uma coloração mais terrosa. Já o porcelanato também é composto por uma mistura de argila e minerais rochosos que são queimados a alta temperatura. A grande diferença, porém, está na composição desses minerais, que são mais nobres, incluindo alguns utilizados para fabricação das porcelanas tradicionais. Outra importante diferença está na temperatura da queima, que é mais alta nos porcelanatos do que nas cerâmicas. O resultado é uma peça mais acinzentada na parte de trás. Devido à diferença nesse processo de fabricação e da composição das matérias primas, os revestimentos cerâmicos são mais baratos do que os porcelanatos.


O porcelanato, especificamente, apresenta ainda mais variações possíveis. Ele pode ser esmaltado ou técnico, também conhecido como massa única. O porcelanato técnico tem a mesma cor em toda a espessura, pode ser polido ou natural e não recebe impressão em sua peça. Já o porcelanato esmaltado recebe a impressão na parte de cima e pode também receber acabamento liso, áspero, brilhante ou acetinado, variando de acordo com o fabricante.



Independentemente do estilo do revestimento, seja ele cerâmico ou porcelanato, os revestimentos frios trazem as vantagens de serem materiais com baixa e fácil manutenção, além de serem bastante duráveis. 

Para saber mais, Vale o Clique!


Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

Como escolher pisos para áreas públicas e de alto tráfego





Atualmente há uma infinidade de opções de pisos disponíveis no mercado, cada qual com suas especificações e particularidades. Ao projetar um espaço público, é fundamental fazer as perguntas corretas para definir os materiais de acordo com os requisitos e funções de cada uma de suas partes. 

Para começar: onde o piso será instalado? (área interna/externa; área molhada/úmida) / qual a quantidade de tráfego ao qual será submetido? (leve, moderado, alto tráfego) / que tipo de fluxo o piso receberá? (Pessoas, bicicletas, veículos leves, veículos pesados) / que tipo de inserção você quer adicionar considerando o contexto preexistente?

Para saber mais, Confira! 



Via: ArchDaily
Autor ª : Audrey Migliani 
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Editora: Eryka Letycia


sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Museu do Oscar é concluído e ganha nova data de inauguração


Nove anos depois de anunciar o projeto, o renomado arquiteto italiano Renzo Piano concluiu as obras do Academy Museum of Motion Pictures, o Museu do Oscar. O espaço, situado em Los Angeles, nos Estados Unidos, conecta dois edifícios: um prédio histórico de 1939 e uma estrutura esférica projetada pelo arquiteto. Por conta da pandemia, a inauguração do instituto cultural, que iria ocorrer em abril deste ano, foi adiada para 30 de setembro.  

Avaliado em cerca de US$ 500 milhões (cerca de R$ 3,3 bilhões), o museu é inteiramente dedicado ao cinema e às artes visuais. O local, operado pela Motion Picture Academy, ocupa parte do antigo edifício May Company Building, que agora é conhecido como Saban Building. O prédio teve parte de sua arquitetura original preservada pelo arquiteto e recebeu uma chamativa fachada dourada em formato de cilíndro.  

O Museu do Oscar possui dois salões que devem exibir produções atuais e filmes que marcaram a história do cinema. A primeira sala, denominada David Geffen Theatre, conta com 1.000 lugares. Já o segundo espaço, nomeado Ted Mann Theatre, é um pouco mais compacto e pode receber até 288 pessoas. Além de exibir filmes, os dois espaços podem ser utilizados também para apresentações de orquestras.  

A instituição cultural conta com uma coleção de 12,5 milhões de fotografias, 237 mil filmes, 65 mil pôsters e cerca de 133 mil peças de arte utilizadas nas produções de Hollywood. Os visitantes poderão transitar ainda por uma sala com estatuetas do Oscar que simula uma noite de premiação do evento.  

Com a conclusão das obras e a nova data de inauguração estabelecida, a instituição cultural anunciou uma série de eventos virtuais e gratuitos que começarão em abril e terminarão somente no dia da inauguração, em setembro deste ano. A programação, divulgada no site do museu, inclui a exibição de filmes, uma exposição em homenagem ao animador japonês Hayao Miyazaki e uma conversa com o diretor e vencedor do Oscar, Spike Lee.


Via Casa Vougue

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Editora: Naely

Qual deve ser a distância entre o sofá e a televisão?

Há muitas pessoas que diariamente se perguntam qual é o tamanho ideal de uma televisão para o tamanho de sua sala de estar ou qual é o melhor lugar para colocá-la. A verdade é que há uma série de fatores a serem considerados ao decidir onde colocar o dispositivo que envolvem considerar as dimensões tanto do ambiente quanto da televisão, a resolução da imagem, a altura, o design e assim por diante. Aqui estão algumas recomendações para garantir o conforto e o bem-estar dos usuários, evitando possíveis problemas de fadiga ocular ou posturas corporais inadequadas.confortável e eficiente de acordo com o seu uso.

Para saber, Vale o Clique!


Via: ArchDaily
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Editora:
Eryka Letycia

“Privatizar o Palácio Capanema é um crime contra o patrimônio mundial”, diz DOCOMOMO

“Privatizar o Palácio Capanema reformado e sua praça mostraria uma constrangedora falta de educação e cultura, um falso senso de economia e uma assustadora imprevidência configurando um crime contra o patrimônio nacional e mundial” – assim se manifestam o DOCOMOMO Internacional  (Comitê Internacional de Documentação e Conservação de Edifícios, Sítios e Bairros do Movimento Moderno) e do Brasil no abaixo-assinado PATRIMÔNIO SITIADO NO BRASIL que começou a circular nas redes sociais no fim-de-semana.

O documento acentua que, pelo seu destacado valor universal, o Palácio foi incluído na lista apresentada pelo Brasil para indicação de Patrimônio Mundial da UNESCO.

O manifesto ressalta que o prédio – temporariamente desocupado em razão das obras de seu restauro – abriga unidades de cultura, como o próprio IPHAN, além de auditório, galeria de exposições, biblioteca e atividades e eventos relevantes realizados na área entre os pilotis. Tratar o edifício como se fosse apenas uma laje de escritório comum e vazia “é uma proposta absurda, visto que o Palácio Capanema é um ícone de valor incalculável apenas momentaneamente fechado para a reabilitação dos seus salões, passeios e jardins. O antigo Ministério da Educação e Cultura não é um elefante branco”.

As unidades foram transferidas para espaços alugados. Esperava-se que retornassem após a conclusão da restauração e o edifício recuperasse seu status de Palácio da Cultura aberto a todos: um local de estudo, pesquisa, diálogo e encontros públicos, um símbolo persistente de progressista, bela, e modernidade generosa, no Brasil e no exterior”.

Confira o Manifesto na íntegra. Vale o Clique!


Via CAU/BR
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Editor: Altillierme Carlo

quinta-feira, 28 de outubro de 2021

Squid Game / Round 6: minimalismo cool e espaços de opressão

Lançada pela Netflix no dia 17 de setembro deste ano, Squid Game (conhecida também como Round 6) já é a maior série realizada em um idioma que não o inglês, disse Ted Sarandos, co-CEO e Chefe de Conteúdo da plataforma de streaming, e tem grandes chances de se tornar a maior série já produzida pela gigante do entretenimento. Isolados do mundo em uma complexa instalação de escala industrial à qual não fazem ideia de como chegaram – foram, todos, sedados no caminho –, os participantes devem superar seis desafios que envolvem jogos infantis populares na Coreia do Sul. Cabo de guerra e bolinha de gude estão entre as brincadeiras, mas agora, à diferença da época de criança, os perdedores são brutalmente assassinados por fuzis ocultos nos cenários construídos especialmente para os jogos ou por capangas mascarados trajados em macacões cor-de-rosa.

A direção de arte, chefiada por Chae Kyung-sun, foi primorosa nos detalhes. Em entrevista à Netflix Korea, a designer comenta o desenho escalonado das camas metálicas onde dormem os jogadores. “A sociedade moderna é uma competição constante para escalar patamares, pensamos em retratar isso no desenho das camas.” Em vez de tratá-los como pessoas, o projeto de Chae faz pensar nos competidores como objetos quaisquer empilhados nas prateleiras de um galpão.

O elemento mais atraente do projeto cenográfico é, no entanto, a circulação vertical da gigantesca instalação subterrânea. Uma labiríntica escadaria em tons pastéis de verde, azul e rosa, evidentemente inspirada na Muralha Vermelha de Ricardo Bofill, é a espinha dorsal do projeto, conectando ambientes em diferentes níveis e aproximando os espaços minimalistas daqueles cavernosos.

A labiríntica estrutura tem flagrante referência nas famosas litografias do artista gráfico holandês Maurits Cornelis Escher (1898-1972), cuja obra apresenta “operações matemáticas que incluem objetos impossíveis, explorações do infinito, reflexão, simetria, perspectiva, poliedros truncados e geometrias hiperbólicas.”

Em 1745 o arquiteto e artista Giovanni Battista Piranesi (1720-1778) deu início a uma série de 16 gravuras a qual chamou de Carceri. Traduzida como Prisões, a obra retrata enormes arcadas subterrâneas, escadarias, passarelas e outros elementos arquitetônicos conformando, algumas vezes, geometrias impossíveis como as que Escher, dois séculos mais tarde, elaborou. Feitas a partir de um processo cumulativo de desenho e redesenho, as gravuras chamaram a atenção de Serguei Eisenstein que, eu seu texto Piranesi or the Fluidity of Forms (1946-47), chegou a dizer que na base da composição daqueles conjuntos arquitetônicos “encontra-se a mesma dança que está também na base da criação da música, pintura e montagem cinematográfica”, identificando uma visceral relação entre movimento, arquitetura e a arte do cinema. 


VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens


Como usar redes em apartamentos?

Uma das paixões nacionais e unânime ícone de brasilidade, as redes fazem parte do dia a dia do brasileiro e representam um importante mobiliário da casa. Morar em apartamentos ou casas pequenas, porém, muitas vezes pode tornar mais difícil a inclusão delas no ambiente doméstico. Neste artigo apresentamos exemplos de como incluir as redes nos projetos, inspirando seu uso em apartamentos. 

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Via: ArchDaily

Autor : Escrito por Giovana Martino
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Editora: Eryka Letycia

Projeto interseccional: transformando a prática arquitetônica para o futuro



O projeto interseccional pode ser entendido como uma abordagem que leva em conta diversos fatores — de identidade, gênero, raça, sexualidade, classe e muitos mais — e como estes interagem entre si. Considerando isso, quanto melhor compreendermos as questões relativas ao contexto específico e aos usuários para os quais projetamos nossos espaços, melhor serão nossos edifícios e, consequentemente, as cidades que estaremos construído para o futuro. 

O termo interseccionalidade foi cunhado pela jurista, professora e intelectual afro americana Kimberlé Williams Crenshaw em 1989 como elemento fundamental de sua teoria crítica de raça, na qual ela defende que muitos indivíduos enfrentam diferentes formas de discriminação simultaneamente. Projeto interseccional, então, é uma abordagem baseada em um auto-exame crítico prévio, o qual pretende desconstruir os preconceitos dos projetistas em relação a uma determinada comunidade e/ou contexto social específico.

A interseccionalidade é uma abordagem que procura dar voz as invisibilidades de uma sociedade, chamando a atenção para o fato de que é preciso muito trabalho para nos desafiarmos consistentemente a estarmos atentos a aspectos de poder que não necessariamente nos afetam individualmente. 

A abordagem interseccional reconhece os diferentes tipos de discriminação como pontos de sobreposição ou como pontos de intersecção. Desta forma, a interseccionalidade na disciplina de arquitetura e na indústria da construção civil não é apenas uma luta política ou uma simples busca por reconhecimento, ela busca o estabelecimento de uma estrutura de responsabilidade coletiva e ação em direção a práticas mais inclusivas, igualitárias e socialmente justas. 

Arquitetura é tanto função quanto estética, é tanto política quanto social, aborda questões econômicas ao mesmo tempo que procura responder a critérios de sustentabilidade. Ao abordar questões de justiça social e ambiental fazendo uso de estratégias interseccionais, arquitetas e arquitetos estão começando a ressignificar não apenas a forma como concebemos e construímos nossos edifícios e espaços, mas também o seu papel na sociedade e, principalmente, a quem seus edifícios deveriam servir. 

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Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

quarta-feira, 27 de outubro de 2021

Como projetar e calcular uma escada?

Essa pergunta pode ser básica e você seguramente conhece a resposta. Mas nunca é demais recordar alguns cálculos elementares que nos ajudam a acelerar o processo de projeto. Uma escada consiste basicamente de uma série de degraus, que por sua vez consistem em um piso (sua parte horizontal, onde o pé descansará) e um espelho (sua parte vertical). Dependendo do projeto, pode existir um ou mais patamares, corrimãos e uma pequena saliência que se projeta do piso sobre o degrau inferior, permitindo aumentar seu tamanho sem acrescentar centímetros às dimensões gerais da escada.

Confira a fórmula desenvolvida pelo arquiteto francês François Blondel, que permite determinar as dimensões corretas de uma escada confortável e eficiente de acordo com o seu uso. Mais detalhes, Confira!

 

Via: ArchDaily

Autor : José Tomás Franco / Traduzido:  Eduardo Souza
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Editora: Eryka Letycia

Potência solar: Usinas de energia renovável vistas de cima


As previsões para o futuro são alarmantes. Pelo menos é o que nos mostra o relatório do IPCC 2021, Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (órgão da ONU) recentemente publicado. Segundo o documento, as mudanças climáticas causadas pelos seres humanos são irrefutáveis e irão se agravar nas próximas décadas se não houver esforços para modificar a situação, afirmando que o aquecimento de 1,5ºC a 2ºC será ultrapassado em um futuro muito próximo.

Segundo o Secretário-Geral das Nações Unidas, Antonio Guterres, o relatório representa “um código vermelho para a humanidade” soando, principalmente, como uma sentença de morte para os combustíveis fósseis. Nesse sentido, as esperanças voltam-se para as energias renováveis, sobretudo solar e eólica, indicando um aumento dos investimentos para que a geração deste tipo de energia seja multiplicada no decorrer das próximas décadas. 



Ao encontro desse futuro mais sustentável, grandes empreendimentos espalhados pelo mundo têm materializado o potencial da produção de energia solar em larga escala. Essas usinas termo solares de grande porte apresentam um sistema que difere do método tradicional que converte a luz solar diretamente em energia elétrica por meio dos painéis fotovoltaicos. Nelas, a energia térmica do sol é usada para aquecer o sal fundido usado para aquecer a água que, por sua vez, como vapor sob pressão, gira um gerador de energia elétrica. Uma das principais vantagens da estratégia é o fato de ela permite que a usina funcione mesmo no período noturno, ou seja, sem incidência de luz solar, visto que o sal fundido retém o calor solar melhor do que a água, esfria mais lentamente, funcionando como uma bateria térmica.


Localizadas em pontos estratégicos do globo terrestre, onde o sol predomina em 90% do ano, suas extensões podem atingir quilômetros quadrados, possibilitando o abastecimento de mais de 100 mil residências. E não apenas seus dados e tecnologia impressionam, essas usinas também criam fascinantes composições geométricas implementadas em meio a paisagens desérticas. Alguns exemplos são: Usina Noor, Ouarzazate, Marrocos; Gemasolar Solar Concentrator, Sevilha, Espanha; Ivanpah Solar Electric Generating System, Califórnia, EUA .

Para saber mais, Confira!

 



 Via: ArchDaily
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 Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

terça-feira, 26 de outubro de 2021

Industrial Nouveau: projetos de reuso que transformam a vida urbana



Nenhum edifício está isolado. Envolvendo redes ambientais e culturais, a arquitetura é uma arte inerentemente fundamentada. Assim, limites e restrições impulsionam o processo de projeto, gerando soluções que celebram o mundo como o encontramos. Incorporando essa dinâmica, os projetos de renovação e reutilização adaptativa abrangem problemas desafiadores e condições existentes. Isso é especialmente verdadeiro quando se trabalha com edifícios industriais, locais onde maquinários, manufatura e energia são combinados.


Existem inúmeras escalas e abordagens formais para a arquitetura industrial. De cervejarias e serrarias, a armazéns e refinarias, cada edifício é criado em torno de processos especializados. Muitas vezes preservando a estrutura e os envoltórios originais, as renovações geralmente introduzem novos programas dentro de limites definidos. Sejam empreendimentos públicos ou privados, essas transformações acontecem em velocidades variadas. Embora alguns projetos possam ser lentos e ad-hoc por natureza, as renovações geralmente sinalizam maiores empreendimentos futuros dentro de um bairro ou distrito. Explorando renovações industriais em todo o mundo, os projetos a seguir foram feitos com inserções cuidadosas e arranjos espaciais criativos. Respeitando técnicas e métodos de construção históricos, as renovações combinam uma lógica baseada no local mas com conceitos contemporâneos.

O Kraanspoor é um edifício de escritórios transparente e leve de três pavimentos construído sobre uma plataforma de concreto nas imediações do antigo pátio do estaleiro da NDSM (Nederlandsche Dok en Scheepsbouw Maatschappij), uma relíquia da indústria naval de Amsterdam. Esse monumento industrial, construído em 1952, possui 270 metros de comprimento, 13,5 metros de altura e uma largura de 8,7 metros. A nova construção acima possui os mesmos 270 metros de comprimento, com 13,8 metros de largura e acentua o tamanho original do Kraanspoor e a vista espetacular do rio IJ. 

Localizada na “Ilha de Nantes”, local em transformação industrial, o projeto de requalificação dos Armazéns da Alstom marca um novo passo em direção ao objetivo de reabilitação urbana. Ele vai além - trata de se apropriar da cidade no antigo local dos armazéns da Alstom para que uma nova dinâmica surja no cruzamento da cultura, tecnologia e economia. Em mais de 20 anos, o espaço disponível dos armazéns existentes será reestruturado e convertido em um distrito polivalente de criatividade, a Escola Superior de Belas Artes de Nantes Saint-Nazaire.

Para saber mais, Confira!



Via: ArchDaily
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Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

O cimento pode ser um material (mais) sustentável



“Se a indústria do cimento fosse um país, seria o terceiro maior emissor de dióxido de carbono do mundo, com cerca 2,8 bilhões de toneladas, superado apenas por China e Estados Unidos.” Essa afirmação chama muita atenção na reportagem de Lucy Rodgers para a BBC, sobre a pegada ecológica do concreto. Com mais de 4 bilhões de toneladas produzidas por ano, o cimento responde por cerca de 8 por cento das emissões globais de CO2 e é elemento fundamental para a produção de concreto, o produto mais fabricado no mundo. Para se ter uma noção, produz-se cerca de meia tonelada de cimento por pessoa do mundo todo ano, o suficiente para construir 11.000 edifícios Empire State. Com esses números impressionantes, há alguma forma de reduzir este impacto? Sim, é possível reduzir uma parte desse impacto.

Os chamados materiais de cimentação suplementares (SCMs) são geralmente subprodutos de outras indústrias, como escória da produção de aço e cobre.

Ao substituir parte do clínquer por esses materiais, o concreto adquire novas características, que podem ser desejáveis em alguns casos, mas principalmente mostram uma notável capacidade de reduzir a emissão de CO2.  Outra possibilidade é a cinza vulcânica, ao aquecer cal e cinza vulcânica a cerca de 900° C, e depois misturar isso com água do mar, atinge-se um material extremamente resistente e estável.


Mas as inovações podem ir além. A CarbonCure, por exemplo, busca reduzir as emissões de dióxido de carbono de uma forma bastante distinta. A startup canadense desenvolveu um processo chamado Mineralização de CO2, que consiste em injetar dióxido de carbono na mistura de concreto, fazendo-o reagir com os íons de cálcio do cimento para formar um mineral de tamanho nanométrico, o Carbonato de Cálcio, que fica embutido no concreto, tornando-o mais resistente. A empresa Solidia Tech tem desenvolvido experimentações em torno de uma nova receita de cimento que substitui o calcário pelo mineral wollastonita, que não elimina o dióxido de carbono. Já que não requer aquecimento. 

Além disso, ele reteria dióxido de carbono no ar durante a cura, criando um produto com emissões negativas. Como aponta este artigo, o resultado é que os blocos de concreto feitos de cimento da Solidia capturam cerca de 240 kg de dióxido de carbono para cada 1.000 kg de cimento usado na mistura. Isso além de menos emissões produzidas durante a fabricação do cimento. A crise climática tem demandado soluções urgentes e, aos poucos, a indústria da construção começa a aceitar mais materiais alternativos que possam contribuir para a mudança.

Cabe nos perguntar se, no futuro, o concreto deve manter-se o material protagonista da indústria da construção ou se é possível pensar em substituí-lo ou misturá-lo com outros materiais inerentemente menos poluentes.

Para saber mais, Confira!



Via: ArchDaily
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Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

domingo, 24 de outubro de 2021

Beliches integrados à arquitetura: dicas de materiais e design

É um equívoco comum que os beliches sejam usados exclusivamente para quartos de crianças e adolescentes. Embora os beliches sejam uma ótima solução para crianças, o aspecto prático dos beliches, que oferece amplo espaço para dormir e economiza espaço no chão, os torna excelentes para uma variedade de finalidades e aplicações. Com o aumento da densidade e a parcela da população vivendo em grandes centros urbanos fazendo uso de espaços cada vez menores, observou-se um impulso para a modularidade na arquitetura de interiores. Por esse motivo, beliches e áreas de dormir suspensas têm se tornado uma ótima solução para maximizar a metragem quadrada.





Via: ArchDaily
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Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

"Residência Estudantil City Beach / iredale pedersen hook architects"

Descrição enviada pela equipe de projeto. A Residência Estudantil City Beach acomoda até 66 alunos do interior, matriculados em programas seletivos do ensino médio para alunos superdotados e talentosos, em algumas das melhores escolas de Perth. As novas instalações residenciais oferecem espaços de ensino e aulas após o expediente escolar, combinados com recreação, refeitório, ginásio, administração e espaços para conferências. O volume foi implantado sobre um platô com declive acentuado próximo à praia, com vistas distantes da cidade e imediatamente adjacente ao Bold Park. O projeto aproveita essas oportunidades, equilibrando as paisagens da cidade e da praia, além de vistas relaxantes para o parque.

As novas instalações de ensino e recreação abrangem uma árvore Ficus madura, que faz parte do domínio público e do contexto da rua, além de atuar como uma figura reconfortante e familiar para as fronteiras do país. O edifício se estende ao redor da árvore para formar um pátio voltado para a ensolarada face norte, protegido da rua e dos ventos intensos do sudoeste, criando uma separação acústica para as residências adjacentes. A planta com conceito aberto também permite que os alunos observem passivamente os outros, mantendo uma interação social enquanto se sentem seguros. Além disso, tal estratégia encoraja a reunião e a comunicação informal, enquanto permite o ensino formal, bem como os treinamentos.







VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

sábado, 23 de outubro de 2021

Rompendo o estigma estético da habitação social


Historicamente, a estética e a funcionalidade representam dois dos principais valores relacionadas à arquitetura e ao planejamento urbano — e isso não é diferente quando lidamos com projetos de habitações sociais e acessíveis. Embora os princípios de beleza e utilidade, com a adição do conceito de firmeza, tenham sido utilizados para definir à arquitetura desde Vitrúvio, por outro lado, ao analisarmos a paisagem construída através destas três lentes apenas, acabamos deixando de contemplar uma série de outros importantes aspectos que caracterizam estas duas disciplinas. Frutos desta nossa inaptidão em perceber os diferentes valores que a arquitetura engendra são o preconceito em relação as qualidades (ou da suposta falta delas) estéticas em projetos de habitação social e habitações acessíveis, a estereotipação dos aspectos socioeconômicos que as fazem necessárias e o discurso discriminatório associado as pessoas que se beneficiam destas políticas habitacionais. Habitações acessíveis são estruturas de propriedade de incorporadores privados, investidores ou corporações. O financiamento para a construção de unidades acessíveis é obtido tanto através de meios públicos quanto privados—variando enormemente de caso para caso. Apesar do tendencioso termo “habitações acessíveis”, apenas uma pequena fração das unidades destes edifícios são acessíveis de fato e, além disso, o subsídio neste caso é apenas temporário. 

Todos desejamos uma casa bonita para morar. Neste sentido, há uma série de novos projetos sendo construídos que visam transformar o paradigma da habitação a preços acessíveis. Entre as várias estratégias adotadas estão o uso de novos materiais, a integração de espaços públicos e áreas comerciais no térreo. Alguns dos novos projetos residenciais construídos nos Estados Unidos—os quais incluem algumas unidades comercializadas a preços acessíveis—chegam até a rivalizar com os seus vizinhos condomínios de luxo, como é o caso do Edifício Sierra Bonita, orçado em pouco mais de 13 milhões de dólares. Além de suas 42 unidades, o condomínio com unidades de habitação acessível conta ainda com um centro comunitário e de atenção a pessoas com deficiência.



VIA ARCHDAILY
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Editora: Maria Karolina Milhomens

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Telhados verdes podem tornar nossas cidades melhores?


Os primeiros jardins suspensos, reconhecidos por pesquisadores, são os da Babilônia, construídos por Nabucodonosor II para presentear sua esposa. Eram sustentados por abóbadas de tijolos, e sob eles, existiam salões sombreados com uma temperatura mais amena que o exterior, na planície da Mesopotâmica (atual Iraque).

A solução de inserir plantas na cobertura é vista como custosa e difícil de manter para algumas pessoas, enquanto para outras é uma economia na climatização.

Um teto verde é formado por uma camada de solo e vegetação sobre uma superfície ipermeabilizada em uma laje de cobertura que deve ter uma estrutura mais robusta devido ao peso que irá receber. Assim, deve ser bem planejada, com pontos de acesso para a manutenção, já que demanda uma rotina de limpeza e inspeção para evitar problemas futuros.

Os telhados verdes, quando projetados adequadamente, conseguem refletir a luz solar direta, além de impedir o ganho de calor da estrutura com a umidade da vegetação, proporcionando economia de energia para resfriamento.


Segundo a EPA (Environmental Protection Agency) o uso de telhados verdes em cidades pode moderar o efeito da ilha de calor, especialmente durante o dia.

Ainda, os telhados verdes podem ajudar a controlar o escoamento e a retenção de águas da chuva, servir de espaços para agricultura urbana e servir de habitat para plantas e animais, ajudando a aumentar a biodiversidade.

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Via Archdaily
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Editor: Geovana Silva

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

O que são cidades lineares?






 “Do problema da locomoção derivam-se todos os demais da urbanização.” Foi em 1882 que o urbanista espanhol Arturo Soria y Mata proclamou tal afirmação e em resposta a ela criou e implementou o conceito de cidade linear. Baseado em uma doutrina funcionalista, este modelo de cidade renuncia a estruturas tradicionais como praças e quadras, subordinando o desenho aos traçados de circulação na sua configuração espacial mais racional, a reta.

A cidade linear, em sua concepção original, seria composta por uma espinha dorsal em forma de via urbana de comprimento ilimitado – a qual, segundo Soria y Mata, poderia ligar Pequim a Bruxelas – cortada por pequenas vias perpendiculares de 200 metros de comprimento oferecendo acesso às habitações e trabalhos. No centro dessa enorme via central seria implementada toda a infraestrutura urbana básica para abastecimento da cidade (tubulações para água, energia etc.), além dos equipamentos públicos relacionados às necessidades básicas da população, como saúde e segurança.

Além do bairro experimental no subúrbio de Madri, erguido sobre os preceitos do urbanista espanhol no final do século XIX, alguns outros exemplos de aplicações podem ser vistos, como é o caso de Brasília. A capital do país pode ser considerada um exemplo de cidade linear justamente por sua configuração baseada nos eixos que cortam e dão forma à urbe. 

Apesar dos argumentos para sua aplicação terem sido bem pontuados na época – concomitantemente à invenção do automóvel –, os exemplos práticos demostraram que o modelo não seria capaz de resolver os problemas para os quais foi criado. Entretanto, muito do seu fundamento teórico permanece até hoje podendo ser visto nos sistemas de transporte super-rápidos (trem-bala) que interligam diferentes cidades em um curto espaço de tempo ou em planejamentos inovadores como o caso da The Line, uma cidade linear de 160 quilômetros de extensão planejada para ser construída na Arábia Saudita. A persistência do conceito até os dias atuais reforça a sua importância dentro da história do urbanismo, com uma ampla difusão que possibilitou maior inclusão dos transportes rodoviários nas cidades ao redor do mundo e que até hoje serve como uma utopia inspiradora.


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quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Arquiteturas populares em sertões da Bahia: perspectivas sociais, econômicas e políticas



Diversas casas com fachadas de platibanda são observadas em espaços urbanos e rurais de sertões da Bahia. Muitas delas apresentam-se revestidas com módulos de porcelanato, gradis de ferro, além de portas e janelas metálicas. Esta recorrência pode ser entendida como um fato cultural: as construções aqui discutidas foram observadas em cidades, distritos e povoados localizados nos municípios de Monte Santo, Uauá e Curaçá no ano de 2019.


Estas casas parecem retomar um fazer específico, presentes em fachadas de platibandas de casas remanescentes. São edificações mais antigas, que aparecem em menor quantidade entre as diversas tipologias existentes. No lugar de materiais industrializados, são observadas composições plásticas moldadas ao longo das extensões. Em alto relevo, integram as superfícies dessas fachadas com formas geométricas, orgânicas, além de molduras nas aberturas das janelas, portas e nos limites do plano frontal. 

As edificações produzidas recentemente trazem consigo a permanência da platibanda como prática popular na atividade da construção, que conserva uma intencionalidade plástica e visual. A fachada funciona enquanto corpo ativo, que passa a elaborar em si: 1) a atividade de uma indústria; 2) uma série de programas sociais que transformaram a possibilidade de consumo de classes populares; 3) a transformação do trabalho realizado sobre a fachada por parte de quem constrói. Em suma, negociam com diversos setores e instâncias simbólicas para acontecer. 

No início da década de 2000, o setor da construção civil passava por uma situação de retração de investimentos federais, com um contingenciamento de 85%. José Carlos de Oliveira Lima, Presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Cimento (Sinaprocim), sinalizou suas expectativas em relação às promessas colocadas por Luís Inácio Lula da Silva, então candidato à presidência da República, que propunha desenvolver o segmento através do investimento de 5,3 bilhões de reais para a construção e reformas de moradias.  Subvertendo as expectativas, anos antes do grande investimento destinado ao Programa Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, os números indicavam prosperidade nas atividades da indústria da construção civil. Em 2008, a venda anual de materiais de construção totalizava 101,8 bilhões de reais, segundo o relatório da Associação Brasileira de Materiais de Construção (ABRAMAT), publicado em 2009.

A pobreza, no entanto, historicamente não pode ser encarada como uma realidade homogênea no extenso território nacional. Caio Prado Jr. retoma que país é marcado por sintomas históricos relacionados ao povoamento e interferências no espaço decorrentes dos processos de invasão, dominação, exploração e escravidão, vinculados a produção interna tanto no período colonial como nos que seguiram (SINGER, 2012). André Singer (2012) retoma que encontrava-se localizada nas regiões Norte e Nordeste grande parte do que se entende como subproletariado. Este grande grupo social vivia com baixíssimo padrão de consumo e sem oportunidades de ingresso formal no mercado nacional. 

Estes fatores alinhavam-se dentro da principal bandeira petista, que almejava o crescimento econômico nacional por meio da redução da pobreza. Dessa forma, para além da expansão de um setor industrial e todo impacto estrutural que teria esta medida, foi necessário tornar apto enquanto consumidores o grande número de pessoas que viviam em situação de pobreza. Medidas de desenvolvimento regional, como a implantação de cisternas na região do semiárido brasileiro, a distribuição de renda por meio do Bolsa Família, e a ampliação do crédito foram responsáveis por transformar as possibilidades desta parte da população. A ampliação do crédito consignado, em 2005, gerou a “circulação de dezenas de milhões de reais”, quando o crédito marcava um crescimento de 80% desde o começo do mandato de Lula. 

Não à toa, a ABRAMAT foi fundada em 2004. O órgão se autodefine “referência institucional na defesa dos interesses e da visão de um setor que, por sua profunda inserção na vida do país, reflete e expressa o próprio ritmo do progresso nacional” (ABRAMAT). Hoje, a associação possui um grande banco de dados técnicos articulados com setores acadêmicos ligados a esta cadeia produtiva. O investimento no setor e a possibilidade da absorção cotidiana das mercadorias por classes baixas para a atividade da construção popular e periférica passaram a ser uma realidade cotidiana e crescente. Não só pelas periferias dos centros urbanos, mas também por outras periferias regionais do país. As mudanças dentro das atividades de construção acompanharam a proporção dos investimentos federais nos setores industriais, espraiadas pelo território nacional. O Instituto de Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) passou a notar características físicas mais específicas de residências a partir do ano de 2010. 

Torna-se, assim, notável a apropriação dos produtos industrializados que vieram a ser introduzidos na construção popular. As transformações em espaços urbanos passaram a não ser exclusivas dos grandes eixos econômicos do Sudeste e das capitais dos estados, onde existem maiores concentrações de fluxos econômicos. 



Fotográfo: Pedro Levorin
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terça-feira, 19 de outubro de 2021

Como fazer uma casa mais "sustentável"?



Pequenas decisões podem transformar casas convencionais em moradias com menor impacto ao meio ambiente e com mais conforto.

O tema sustentabilidade tem impactado o setor da construção há alguns anos. Para se ter uma ideia, os edifícios empresariais, por exemplo, são os grandes responsáveis por boa parte do consumo global de energia, recursos e emissões de gases de efeito estufa.

A cada ano, cresce o número de edifícios com certificações verdes pelo mundo, e o que era uma tendência passa a ser um valor da sociedade atual. Em busca de mais conforto, menor impacto e mais economia de energia, a construção mundial vem adotando práticas mais sustentáveis, em busca de reaproveitar água, reduzir custos operacionais, minimizar desperdícios e melhorar a qualidade dos ambientes.

Para falar desse assunto, o blog Papo de Arquiteto reuniu algumas dicas de Iza Valadão, engenheira civil  PhD em materiais sustentáveis; Fanny Clair, arquiteta francesa referência em construção de casas sustentáveis e Cebrace, fabricante líder no segmento de vidro plano no Brasil e que desenvolve a linha de vidros de proteção solar Habitat, feita com nanotecnologia para reduzir a entrada de calor nos ambientes e colaborar para a eficiência energética. 

Vale apena conferir! 



Via Papo de Arquiteto.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2021

Retrofit expressivo: Vila Itororó inaugura como novo centro cultural em São Paulo



Tombado como patrimônio histórico pelas instâncias municipal e estadual de São Paulo, o conjunto arquitetônico dos anos 20 recebeu a primeira proposta de restauro e conversão em centro cultural em meados da década de 1970, pelo grupo de arquitetos Benedito Lima de Toledo, Claudio Tozzi e Décio Tozzi, junto à curadora Aracy Amaral e ao paisagista Burle Marx.

Desde 2013 em processo de recuperação, o local finalmente engendra programação artística e de lazer. Entre os bairros da Liberdade e Bela Vista, onde antes passava o rio Itororó, o local passou por longo processo de restauro, desde 2013 e, agora, poderá ser plenamente utilizado, com segurança, para as mais diversas atividades artísticas e de lazer. Sabe-se que o conjunto composto por mais de dez edificações do início do século XX foi moradia de aluguel a imigrantes desde 1922, atraídos pela efervescência do café, e ocupa uma área de cerca de seis mil metros quadrados. Tombado pelo CONPRESP em 2002 e pelo CONDEPHAAT em 2005, até o momento, apenas o Galpão permanecia disponível para atividades culturais. 

Para marcar a inauguração, o complexo ganha um projeto de iluminação cênica da artista Lígia Chaim, intitulado ‘Fonte de Luz do Itororó’, e uma celebração noturna com show de Jairo Pereira no Éden Itororó e Projeto Freebeats na Piscina.

A primeira proposta de restauração do espaço da Vila Itororó e sua conversão em centro cultural nasceu em meados dos anos 1970, por um grupo formado pelos arquitetos Benedito Lima de Toledo, Claudio Tozzi e Décio Tozzi, junto à curadora Aracy Amaral e ao paisagista Burle Marx. No entanto somente em 2006 a Vila foi desapropriada, quando foi decretada área de utilidade pública pelo governo do Estado e pela prefeitura de São Paulo para fins culturais. 

Em 2013 o Instituto Pedra inicia a elaboração de um novo projeto de restauro, em parceria com a Prefeitura Municipal de São Paulo, prevendo a utilização de recursos captados através da Lei de Incentivo à Cultura como forma de viabilizar sua execução. 



VIA REVISTA PROJETO
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