quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Casas na árvore: do imaginário infantil à arquitetura

No dia 21 de setembro o planeta comemora o dia da árvore, uma data que tem como objetivo conscientizar a respeito da preservação da natureza. Ainda na infância estabelecemos algumas relações com a natureza que acabam fazendo parte do nosso imaginário se desenvolvendo e influenciando também na arquitetura.

Por um lado, historicamente, o homem se aproveita de materiais e insumos da natureza para construir seus abrigos e se proteger das intempéries do tempo e do meio natural, por outro, a ação humana no território têm impactado intensamente no planeta, de maneira que cada dia mais é comum a busca por materiais e técnicas que sejam menos violentas para com o meio ambiente. Para além dessa dualidade, a arquitetura muitas vezes busca na natureza inspiração para seu projeto, seja nas questões materiais, na linguagem dos edifícios ou na relação e integração com a paisagem e com a vegetação.
Essa inspiração é algo instintivo, presente em nosso imaginário desde a infância. As tocas e casas na árvore da brincadeira das crianças evoluem para arquiteturas que se inspiram e retiram da natureza interpretações e sua estética. Selecionamos 22 projetos com programas e linguagens variadas que trazem a natureza como protagonista do projeto, indo além da típica casa construída na altura da copa das árvores, recuperando, valorizando e traduzindo esse imaginário da infância para a arquitetura. O Archdaily separou 22 projetos de usos variados que se inspiram na relação com a natureza e com esse imaginário.

Via ArchDaily _________________________________ Editora: Maria Karolina Milhomens


terça-feira, 7 de dezembro de 2021

A evolução da planta residencial nos EUA: o período pós-guerra



Os modos de abordar o tema infantil ao redor da arquitetura são infinitos: desde projetar em outra escala que não a padrão pensada para adultos até campos mais lúdicos como o projeto de brinquedos e artefatos. O olhar arquitetônico para a infância aposta na construção de uma qualidade espacial que, além de representar espaços mais seguros no ponto de vista urbano, também são um investimento para um melhor futuro da sociedade, visto que a arquitetura pode desempenhar papel fundamental no desenvolvimento infantil.

Para além de atividades para os pequenos, como até mesmo escritórios renomados como o Foster + Partners propuseram - o Archdaily apresenta uma série de artigos que ajudam profissionais da arquitetura a pensar o modo como projetam para a infância, passando por exemplos inspiradores que vão desde compreender a autonomia infantil até a concepção de espaços que estimulam e protegem aqueles que mais precisam de cuidado por parte da sociedade.

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Via ArchDaily
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Editora: Maria Karolina Milhomens

segunda-feira, 6 de dezembro de 2021

Casa autossuficiente usa materiais naturais e zera emissões



Projeto foi criado para ajudar a construir moradias sustentáveis de baixo custo em países em desenvolvimento. Foi priorizado a sustentabilidade, usando materiais naturais e reciclados, reaproveitando resíduos e entregando uma casa com emissão zero. A ideia surgiu em 2014, com o arquiteto libanês Nizar Haddad e a jornalista australiana especializada em meio ambiente Nadine Mazloum.

A construção da casa, alia o conforto à métodos construtivos tradicionais, com o uso de materiais naturais combinados com peças e produtos reciclados. O conceito da Lifehouse, como foi chamada a casa, gira em torno da autossuficiência , da redução da pegada de carbono e do menor custo possível. O projeto incorpora painéis fotovoltaicos, turbinas eólicas e hidráulicas, sistema de captação de água da chuva, além de utilizar água reciclada para irrigação. Ainda, inclui uma estufa e um sistema hidropônico para o cultivo de alimentos.

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_______________________________ Via Ciclo Vivo Editora: Geovana Silva

domingo, 5 de dezembro de 2021

OMA projeta uma ponte de dois andares para pedestres em Jojutla, México

O OMA Nova York projetou uma nova ponte de pedestres de 145 metros sobre o rio Apatlaco que busca conectar o lado leste e o centro de Jojutla de Juárez, Morelos, como parte de um esforço de reconstrução do Infonavit após os danos estruturais e ambientais na área após os terremotos de 2017 no México: casas construídas nas margens do rio sofreram colapso, a linha principal de drenagem sofreu fraturas, espaços abertos foram ocupados com aterros sanitários e a dificuldade de atravessar o rio foi agravada pela destruição da ponte principal.

"Estamos começando a enfrentar desastres naturais com maior frequência e os impactos de longo alcance exigem que mais espaços e recursos públicos sejam integrados em um projeto de resiliência. Após os recorrentes terremotos no México, a Ponte Jojutla tem como objetivo restaurar a infraestrutura e o espírito comunitário. Seus dois pontos de referência reconectam simultaneamente não dois, mas três bairros fraturados, antecipam desastres além dos terremotos ao evitar possíveis inundações e oferecem novas instalações para revitalizar o relacionamento das pessoas com um rio que atualmente é temido ou negligenciado.’’
, diz Shohei Shigematsu, sócio do OMA.


Esta ponte linear tem formato curvo por boas razões: ‘’evita propriedades privadas, atravessa o rio duas vezes e está ancorada em três pontos diferentes da cidade: Panchimalco, um bairro ao sul da capital municipal; as quadras da parte baixa de Callejón Pacheco, muito perto do centro histórico; e o bairro Juárez, o mais central, mas mais danificado pelo terremoto", diz o escritório de arquitetura que a projetou em 2018.

A particularidade do projeto está em seus dois andares resultantes da estrutura de concreto em forma de uma grande viga em "I". O andar superior dá lugar a uma passarela mais alta que procura antecipar a elevação do nível das águas, ao mesmo tempo em que fornece sombra para as rotas de pedestres e bicicletas abaixo. Esta parte superior oferece a oportunidade de incorporar um parque linear, uma praça e um mercado para fomentar um novo eixo comercial como um conector entre as comunidades. Por outro lado, as perfurações da viga ao longo de toda a extensão da ponte tornam-se aberturas que emolduram a paisagem local ao mesmo tempo em que servem para diversas atividades e ritmos, funcionando como espaços indefinidos que funcionam como bancos, escadas, portas, entre outros.

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Via: Archdaily
Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

sábado, 4 de dezembro de 2021

Neurociência ambiental: um campo emergente para cidades mais equitativas




A neurociência ambiental é um campo emergente, dedicado ao estudo do impacto dos ambientes sociais e físicos, sobre os processos e comportamentos do cérebro. Desde várias oportunidades de interação social aos níveis de ruído, e acesso a áreas verdes, as características do meio urbano têm implicações importantes para os mecanismos neurais e o funcionamento do cérebro, influenciando assim nosso estado físico.

O campo ilustra uma imagem diferente de como as cidades impactam nossa saúde e bem-estar, proporcionando assim uma nova camada científica de compreensão, que poderia ajudar arquitetos, urbanistas e tomadores de decisão a criar ambientes urbanos mais equitativos. A diferença entre a psicologia espacial e a neurociência ambiental é o objeto de estudo. Enquanto a psicologia espacial estuda o impacto do entorno sobre o comportamento humano, pensamentos e sentimentos, a neurociência ambiental estuda como o meio ambiente afeta os processos biológicos, o cérebro e o sistema nervoso.

A neurociência ambiental utiliza técnicas de imagem do cérebro, máquinas de rastreamento ocular e modelos estatísticos, para quantificar a relação e as interações entre o indivíduo e o ambiente. Em comparação com a psicologia ambiental ou espacial, o campo é relativamente novo e circunscreve uma ampla gama de tópicos.

Neurociência e ambiente construído

Outra interação entre arquitetura e neurociência é a neuroarquitetura, um campo interdisciplinar, que visa medir as mudanças no cérebro e no corpo, pela interação com o espaço construído.

Ao mesmo tempo, o neuro urbanismo abrange a neurociência, arquitetura, planejamento urbano e sociologia, e visa "compreender os desafios da saúde mental da vida na cidade". Seja qual for o caso, dentro destes variados e sobrepostos campos emergentes, a neurociência está entrando no campo da arquitetura e do urbanismo, com a perspectiva de informar o desenvolvimento de políticas, e criar ambientes construídos mais saudáveis.

Com uma abordagem mais centrada no ser humano, a neurociência ganhou impulso nos últimos anos, visto que há um incentivo para entender como as pessoas percebem e respondem ao seu entorno.

O Centro de Design + Health, da Universidade da Virgínia, utilizou a eletroencefalografia móvel, ou EEG móvel, para explorar "o que acontece no cérebro enquanto o usuário navega na cidade", registrando essencialmente as emoções e comportamentos desencadeados pelo ambiente construído. Ao testar novas ferramentas e métodos de análise urbana, o projeto de pesquisa visa entender como diferentes espaços urbanos são propícios a atividades específicas, assim como o benefício do bem-estar social de elementos como a arte pública.

Instruindo o projeto urbano

É comumente aceito que os espaços verdes nas cidades são fundamentais para o bem-estar dos cidadãos. Ainda assim, o Laboratório de Neurociência Ambiental da Universidade de Chicago descobriu que mesmo breves interações com ambientes naturais, como caminhar no parque, podem melhorar a memória e a atenção dos usuários em 20%. Este impacto quantificável na produtividade pode ter implicações para o projeto de ambientes de trabalho ou para o ambiente urbano de instalações educacionais.

A pandemia deu foco aos espaços ao ar livre e, à medida que as cidades ajustaram a forma, como alocam o espaço público, a iniquidade verde tornou-se dolorosamente aparente. Estudos demonstraram que o acesso a espaços verdes pode ajudar a superar as desigualdades de saúde relacionadas à renda. Portanto, embora o combate à desigualdade de renda não esteja entre os atributos dos arquitetos e urbanistas, a profissão pode resolver o problema através do fornecimento de mais áreas verdes em comunidades de baixa renda.

Alternativamente, embora as cidades tenham uma prevalência maior de problemas de saúde mental do que as áreas rurais, outro estudo conduzido pelo Laboratório de Neurociência Ambiental da Universidade de Chicago, destacou como as grandes cidades fomentam taxas mais baixas de depressão, em comparação com as pequenas cidades ou subúrbios. O fato foi considerado o resultado de oportunidades mais frequentes de interação social no espaço público, característica que arquitetos e urbanistas buscam constantemente facilitar e premeditar por meio do projeto urbano.

Conduzida antes da pandemia, a pesquisa também traz uma nova perspectiva para o êxodo de cidades altamente densas, catalisadas pela crise sanitária, e suas repercussões a longo prazo, não apenas na vida urbana, mas no bem-estar dos habitantes da cidade.

A neurociência ambiental confirma através de dados científicos, o que urbanistas e pensadores como Christopher Alexander, William H. Whyte, ou Jahn Gehl, descobriram através da observação cuidadosa. Com a arquitetura e o planejamento urbano se tornando esforços coletivos e transdisciplinares, e com os processos de projeto sendo informados por campos de conhecimento cada vez mais diversos, a neurociência ambiental fornece mais uma expertise profissional sobre a qual ancorar as decisões de projeto e as políticas urbanas. A pesquisa conduzida neste campo emergente, visa influenciar o projeto de ambientes físicos, para otimizar a saúde e o bem-estar mental e físico.


Via Archdaily
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Editora: Naely
Escrito por Andreea Cutieru | Traduzido por Rafaella Bisineli

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

Projetos de Interiores que transformam a experiência espacial com vidros coloridos

O Polivinil Butiral (PVB) é uma resina conhecida por sua resistência, flexibilidade e transparência. Quando inserida ou colada entre dois painéis de vidro, a combinação conhecida como vidro laminado fornece uma camada extra de resistência física, proteção acústica e ultravioleta sem consideráveis perdas na transparência do vidro. Não é por acaso que o vidro laminado é utilizado há décadas na confecção de para-brisas para automóveis. Ao combinar diversas camadas de PVB, um vidro pode ser transformado em uma espécie de caleidoscópio de diferentes cores além de fornecer distintos graus de opacidade e transparência. A enorme gama de cores e acabamentos em PVB permite aos designers e projetistas desenvolver infinitas soluções personalizadas para cada projeto e ambiente. Pensando nisso, apresentaremos a seguir exemplos de projetos que fazem uso de soluções em vidro laminado com PVB:

Centro Educacional para Surdos e Cegos de Utah, Estados Unidos: A Jacoby Architects optou por utilizar detalhes em vidro de alto contraste para destacar algumas das características arquitetônicas específicas do seu projeto para o Centro Educacional para Surdos e Cegos de Utah, uma solução pensada para facilitar e promover a acessibilidade do edifício para seus usuários com visão reduzida. Os projetistas não pouparam esforços e fizeram uso de uma gama quase infinita de diferentes combinações de cores e graus de opacidade, criando um espectro de translucidez que vai do 100% transparente ao completamente opaco. Isso permitiu que que certas áreas comuns do edifício, como a escada, fossem amplamente iluminadas e coloridas, enquanto outras, como as salas de terapia, permaneceram mais privadas e controladas. Centro de Oncologia Pediátrica Princesa Máxima, Países Baixos: Antigamente, os jovens pacientes do Centro de Oncologia Pediátrica Princesa Máxima, na cidade holandesa de Utrecht, eram obrigados a atravessar uma rua bastante movimentada para transitar entre o Hospital Infantil Wilhelmina e o Centro de Tratamento de pacientes com Câncer. Com a tarefa de resolver este problema, os arquitetos e engenheiros da LIAG decidiram criar um túnel naturalmente iluminado e colorido, não apenas para facilitar a transição entre os edifícios, mas assumindo uma função também simbólica, um percurso em direção à recuperação. Além de afetar positivamente o humor dos pacientes, o vidro laminado colorido permitiu criar uma eficiente barreira acústica para minimizar o ruído da movimentada rua entre os dois edifícios.
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Via: Archdaily
Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

quinta-feira, 2 de dezembro de 2021

Um (novo) fim para o entulho na cidade de São Paulo


A cidade de São Paulo é o exemplo clássico de espaço demolido e reconstruído, todavia sem manter qualquer memória do que ali já existiu. O raciocínio desenvolvido pelo sistema econômico é o de que o tempo é a variável que torna ou não um empreendimento rentável. É muito mais rentável destruir um quarteirão todo com retroescavadeira em dois dias e enviar todo esse RCD para um aterro do que uma mão de obra e maquinário que desconstrua estas construções com inteligência e recicle seus materiais.

A questão é paga-se para criar agregados a partir da demolição, paga-se também para descartá-los em um local adequado (ou paga-se ambientalmente com o descarte irregular) e então paga-se mais uma vez para trazer de alguma pedreira sacos de brita em tamanhos específicos para o emprego na nova construção. Afinal de contas, ao falar de RCD, estamos tratando de resíduos cerâmicos e de concreto, grosso modo: pedras. Porque jogamos pedras fora, pagamos por isso, e depois compramos mais pedras numa loja para construir novamente?
Em muitas partes do mundo a reciclagem de agregados gerados a partir da demolição é algo comum. No Brasil, mesmo que comum no âmbito da pavimentação de vias, ignora-se um enorme potencial estético desta tecnologia pouco difundida. E este potencial já foi apresentado ao mundo: em 2019 o Archdaily postou, em parceria com a revista Metropolis, um artigo sobre uma jovem arquiteta francesa chamada Anna Saint Pierre. A arquiteta desenvolveu em Paris um projeto denominado de Granito, que se resume em reapropriar os resíduos de prédios históricos da cidade em placas de revestimento com acabamento próximo ao das pedras calcárias de granito, reutilizando o resíduo como potencial estético. Um novo “fim” para o entulho nada mais é do que um recomeço. Um recomeço no raciocínio vigente de descartar tudo que é ultrapassado e importar para o terreno somente novos produtos, tecnologias e acabamentos, para “comprovar” que é uma nova construção tecnológica e interessantes. Já é sabido e certificado que RCD triturado pode ser empregado como agregado em misturas de concreto, atingindo resistências até estruturais para uma nova edificação. Não é necessário ir tão longe: no lugar de vigas, portais ou pilares, porque o cidadão não se atenta a escalas mais humanas e realidades mais terrestres, como mobiliários? E ainda, porque se contentar sabendo que o RCD está reutilizado dentro da mistura, porém não poder vê-lo? Por que não transformar o causador do problema do abandono e deterioração de muitas áreas públicas de São Paulo pelo descarte irregular de entulho, em sua própria solução? Óbvio que a ampla difusão de um material com potencial para ser industrializado só vem sustentada por longos testes técnicos e estudos. E se pudéssemos mudar de baixo para cima? Das periferias para o centro? Da autoconstrução para a academia? O ponto de partida é claro: educação. E a forma mais fácil de se educar, relembrando as estratégias de Paulo Freire, é por meio da associação. Imagina-se que será muito mais simples educar uma população a não descartar o entulho numa praça abandonada próximo a sua casa se mostrar-lhes o que esse entulho pode se tornar. É necessário devolver às camadas populares o direito de agir, poética e criativamente, sobre o que antes era resíduo, mas pode se tornar recurso.
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Via: Archdaily Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

quarta-feira, 1 de dezembro de 2021

Projeto que ocupa ruas do Centro com restaurantes tem início em SP

O projeto Ocupa Rua, que prevê a utilização de calçadas e vias públicas como área externa para bares e restaurantes, teve início nesta terça-feira, 1. O restaurante A Casa do Porco Bar, localizado no bairro da República, na região central de São Paulo, é o primeiro a utilizar as extensões ao ar livre que fazem parte da iniciativa.

A ideia desenvolvida pelo escritório de arquitetura Metro Arquitetos e pela crítica gastronômica Alexandra Forbes, com apoio da Prefeitura de São Paulo, foi pensada para evitar aglomerações em ambientes internos e respeitar os protocolos de saúde causados pela pandemia do novo coronavírus. O projeto-piloto fará com que mais de 26 restaurantes do Centro de São Paulo aproveitem os espaços públicos para a criação de terraços ajardinados com mesas que serão utilizadas por clientes dos restaurantes. De acordo com Forbes, embora somente o restaurante A Casa do Porco já esteja utilizando a extensão ao ar livre, as obras de alguns dos outros terraços já estão bastante avançadas. Com isso, já é possível esperar que outros dos estabelecimentos abrangidos pelo projeto também inaugurem o espaço externo ao longo dos próximos dias.
Via Casa Vogue
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Editora: Maria Karolina Milhomens

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Salas de estar ainda são relevantes? Confira 16 Projetos contemporâneos

Hoje, a arquitetura se tornou — ou está se tornando — mais flexível e individualista, para acomodar os diversos estilos de vida, e necessidades espaciais das pessoas. Com esta adaptação, a tipologia residencial mudou, e as salas de estar correm perigo. Muitos insistem na necessidade de ter um espaço dedicado ao relaxamento e ao lazer, enquanto outros afirmam ser simplesmente um desperdício de espaço e dinheiro. Este debate levantou uma questão importante: ainda precisamos de salas de estar?
Neste enfoque, veremos como as salas de estar evoluíram ao longo dos anos, e como os arquitetos readaptaram e integraram o conceito de "espaço de encontro" na arquitetura residencial contemporânea. Neste artigo, tanto as salas de estar quanto as salas íntimas, serão exploradas como um único espaço de encontro.

Em um editorial recente do The Guardian's, a editora Elle Hunt, afirma que os milenials "eliminaram" a necessidade de ter uma sala de estar, porque simplesmente não precisam mais dela. Este é o resultado de várias mudanças de estilo de vida e culturais observadas entre esta geração. Enquanto alguns se abstêm de ter famílias grandes, outros não têm os meios financeiros para comprar casas grandes, que possuam um espaço dedicado para reuniões.

Várias pesquisas têm destacado como os milenials estão gastando mais, mas ganhando menos, em comparação com a força de trabalho dos anos 80 e 90; "quase dois quintos vive de aluguel aos 30 anos de idade, e gasta quase um quarto de sua renda líquida em moradia". Em outras palavras, as casas pequenas são tudo o que eles poderiam pagar. Além disso, uma das muitas razões pelas quais as salas de estar não são mais necessárias, é o fato de que em algumas áreas, os estúdios recém-construídos (cerca de 40 m²) têm preços altos e restrições no uso do solo, o que força os arquitetos de interiores a remover espaços não essenciais, sendo a área dedicada a apenas sentar-se, muito provavelmente a "primeira a ser retirada".

O conceito de "espaço de encontros" foi readaptado de uma geração, e de uma cultura para outra. Tal fato é uma resposta às constantes mudanças nos estilos de vida, hábitos, normas culturais e estabilidade financeira. A maioria das pessoas se concentra na conveniência e na funcionalidade, ao invés da formalidade. Teoricamente, as salas de estar foram criadas como um espaço privado para relaxar e socializar.

A força de trabalho de hoje, tem tudo a ver com networking, sendo a maior parte de seu tempo online ou em deslocamento entre edifícios, e é por isso que eles sentem que ter uma sala de estar dedicada apenas ao relaxamento, não se encaixa à sua conturbada agenda; o quarto já é suficiente. Quanto à socialização, se restaurantes ao ar livre, bares ou outros espaços públicos forem inacessíveis, a cozinha ou varanda de sua casa seria o substituto ideal.

Sala privativa

A sala de estar tradicional transcendeu gerações e culturas, e manteve sua presença em projetos residenciais dos tempos modernos. Seja um apartamento ou uma casa, projetos com grandes áreas permitem aos arquitetos dedicar uma sala com o único objetivo de reunir ou relaxar. Estes espaços são projetados com móveis e acessórios sob medida, para receber hóspedes ou eventos formais, ou transformados em uma fuga isolada e confortável para os membros da família. As casas maiores tendem a ter ambos espaços, cada um com sua respectiva função.

Chaptal Residence / Nathalie Eldan Architecture Ewelina Art Studio / Ewelina Makosa PH-13 Apartment / Atelier L'inconnu Planta Integrada /

Conceito aberto Nas últimas décadas, uma grande quantidade de usuários começou a optar por salas e cozinhas integradas, onde tudo flui. Muitos arquitetos creditam a alocação da sala de estar ao lado da cozinha ao jantar, já que cozinhar é conhecido como um dos meios mais bem-sucedidos de reunir as pessoas, que por sua vez as consideram mais fácil circular pelo espaço e receber amigos. Também é importante ter em mente que as plantas de conceito aberto, foram resultado do "individualismo do design", onde os moradores compram ou alugam suas casas como uma tela em branco, para projetar e organizar da maneira que quiserem sem nenhum trabalho permanente.

Colours of My Life Apartment / WY-TO architects

Plataformas ampliadas As casas com paisagens particulares permitem aos arquitetos ampliar o térreo, criando um espaço de transição entre o interior e o exterior, que serve tanto como uma área de encontro formal quanto informal. Este modelo de sala de estar é muitas vezes rodeada pela cozinha, jardim e/ou piscina, tornando um local ideal para receber hóspedes e relaxar com os membros da família. Da mesma forma, os pátios e alpendres frontais também são considerados como plataformas estendidas utilizadas para relaxamento e lazer. 

Mais informações, Confira!


Via Archdaily
Escrito por Dima Stouhi | Traduzido por Rafaella Bisineli
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Editora: Naely

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Dia Mundial da Arquitetura 2021: ação urbana para um mundo sustentável

Comemorado na primeira segunda-feira de outubro, o Dia Mundial da Arquitetura foi criado pela Union Internationale des Architectes (UIA) em 2005 para "lembrar ao mundo de sua responsabilidade coletiva pelo futuro do habitat humano", e coincide com a data em que é celebrado o Dia Mundial do Habitat, promovido pela UN-Habitat. Neste ano, as duas organizações definiram temas relacionados à melhoria da qualidade de vida e redução dos efeitos da crise climática por meio de ações no ambiente construído.

Enquanto o tema do Dia Mundial da Arquitetura 2021 da União Internacional de Arquitetos é "Meio ambiente limpo para um mundo saudável", o Dia Mundial do Habitat da UN-Habitat anunciou "Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono" como tema. Segundo Andreea Cutieru, editora do ArchDaily, "os seguintes temas refletem uma recente mudança de perspectiva que foi desencadeada no ano da pandemia, seja sobre como trabalhamos, onde escolhemos viver, como pensamos o turismo ou o ritmo que caminha a automação."



Acelerando a ação urbana para um mundo livre de carbono: O Dia Mundial do Habitat 2021 reconhece que "as cidades são responsáveis por cerca de 70% das emissões globais de dióxido de carbono, com transporte, edifícios, energia e gestão de resíduos sendo responsáveis pela maior parte das emissões urbanas de gases de efeito estufa." Embora a maioria dos governos, organizações e comunidades concordem que ações ambiciosas, globais e colaborativas devam ser desenvolvidas para diminuir a crise climática, o conteúdo dessas ações – e quem deve agir – não é tão claro. Arquitetos e designers abraçaram este desafio, ponderando seus papéis e explorando suas próprias abordagens práticas. Novas linguagens e tecnologias da arquitetura: Metaverso, cyberpunk e solarpunk são alguns dos novos conceitos que mapeamos este ano, alimentando novas linguagens da arquitetura para um mundo onde a pandemia normalizou o trabalho remoto e os encontros virtuais. Esses conceitos, juntamente com a consolidação da automação, domótica, buildtech e impressão 3D, estão expandindo o debate sobre como o mundo digital pode evoluir. Materiais locais: Segundo Diego Hernández, diretor criativo do ArchDaily, "como podemos ajudar a reduzir as emissões de nosso campo por meio da prática projetual? A história nos mostra que existem muitas técnicas construtivas e que o uso de materiais locais tem se mostrado sustentável ao longo do tempo. Nesse sentido, a tecnologia e o conhecimento podem nos ajudar a aprimorar esses tipos de técnicas para que sejam duráveis e economicamente viáveis no mundo de hoje. Quanto podemos aprender com a arquitetura vernacular? A partir de uma perspectiva crítica, devemos discutir quais são as melhores opções e em quais casos a arquitetura deve ser mais local do que global". Para saber mais, Confira!
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Via: Archdaily Editora: Carolina Tomazoni Siniscarchio

Tudo o que você precisa saber sobre o projeto de restauração do Copan



Um dos edifícios mais emblemáticos da cidade de São Paulo, o Copan está mais próximo, agora, de ter o processo de restauração de sua fachada iniciado. O projeto elaborado pelo Instituto Pedra, órgão especializado em intervenções para patrimônios culturais, foi aprovado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e deve ter a versão final entregue até o final deste ano.

Tombado como patrimônio histórico da cidade de São Paulo desde 2012, o edifício já apresenta problemas em sua fachada há muitos anos – especialmente a queda de pastilhas do revestimento que vêm se descolando, chegando a causar acidentes. Apesar do projeto prever a solução dessas questões em caráter emergencial e das aprovações necessárias já terem acontecido, a falta de verba ainda deixa em aberto a data prevista para início das obras. Para entender melhor toda essa situação, Casa Vogue explica abaixo tudo o que você precisa saber sobre a restauração da fachada do Copan.

História

Com quase 70 anos desde o início de sua construção, o Copan se tornou um dos maiores símbolos da arquitetura modernista no Brasil. Projetado por Oscar Niemeyer, com auxílio de Carlos Lemos, o edifício surgiu em meio ao boom imobiliário e a expansão da verticalização da capital paulista, característicos dos anos 1950.

Localizado na região central, o intuito inicial era que o Copan funcionasse como um complexo hoteleiro formado por dois prédios: um em formato de S, como conhecemos, para abrigar apartamentos residenciais, e outro retangular, logo à frente, onde funcionaria o hotel em si.

As obras tiveram início em 1952, mas questões políticas e econômicas causaram paralisações na construção e troca de empresas responsáveis pelo financiamento do edifício, ocasionando, também, a substituição do hotel pela sede de um banco no prédio à frente do complexo.

O Copan é formado por seis blocos (de A até F), sendo eles constituídos de kitnets e apartamentos de 1, 2 ou 3 dormitórios. As entregas dos blocos foram acontecendo aos poucos, até que a construção fosse totalmente finalizada em 1972.

Desde os anos 1990, os próprios moradores do edifício se organizam em busca de ações de melhorias, com incentivo da prefeitura e de planos de revitalização do centro da cidade. Mesmo com os reparos realizados ao longo das últimas décadas, a fachada do Copan vem sofrendo constante deterioração e desprendimento de suas pastilhas desde os anos 2000.

Após 10 anos de negociações entre o conselho do condomínio, o Conpresp e o Departamento de Patrimônio Histórico (DPH), mesmo período em que o edifício passou a ficar coberto por uma tela de proteção em toda sua fachada principal, o prédio está agora mais perto de ter sua suntuosidade restaurada. Para mais informações, Vale o Clique!

Via: Casa Vougue
Editora: Naely
Imagens: Bruna Martins | Fotos: Getty Images / Divulgação/CopanSP

domingo, 28 de novembro de 2021

Morre Ruy Ohtake aos 83 anos



Deixando um legado indiscutível para a arquitetura, Ruy Ohtake morreu na manhã de ontem, sábado (27), em decorrência de um câncer de medula. O arquiteto faleceu em seu flat, em São Paulo, onde será realizado o velório para a família e amigos próximos.

O arquiteto e urbanista, filho primogênito de Tomie Ohtkake, deixa legado arquitetônico único, marcado por cores e curvas. Peculiar, a obra do arquiteto e urbanista Ruy Ohtake, nascido em 1938, transformou a paisagem urbana no Brasil e no mundo – mas, sobretudo, na capital paulista, onde construções e intervenções com sua assinatura despontam desde a região central até bairros periféricos. Primogênito da pintora, gravadora e escultora Tomie Ohtake (1913-2015), o paulistano se formou pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) em 1960. Pouco depois de graduado, já trabalhava com os elementos que viriam a marcar seu trabalho, notáveis nas inúmeras residências que priorizam o convívio social e, de modo similar, nos edifícios culturais, institucionais, comerciais e hotéis com foco na integração entre os espaços.
Somado à preocupação com a funcionalidade e a materialidade, o apuro formal é sua característica mais distinta. Embora a predileção pelas curvas sempre tenha gerado comparações com Oscar Niemeyer (1907-2012), especialistas ressaltam as distinções: se para o arquiteto carioca a curva “preserva um raciocínio gráfico que se transporta do desenho para a obra”, no entendimento de Ohtake ela “assimila a ‘liberdade plástica’ pelo viés da maleabilidade da forma”, observa Rodrigo Cristiano Queiroz, professor da FAU-USP. Sua atuação não se limitou aos projetos arquitetônicos: Ohtake desenvolveu peças de mobiliário e objetos, lecionou nas Faculdades de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie e da Universidade Católica de Santos e presidiu o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) na virada das décadas de 1970 e 1980. Como resultado da prolífica carreira, recebeu dezenas de honrarias ao longo dos anos, com destaque para o Prêmio Carlos Millan, em 1971, e a Comenda Colar de Ouro, em 2006, ambos concedidos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Mais informações, Vale o Clique!



Via Casa Vogue _________________________________
Editor: Altillierme Carlo

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

O custo da mudança climática: quem realmente está protegido pelos esforços de mitigação urbana?

O impacto que a crise climática teve no planeta na última década é uma influência crítica de como os arquitetos e urbanistas projetam as cidades do futuro. É claro que, tanto em nível individual quanto corporativo, é importante agir e proteger a Terra antes que os impactos negativos mudem nossos ambientes familiares para sempre - e o tempo esteja se esgotando rapidamente. Quando se trata de criar formas para salvar nossas cidades do “the next big one”, seja um furacão, enchente, nevasca ou incêndio, a maneira como projetamos a infraestrutura preventiva negligencia um número significativo de pessoas. A mudança climática não afeta apenas os lugares mais ricos do mundo, na verdade, tem efeitos maiores sobre os mais pobres.

Além dos danos físicos que a mudança climática cria, ela também tem impactos sociais e econômicos duradouros que muitas vezes são esquecidos. Por exemplo, o aumento do nível do mar, que ameaça diretamente mais de 90 cidades e vilas em todo o mundo, e tem um impacto significativo nos padrões de migração e realocação de pessoas para cidades mais interiores, onde são forçadas a se adaptar completamente a um novo modo de vida, muitas vezes abandonando seus negócios e habilidades vocacionais especializadas. 

Um estudo realizado pelo Mercy Corps mostrou que três em cada quatro pessoas no mundo que vivem abaixo do nível de pobreza dependem de recursos naturais e agrícolas para sobreviver. Se os fenômenos meteorológicos cada vez mais drásticos e voláteis do mundo continuarem a acontecer, na taxa que historicamente têm acontecido, essas pessoas serão as que sofrerão o impacto mais severo - não os ricos dos centros econômicos urbanos. O impacto social causado pela mudança climática é frequentemente referido como “lacuna climática”, e pesquisas internacionais mostram que os mais pobres e as pessoas de cor serão os primeiros a sentir os efeitos irreversíveis. Em um relatório divulgado pela USC sobre o assunto, o ambiente construído tem um impacto significativo em como somos capazes de lidar com uma série de efeitos climáticos. Há uma forte correlação entre as superfícies de concreto e os materiais de construção que refletem o calor, os níveis de pobreza da comunidade e a cobertura arbórea presente em qualquer área. 

Além disso, o Conselho de Defesa de Recursos Naturais (NRDC) estima que, nos próximos 80 anos, o custo do transporte de água potável para estados sem litoral e em aquecimento aumentará de US $ 200 bilhões anuais para quase um trilhão de dólares. O custo da energia para transportar essa água aumentará em $ 140 bilhões de dólares se as temperaturas alcançarem dados históricos. Famílias de baixa renda já gastam uma proporção maior de sua renda em alimentos e água, e essa lacuna só deve crescer a menos que a infraestrutura nacional receba o mesmo tipo de atenção e investimentos financeiros. Muito do que resolvemos como arquitetos, designers e planejadores concentra-se fortemente nos impactos das mudanças climáticas em nossas cidades. E embora se espere que as populações das cidades cresçam nos próximos 50 anos, também devemos considerar aqueles que vivem além de nosso alcance imediato e aqueles que compartilham comunidades conosco, mas estão economicamente em desvantagem. 

Demos um passo na direção certa para ajudar a mitigar mudanças, assumindo a responsabilidade sobre nós mesmos por meio de promessas de construir melhor e mais ambientalmente consciente, mas se não nos lembrarmos para quem estamos construindo, então, a quem estamos ajudando?


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Editora: Maria Karolina Milhomens

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

Projeto ensina bioconstrução para mulheres

Segundo os dados do Global Media Report, em 2014, 330 milhões de famílias estavam financeiramente ameaçadas pelos custos de habitação e esse número poderia aumentar para 440 milhões até 2025. Esses dados não apenas se confirmaram, como o aumento do número de famílias ameaçadas pode ser muito maior, com a crise desencadeada pela COVID-19.  Atualmente essa situação se agravou, de acordo com o levantamento nacional, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), em março de 2020, quando a pandemia estava apenas começando, já eram mais de 221.000 pessoas em situação de rua. 

Para ajudar a mudar este cenário, o Instituto Empodera, entidade da sociedade civil que busca a integração social de mulheres, redes e comunidades, se uniu à Casa Terra, organização que visa disseminar o conhecimento ambiental na área de construção civil, e desenvolveu o projeto “Casa Empodera”, com apoio da organização filantrópica Flex Foundation. 

De acordo com Raquel, articuladora do Instituto Empodera, o projeto “Casa Empodera” surgiu com a necessidade da construção de uma casa de artes para as indígenas da Aldeia Guyra Pepó, situada em Tapiraí, interior de São Paulo.

“Pensamos que ao invés de contratar alguém para fazer a casa de artes, poderíamos desenvolver um curso para que mulheres pudessem aprender o processo de bioconstrução, o que proporcionará não somente a construção da casa de artes da aldeia, mas também se tornará uma poderosa ferramenta no âmbito da habitação para essas mulheres”, conta Raquel Barros, articuladora do Instituto Empodera.

O engenheiro civil, bioconstrutor e sócio da Casa Terra, Mateus Gambaro, trabalha desde 2018 com pesquisas na área de construção de casas com elementos naturais. Para ele, a bioconstrução favorece não apenas a população, mas também o meio ambiente, já que o cimento, por exemplo, emite toneladas de dióxido de carbono para a sua produção e poderíamos utilizar a terra em seu lugar, pois muitas vezes ela se assemelha à qualidade estrutural de impermeabilização do cimento.

Vale apena conferir como esse projeto tem funcionado! 


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Editora: Maria Karolina Milhomens

Reimaginando o modernismo de Brasília

Há mais de 60 anos, Brasília surgiu do interior do Brasil. Desenvolvida em um cerrado deserto entre 1956 e 1960, a cidade que substituiu o Rio de Janeiro como capital do país foi um empreendimento conjunto do urbanista Lúcio Costa e do arquiteto Oscar Niemeyer. Com sua forma alada, Brasília tornou-se um poderoso símbolo, pois representa uma das mais puras encarnações da esperança, do esplendor e da ingenuidade da arquitetura do século 20. Mas, bastam apenas algumas horas aqui para ver que esta metrópole utópica — Patrimônio Mundial da UNESCO desde 1987 — é atormentada por defeitos de planejamento urbano.

O problema mais óbvio é uma série de opções de projetos que privilegiam motoristas. A força do automóvel está cimentada no eixo principal de Brasília, o Eixo Monumental de 15 quilômetros. Enquanto municípios em todo o mundo estão hoje competindo para tornar suas ruas mais seguras para pedestres e ciclistas, os barulhentos motores e pneus de Brasília são um lembrete gritante de quantos urbanistas do século 20 imaginaram um futuro inextricavelmente ligado ao carro. Agora devemos lutar para superar as visões que eles pavimentaram.

Em Brasília, essa visão é de uma vida que só passa pelas artérias automotivas da cidade. Os edifícios estão localizados a grandes distâncias uns dos outros, espalhados ao longo de amplas esplanadas. As obras-primas de Niemeyer nos consolam com suas formas curvas. Estas são as curvas, escreveu ele, que “encontramos nas montanhas, nas ondas do mar e no corpo da mulher que amamos”.Outra desvantagem de Brasília é sua rígida divisão funcional. Isso afeta ainda mais o planejamento da cidade. Em uma das minhas primeiras visitas, estava admirando a catedral de Niemeyer, que floresce com seus pistilos de concreto na Esplanada dos Ministérios, quando um jovem engenheiro local do nosso grupo fez uma piada contundente: “Você sabe o que realmente não funciona nesta cidade? O bairro do café expresso fica longe do bairro do açúcar."

Ademais,  Carlo Ratti vai além e mostra as problemáticas existente na grande Capital. Vale apena conferir!


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Editora: Maria Karolina Milhomens

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Archigram: trajetória e influências ao longo de suas produções


O texto ‘Algumas Notas sobre a Síndrome Archigram’, de Peter Cook, é o símbolo da arquitetura no início da era da reprodutibilidade em massa. Publicado pela primeira vez pela Perspecta 11 - Yale Architectural Journal de 1967 e republicado no livro ‘Textos de Arquitectura de la Modernidad’ de 1999, o texto retoma a partir do olhar do autor a cronologia e as consequências do pensar e fazer arquitetura proposto pelo grupo Archigram - publicação anual que deu origem ao coletivo de arquitetos de mesmo nome.

O grupo destaca-se como marco de transformações do pensamento da cidade, da representação, da arquitetura e do saber tecnológico aplicado ilimitadamente dentro da sua produção. E, dessa forma, fazendo com que suas elaborações não sejam isoladas, mas sim vinculadas às principais manifestações artísticas na Inglaterra e nos EUA - com o Independent Group e as ondas de ‘contracultura’.  O terreno fértil para experimentação de projetos fez com que o futuro desejado pelo Archigram começasse a ser construído desde 1961 - com o lançamento da primeira revista Magazine 1. O grupo acreditava que o formato da revista se estabelecia como possibilidade de divulgação de suas ideias utópicas; de exposições de projetos dos membros em manifestações de distintas expressões; de ser um vínculo com a comunicação que tencionava a conexão entre tecnologia e o homem, e promover uma procura de novos olhares do fazer arquitetônico. 

Ao longo da trajetória, Archigram consegue reinventar as possibilidades da representação arquitetônica. A Magazine 2 (1962) é o início de especulações da representação não mais vinculada a um carácter técnico e escolástico - plantas, cortes e elevações. Já nos primeiros esboços projetuais de membros do grupo é possível observar uma nítida intenção de apropriações com colagens, desenhos e fotografias feitas pelo Independent Group.

Vale apena conferir o que mais esse grupo acrescentou para a arquitetura moderna! Vale o Clique!


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terça-feira, 16 de novembro de 2021

A importância arquitetônica, cultural e religiosa dos minaretes

A arquitetura islâmica há muito é reconhecida como uma das tipologias mais influentes na história da arquitetura, especialmente em se tratando de edifícios religiosos. Traduzindo uma série de conceitos abstratos e narrativas históricas em em formas, estruturas e cores, os espaços interiores da arquitetura islâmica são de uma beleza sublime e as vezes incomparável. Seja através da organização metódica de seus espaços internos para facilitar e promover a iluminação e ventilação natural, ou através de seus detalhes, ornamentos e profusão de cores e texturas, o contraste entre o espaço interior e exterior é mais do que evidente em uma mesquita. Ainda assim, talvez a característica mais reconhecível da arquitetura religiosa islâmica seja a presença imponente de seus minaretes—um dos maiores símbolos da cultura islâmica. Isso porque, a estrutura proeminente dos minaretes estabeleceu-se ao longo dos séculos como um ponto de referência em meio a intrincada malha urbana das cidades islâmicas, transformando-se não apenas em um importante elemento de orientação, mas principalmente em um símbolo de identidade. 

Formalmente, uma mesquita é composta por quatro elementos principais: um pátio aberto, um espaço coberto, uma sala de orações e um minarete. No interior do espaço principal, sobre a estrutura de uma grande cúpula, encontra-se uma parede chamada de Qibla (que aponta a direção de Meca), e um Mehrab, um nicho semicircular utilizado pelo Imam da mesquita e o Minbar, uma espécie de assento elevado desde onde ele conduz os fiéis em momentos de prece. Além de seu evidente papel como espaço de culto e fé, a mesquita é também um espaço de valor cultural e social para o Islã, desempenhando um papel central na vida em comunidade.

Durante a antiguidade, o Athan, ou chamada para os momentos de oração, era realizado desde o ponto mais alto da mesquita para alcançar o maior número possível de fiéis. Neste sentido, a localização assim como a própria arquitetura desempenhavam um papel fundamental na operação de uma mesquita. 

O que sim é certo, é que ao longo de sua história os minaretes evoluíram, assumindo diferentes formas e configurações, tornando-se cada vez mais altos e complexos. Comumente, um minarete se estabelece sobre uma base retangular junto a uma das extremidades da mesquita e, conforme a estrutura vai ganhando altura, ela vai assumindo diferentes seções e incorporando distintas aberturas.

Mesquitas costumam ter de um a seis minaretes, dependendo do tamanho da estrutura principal e de sua relação física e visual em relação ao seu entorno imediato. Em termos de acesso, minaretes contam ou com uma escadaria interna ou externa, a qual o Almuadém utiliza para chegar a plataforma mais elevada. Em alguns casos particulares, como na Grande Mesquita de Samarra no Iraque, também conhecida como Malwiya, o minarete é a própria estrutura da escada — uma rampa em espiral que também pode ser acessada pelos fiéis e visitantes.

Vale apena conferir e se apronfundar nessa arquitetura tão importante para a humanidade!


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Editora: Maria Karolina Milhomens


segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Relações de poder e desigualdade em mapas: uma análise urbana através da cartografia




Humanos são seres sensoriais, e como tais, se relacionam com o mundo através de suas experiências vividas, mas, além disso, há outra forma pela qual podemos compreender o mundo no qual vivemos, isto é, através da uma representação bidimensional inventada pelo homem—os mapas. A cartografia, muitas vezes, é utilizada para delinear fronteiras e estabelecer limites, e desta forma têm sido utilizada historicamente como uma ferramenta de opressão e segregação.

 A projeção cilíndrica do globo terrestre, ou Projeção de Mercator, é um ótimo exemplo de como a cartografia bidimensional distorce fortemente a realidade física e visível. Este efeito é responsável por uma série de imprecisões geográficas, como a Groenlândia, que nos mapas de projeção cilíndrica, parece equiparável à América do Sul, quando na verdade, possui apenas um oitavo de sua área. No que se refere ao planejamento urbano, mapas são utilizados como uma ferramenta auxiliar para determinar a forma e a maneira como construimos nossos espaços urbanos. Entretanto, esses mapas tendem a ser vistos apenas como estruturas auxiliares e representativas, completamente desconectados da miríade de experiências “reais” que compõe um determinado território físico.

O Plan Voisin, concebido por Le Corbusier em 1925, é uma representação muito objetiva de como mapas podem ser utilizados para contar uma história e vender uma ideia. A proposta delineada por Le Corbusier no Plano Voisin consistia na demolição de três quilômetros quadrados do centro histórico de Paris para a implantação de um novo urbanismo, composto por 18 torres em planta cruciforme, dispostas segundo uma malha retangular em meio a uma grande área verde acessível.

De forma semelhante ao Plan Voisin de Le Corbusier, o mapa de Rabat de 1922 também representa um esforço para controlar o território urbano. As linhas amarelas no mapa de Rabat foram traçadas sobre as ocupações já estabelecidas, penetrando arbitrariamente o tecido histórico tradicional da cidade marroquina. O mapa também sugere a negligencia dos planejadores em relação ao bairro de Medina, enquanto os bairros europeus a oeste e sul do cento da cidade podem crescer livremente enquanto a população local é obrigada a viver em condições precárias em áreas sem qualquer tipo de investimento em infraestrutura pública.

Nos dias de hoje, felizmente, temos testemunhado uma completa mudança de direção em relação ao planejamento urbano e as políticas públicas em diversas cidades e países. Mapas representativos são complementados com informações coletadas “in loco”, dados oriundos também de uma maior participação e engajamento das comunidades locais afetadas. Vemos nas sociedades de hoje um número quase infinito de ferramentas legais à disposição dos planejadores e urbanistas mas não só, permitindo ainda que os cidadãos possam criar seus próprios mapas desde o conforto de suas casas.



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Editora: Maria Karolina Milhomens

domingo, 14 de novembro de 2021

O que é equidade em arquitetura e design?


Segundo o dicionário, equidade significa “disposição de reconhecer igualmente o direito de cada um” enfatizando a importância de se levar em consideração as diferenças dos indivíduos. Vale ressaltar ainda que este termo é frequentemente confundido com a palavra igualdade, porém, difere-se dela justamente porque a igualdade é baseada no princípio da universalidade, perante o qual todos os indivíduos deveriam ser regidos pelas mesmas regras, sem possibilidade de adaptação.

Nos projetos arquitetônicos, assim como no próprio design (de produto, mobiliário, etc.), a equidade significa oferecer iguais condições de apropriação a usuários com diferentes características. No que diz respeito aos projetos urbanos, a equidade é aplicada com este mesmo intuito de promover oportunidades iguais na ocupação da cidade. Assim, a noção de equidade no design, na arquitetura e no urbanismo, assim como em outras aplicações, está relacionada, portanto, a oferecer aos usuários o que eles necessitam de modo que todos tenham acesso às mesmas oportunidades com estratégias proporcionais e adequadas a cada circunstância particular.

Para saber mais, Vale o Clique!



Via Archdaily
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Editora: Geovana Silva

sábado, 13 de novembro de 2021

Ventilação cruzada? Efeito chaminé? Entenda alguns conceitos de ventilação natural

Nada mais racional que utilizar o vento, um recurso natural, gratuito, renovável e saudável, para melhorar o conforto térmico de nossos projetos. A consciência da finitude dos recursos e a demanda pela redução no consumo energético tem retirado o protagonismo dos sistemas de ar condicionado, fazendo com que arquitetos e engenheiros voltem-se ao sistemas passivos para melhoria do conforto térmico nos interiores. É evidente que há climas extremos em que não há escapatórias, senão o uso de sistemas artificiais, mas em grande parte da superfície terrestre é possível proporcionar um fluxo de ar agradável através dos ambientes por meio de sistemas passivos, principalmente se as ações forem consideradas durante a etapa de projeto. 

O tema é altamente complexo e abrangente, mas abordaremos sinteticamente alguns conceitos, exemplificando-os com projetos construídos. Uma série de sistemas de ventilação pode auxiliar nos projetos: ventilação natural cruzada, ventilação natural induzida, efeito chaminé e resfriamento evaporativo, que combinados à correta utilização de elementos construtivos possibilita melhoria no conforto térmico e diminuição no consumo de energia. Para saber mais, Vale o Clique!

Via: ArchDaily

Autor :  Matheus Pereira
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Editora: Eryka Letycia