terça-feira, 24 de novembro de 2020

Fotografia - a beleza e a decadência em lugares abandonados

O fotógrafo holandês Roman Robroek registra a beleza decadente de lugares abandonados. Suas obras mostram lugares em ruínas, que estão esquecidos e são despercebidos por quem passa por eles.

Apaixonado por fotografia urbana, Robroek sempre foi curioso em relação a edifícios vazios, abandonados e deteriorados. Qual foi a história por trás desses prédios? Quem morava neles? A que propósito esses objetos serviam e por que foram abandonados?

Foi buscando respostas a essas perguntas que o fotógrafo começou a explorar cada canto desses locais. Para ele, espiar a portas fechadas é uma experiência verdadeiramente única, relaxante e atraente ao mesmo tempo.


Uma de suas séries de imagens mostra uma enorme variedade de igrejas em toda a Europa, em diferentes estados de decadência. Esses edifícios religiosos, uma vez espaços de reunião da comunidade, foram deixados para serem recuperados pela natureza. Se foram abandonados devido a danos durante um desastre natural ou simplesmente porque estavam localizados em uma vila desabitada, cada espaço tem sua própria história para contar. Para Robroek, este trabalho permite que ele tenha um olhar mais atento sobre as maravilhas do passado, permitindo que ele compartilhe essas maravilhas com um público mais amplo. Dessa forma, a arquitetura antiga não será esquecida.


Aprecie essas fotografias, que o transportarão para outro mundo e farão você também se perguntar sobre as histórias por trás desses espaços misteriosos. Vale o Clique!








Via zupi














segunda-feira, 23 de novembro de 2020

Casa na árvore é feita de bambu e não usa nenhum prego ou parafuso

Para construir uma casa na árvore, você normalmente precisa de pregos ou parafusos, um martelo e pranchas de madeira. Mas Penda, uma empresa de arquitetura com sede em Pequim, projetou uma casa na árvore que não utiliza qualquer uma dessas coisas. Somente corda e hastes de bambu.

O conceito de design recentemente ganhou o segundo lugar na categoria de projeto de arquitetura em 2016.

Penda não construiu a casa da árvore ainda, mas é um protótipo de um pequeno modelo do sistema de bambu modular. A equipe chama o projeto “Rising Canes”, já que camadas de bambu serão empilhadas em cima umas das outras para formar a casa da árvore.

A equipe espera construir um modelo maior fora de Pequim em 2023 – onde cerca de 20.000 pessoas poderiam viver.

Via Engenharia É

domingo, 22 de novembro de 2020

Los Angeles terá a maior ponte do mundo para animais



A rodovia 101 cruza a cidade de Los Angeles e é famosa pelo trânsito intenso de veículos. E a autoestrada vai ganhar mais um motivo para ficar famosa: ela vai receber a maior ponte para a vida selvagem do mundo, construída para que os animais possam atravessar a rodovia sem risco de atropelamentos.

A região tem uma grande população de pumas, mas o crescimento urbano foi tomando boa parte do território e criando ilhas em que os animais ficam isolados. Estas ilhas são separadas por rodovias como a 101, a 110 ou a 405 o que aumenta consideravelmente o risco de atropelamentos de animais que tentam cruzar as vias para ir de uma área preservada à outra.



“A ciência explica o que está acontecendo na região e o risco é maior do que os atropelamentos dos animais por automóveis”, explica Beth Pratt da National Wildlife Federation, uma das organizações parceiras que estão trabalhando no projeto. “Estas ilhas provocam o isolamento genético, uma vez que os animais não podem circular entre diferentes áreas preservadas de seu habitat, porque elas estão separadas por rodovias movimentadas”.

Uma campanha de arrecadação das ONGs Save LA Cougars e National Wildlife Federation, arrecadou US$ 15 milhões entre cerca de 2,7 mil doadores para que a construção de uma ponte de 50 metros sobre a rodovia 101 na área do Liberty Canyon.

A ponte vai ser coberta por vegetação e árvores, para que a travessia dos animais seja a mais silenciosa e protegida possível, dando segurança e estimulando os pumas a explorarem este novo caminho.

A construção vai acontecer no trecho entre a cidade de Thousand Oaks e Calabasas, região onde muitos milionários e celebridades de Hollywood tem suas casas. A travessia vai interligar dois ecossistemas preservados – o Malibu Creek State Park/ e o Palo Comado Canyon – e o objetivo é que seja formado um corredor para que os animais voltem a circular, se acasalar e se desenvolver em segurança.

Via Ciclo Vivo

sábado, 21 de novembro de 2020

Centro cultural reaproveita andaimes, pedras e bambu na construção

Olhando de fora ninguém diz, mas o centro comunitário cultural da foto acima revela um lado feio do Vietnã. O lado que explora seus recursos naturais por meio da mineração ilegal de rochas. Mas, o escritório de arquitetura H&P mostrou que é possível dar nova vida e beleza aproveitando parte das rochas que são descartadas. O projeto confirma que tudo pode ser aproveitado sem deixar de lado a estética.

Apelidado de S Space (S = Salve a Pedra e Andaimes), o centro foi construído com o reaproveitamento de tubos de aço de andaimes, partes de rochas que foram descartadas e detritos de rocha. Tudo foi encontrado em aldeias do entorno e locais de construção.

O projeto está localizado em uma área urbana emergente na cidade de Dong Van, na província de Ha Nam. É, segundo o escritório, um espaço aberto para a comunidade, com foco em aspectos culturais e artísticos. A inspiração do design vem da paradisíaca Kem Trong – localizada na fronteira entre as duas províncias de Ha Nam e Ninh Binh – o lugar possui montanhas, árvores e rios, apesar da mineração ilegal estar gradualmente transformando a paisagem natural.

Não à toa, a vegetação tem destaque no espaço, que ajuda a regular o microclima e criar cenários – aproximando as pessoas da natureza. Além dos resíduos da construção civil, outros materiais são agregados. No telhado, por exemplo, são usados tubos de aço e varas de bambu (também aplicadas no piso), que fornecem uma estrutura ao mesmo tempo estável, mas de aparência leve.

A inspiração na paisagem montanhosa resultou ainda em uma série de paredes de pedra em ziguezague. Por fim, uma piscina exterior ajuda a tornar o local mais refrescante. Para os responsáveis, o projeto ajuda a aumentar a conscientização de que a “arquitetura é responsável pelo ambiente natural e sociocultural”.

Para conferir mais imagens, Vale o Clique!

Via Ciclo Vivo

sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Usina produzirá asfalto com resíduos de obras em SP



No início de novembro, a Sabesp assinou o contrato para a implantação de uma usina de reciclagem que vai produzir base asfáltica a partir de resíduos das obras de saneamento da companhia. Essa solução sustentável vai melhorar a qualidade da reposição do pavimento nos serviços que a Sabesp faz de reposição de pavimento nas ruas de São Paulo.

Com a reciclagem dos resíduos de obras, o descarte em aterros vai ser reduzido. A usina de reciclagem foi contratada por meio de licitação, vencida pelo consórcio Reintegrar, formado pelas empresas Fremix e Soebe. Serão investidos no projeto R$ 29,6 milhões em 30 meses.

Asfalto espumado

A usina vai produzir asfalto espumado, obtido por técnica que utiliza injeção de ar e de água sob pressão no cimento asfáltico aquecido. Além de mais sustentável, este asfalto tem uma capacidade maior de sustentável, este asfalto tem maior capacidade maior para suportar o tráfego de veículos.

A recomposição da via com o asfalto espumado dá mais flexibilidade ao pavimento, reduz os riscos de surgimento de trincas e possibilita a liberação imediata para o tráfego.

A matéria-prima para a produção do asfalto serão as sobras das obras da Sabesp, como as de implantação de redes de água e esgoto que geram pedaços de asfalto, concreto ou sarjeta, por exemplo. Também serão usados os resíduos das obras do projeto do Novo Rio Pinheiros, programa de saneamento na bacia para despoluir o rio até 2022 que também usará o novo asfalto quando a produção começar.

“Com isso ganhamos em várias frentes: não depositando um material que tem valor energético excelente, dando exemplo para a população de que os resíduos devem ser reciclados e, além de tudo, fazendo algo de maior tecnologia do que o existente, ou seja, gerando uma melhoria das condições. Isso vai gerar maior satisfação na população”, explicou a diretora da Escola Politécnica da USP, Liedi Bernucci, durante o evento de assinatura do contrato. Mais detalhes, Vale o Clique!

Via Ciclo Vivo

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Parque linear recupera espaço do histórico Grande Canal da Cidade do México

A história da infraestrutura hidráulica da Cidade do México remonta a época pré-colombiana, quando os Astecas estabeleceram seus primeiros assentamento as margens lago Texcoco. Com o passar dos séculos, muitos dos históricos canais que antes dominavam a paisagem do planalto central mexicano foram desaparecendo, transformados em valetas, canais de drenagem ou esgoto. Por este motivo, em 2019 a Cidade do México propôs um amplo projeto de revitalização e resgate de algumas destas importantes estruturas urbanas na tentativa de reverter a paulatina decomposição do tecido urbano e social da capital mexicana. Esta estratégia fomentou o desenvolvimento de uma série de pequenos projetos, estimulando o surgimento de novos espaços públicos que visam promover a qualidade de vida dos moradores da cidade e preencher os “vazios” urbanos deixados pela expansão urbana predatória.

É neste contexto que surge o “Parque Linear do Grande Canal”, concebido pelos arquitetos do 128 Arquitetura y Diseño Urbano, o qual encontra-se implantado ao longo da Avenida del Peñón em direção Norte. Com um longo parque linear construído sobre a estrutura histórica do Grande Canal da capital, este novo espaço urbano transforma e integra ao tecido urbano uma área de mais de 70 mil metros quadrados — e isso é apenas a primeira etapa.

"A característica formal de maior relevância neste projeto surge da intenção dos arquitetos de reestabelecer o antigo leito do canal, reconstruindo a topografia original do terreno e transformado-o em um amplo e generoso espaço público acessível. O histórico canal esteve abandonado por anos, transformando-se em uma espécie de fissura urbana que separava mais de vinte bairros diferentes e quase 100,000 habitantes ao longo de seus pouco mais de mil metros de extensão. A recuperação da mata nativa e ciliar do antigo canal foi um fator determinante para o desenvolvimento do projeto de intervenção concebido pela equipe do 128 Arquitetura y Diseño Urbano, restabelecendo este território como uma área de domínio público 100% permeável, permitindo assim reduzir os efeitos das ilhas de calor na Cidade do México."

Os programas e espaços públicos que compõe a estrutra urbana do Parque Linear do Grande Canal foram concebidos para suprir a carência histórica e manifesta por áreas verdes nesta região da capital mexicana. De forma a animar este novo eixo monumental, os arquitetos optaram por inserir uma série de pequenas ilhas programáticas e pavilhões temáticos concebidos para atender as demandas de um diversificado grupo de usuários, desde idosos, crianças e jovens, até atletas e turistas.

"A geometria do traçado do parque rememora a repetitividade das estruturas das grandes calçadas pré-colombianas, criando uma sensação de ritmo e escala além de definir uma grade sobre a qual se encaixam os elementos do parque: taludes, platôs, jardins, rampas e escadarias. A iluminação pública, até então inexistente, revela um generoso espaço de domínio público, requalificado e devolvido aos moradores de capital."

Via ArchDaily

quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Estudantes brasileiros vencem prêmio latino-americano de construção com aço

Voltado a estudantes de arquitetura latino-americanos, o Prêmio Acero tem como objetivo promover e impulsionar ações complementares aos modelos pedagógicos para a concepção de ideias arquitetônicas inovadoras utilizando o aço como matéria-prima. A edição deste ano, que tinha como tema "Cidades e Comunidades Sustentáveis", premiou com o primeiro lugar uma equipe formada por dois estudantes brasileiros da FAUUSP.

“Arquitetura que não toda o chão” é o nome da proposta desenvolvida por Augusto Longarine e Luiz Sakata, com orientação do professor Luciano Margotto, que com o mesmo projeto venceram o 13º Concurso CBCA (Centro Brasileiro da Construção em Aço), a etapa nacional que antecede o Alacero. Veja o projeto a seguir, acompanhado do memorial escrito pelos estudantes.

O projeto vencedor traz uma nova maneira de se ver e entender a cidade, aproveitando-se dos espaços ociosos que ela geralmente apresenta para torná-la mais permeável e humana: a cidade encarada não como entrave, mas como solução possível de vida sustentável. Aposta no reaproveitamento de áreas residuais (empenas-cegas e coberturas ociosas, por exemplo) como solução viável para o adensamento de áreas dotadas de infraestrutura, como os centros urbanos. O projeto aproveita-se de uma situação já edificada e consolidada, no caso o Edifício Copan, no centro de São Paulo, para se instalar como um equipamento otimizador urbano.

A ideia principal é de que esses módulos programáticos aéreos se distribuam pela cidade, adotando diferentes formas, funções e programas. A agricultura urbana proposta no ensaio projetual prevê a redução do tráfego interno de caminhões e o processamento e manejo sustentável do lixo orgânico e do esgoto doméstico produzidos pelos condomínios verticais. Propõe ainda a produção e fruição de paisagens complexas e instigantes dentro dos centros urbanos, rompendo positivamente a separação convencional entre cidade e campo. A proposta aposta na replicação e versatilidade do aço como molde das cidades do século XXI.

Conheça mais detalhes sobre o Projeto. Vale o Clique!

Via ArchDaily

terça-feira, 10 de novembro de 2020

Biblioteca tem design futurístico e terraço com vista para o mar na China

Sentar para ler um livro já é, por si só, uma experiência relaxante. Entretanto, este momento pode ficar ainda melhor com uma vista exuberante para o mar. A empresa de arquitetura e design chinesa MAD Architects apostou neste conceito ao projetar uma nova biblioteca na costa de Haikou, na ilha de Hainan, na China. O edifício, que está em construção, será um espaço mutifuncional e foi pensado para que os visitantes possam fugir da agitação da vida urbana para ler, desfrutar da paisagem e assistir apresentações ao ar livre.


A biblioteca, denominado Wormwhole Library, é uma referência a um conceito físico chamado "buraco de minhoca", que sugere um túnel que transcende o tempo e o espaço. A ideia se estende ao design do edifício, que possui uma série de túneis e cavidades utilizadas como janelas circulares. Além de ter uma proposta futurística, a cor branca utilizada na parte externa do prédio faz com que o edifício se encaixe na paisagem por conta do tom claro da areia da praia.

O edifício de dois andares terá uma biblioteca com capacidade para 10.000 livros que será construída ao redor de uma sala de leitura central. Além disso, o espaço incluirá uma área de recepção, um café, um escritório, uma sala de leitura infantil em formato de túnel e um bloco destinado para banheiros, chuveiros e bicicletários. No andar superior, haverá um terraço com vista para o mar que também poderá ser utilizado como local de leitura.

Além de tornar o design do espaço mais atrativo, as curvas das paredes e os terraços de vidro utilizadas melhoram a ventilação da biblioteca. Já o telhado também foi pensado para garantir o conforto dos visitantes e assegurar que o local mantenha temperaturas confortáveis. Por conta disso, o edifício ganhou uma proposta sustentável que prioriza a economia de energia.

Para garantir precisão na construção, o edifício utilizará placas de concreto moldadas por meio de uma impressora 3D. Além disso, máquinas com a tecnologia CNC (comando numérico computadorizado) também estão sendo utilizadas na construção. O projeto está previsto para ser concluído em 2021. 

Via Casa Vogue

segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Museu projetado por Tadao Ando em prédio histórico na França abrirá as portas em janeiro

Após mais de três anos em desenvolvimento, o novo museu de Paris Bourse de Commerce — Pinault Collection abrirá as portas para o público em 23 de janeiro de 2021 e já revelou as primeiras imagens de como ficou o projeto. O prédio é considerado um monumento histórico, e funcionava como a antiga Bolsa de Valores da capital francesa no século XIX. Agora, o edifício abrigará a coleção com mais de 10 mil obras, feitas por 380 artistas diferentes, do bilionário francês François Pinault. Isso foi possível graças à restauração e ao projeto arquitetônico realizado pelo arquiteto japonês Tadao Ando, vencedor do Pritzker, em parceria com o escritório NeM agency / Niney et Marca Architectes, e com a agência do arquiteto francês Pierre-Antoine Gatier.



Para respeitar a história do edifício, Ando e o time realizaram modificações apenas na parte interna da construção, acrescentando uma estrutura central de concreto em forma de cilindro com 30 metros de diâmetro e 9 metros de altura! Os visitantes entrarão pelo piso térreo e os espaços de exposição ficarão localizados nos dois pisos superiores, acessíveis por escadarias circulares que acompanham o cilindro central. Já no terceiro piso, o último, ficará localizado um restaurante com vistas para a cidade e para os afrescos históricos instalados próximos ao domo.

O interior do cilindro de Ando abrigará o espaço central de exposição das obras, e contará com iluminação zenital graças ao domo de vidro localizado logo acima. Abaixo dele, no subsolo, ficará localizado um auditório com capacidade para 284 lugares, que abrigará palestras, encontros e concertos. Entre as paredes do cilindro e a fachada do prédio, foram criados corredores que também abrigarão obras de arte. Além disso, o prédio como um todo recebeu trabalhos de restauração. "A estrutura do antigo edifício não apenas foi conservada, como permanece viva graças à criação interna de uma nova arquitetura. Foi um projeto delicado, mas a equipe de construção fez um ótimo trabalho", afirma Ando.

"Esta é uma construção emblemática graças a sua história, que data do século XVI, e graças à sua arquitetura notável e à sua localização, bem no coração de Paris. Dado o tamanho do desafio [de renovar o prédio] a escolha de Tadao Ando parecia óbvia. Ando é um dos poucos arquitetos que consegue conciliar a arquitetura com seu contexto, o passado e o presente", diz François Pinault, cuja coleção em exposição terá como foco a arte contemporânea dos anos 1960 em diante. 

Não é a primeira vez que Pinault e Ando trabalham juntos para construir um espaço dedicado à arte. Em 2007, o bilionário adquiriu o edifício Punta della Dogana, em Veneza, antiga alfândega da cidade, e pediu ao arquiteto japonês que redesenhasse o edifício para abrigar sua coleção particular. Além disso, Ando também renovou o Palazzo Grassi para o empresário em Veneza.

O museu Bourse de Commerce fica localizado na região central de Paris, próximo ao Museu do Louvre, o que deve contribuir para a formação de um eixo cultural na área. Segundo Pinault, a expectativa é a de que o museu ajude a recompor a atmosfera cultural da capital após as dificuldades enfrentadas pela França e pelo mundo em 2020 com a pandemia do novo coronavírus. 

Via Casa Vogue

domingo, 8 de novembro de 2020

Supercondutores - o material que promete uma revolução energética




Um dispositivo de alta pressão chamado bigorna de diamante foi usado para o experimento A ciência finalmente encontrou o primeiro material com uma propriedade buscada por quase um século: a supercondução à temperatura ambiente.

Um material supercondutor permite que a corrente elétrica flua por ele com perfeita eficiência, sem desperdiçar energia. Até agora, grande parte da energia que geramos é perdida devido à resistência elétrica, que é dissipada na forma de calor. Portanto, materiais supercondutores em temperatura ambiente podem revolucionar a rede elétrica.



No passado, atingir a supercondutividade exigia o resfriamento de materiais a temperaturas muito baixas. Quando esta propriedade foi descoberta em 1911, ela ocorria a uma temperatura próxima do chamado zero absoluto (-273,15° C).

Desde então, os físicos encontraram materiais que podem ser supercondutores em temperaturas mais altas, mas ainda assim muito frias. A equipe por trás desta última descoberta observou a propriedade supercondutora em um composto de hidreto de enxofre carbonáceo a uma temperatura de 15° C.

No entanto, a propriedade só apareceu em pressões extremamente altas de 267 bilhões de pascais — cerca de um milhão de vezes mais altas do que a pressão típica dos pneus de um carro. Isso obviamente limita sua utilidade prática.

Busca continua

"Devido aos limites da baixa temperatura, materiais com propriedades tão extraordinárias não transformaram o mundo da maneira que muitos poderiam imaginar", diz o físico Ranga Dias, da Universidade de Rochester, em Nova York, que fez parte da equipe.

"No entanto, nossa descoberta quebrará essas barreiras e abrirá a porta para muitas aplicações potenciais."

O próximo objetivo será encontrar maneiras de criar supercondutores em temperatura ambiente em pressões mais baixas, o que tornará mais econômico produzi-los em maior volume.

Dias diz que quando isso for descoberto "poderá mudar definitivamente o mundo como o conhecemos".

Nos Estados Unidos, as redes elétricas perdem mais de 5% de sua energia no processo de transmissão. Portanto, evitar essa perda poderia potencialmente economizar bilhões de dólares e até mesmo afetar o clima do planeta.

Esses materiais podem ter muitas outras aplicações. Isso inclui uma nova maneira de impulsionar trens magnéticos, como os Maglevs que "flutuam" nos trilhos do Japão e da China. A levitação é uma característica de alguns materiais supercondutores.

Outra aplicação seria na eletrônica para torná-la mais rápida e eficiente.

"Com este tipo de tecnologia, podemos nos tornar uma sociedade supercondutora onde você nunca mais precisará de coisas como baterias novamente", disse o coautor do estudo, Ashkan Salamat, da Universidade de Nevada em Las Vegas.

Via BBC

sábado, 7 de novembro de 2020

Décadas de luxo: conheça a história dos hotéis mais antigos do Brasil

Os hotéis mais antigos do Brasil resgatam uma história de décadas de luxo. Hotéis como o Copacabana Palace, por exemplo, é símbolo do Rio de Janeiro há quase 100 anos.

O hotel foi inaugurado em 1923, projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, com inspiração nos hotéis Negresco (em Nice, na França) e Carlton (em Cannes, também na França).

Até hoje é um dos símbolos mais famosos de Copacabana no Rio de Janeiro e já hospedou nomes como a princesa Diana, Mick Jagger, Madonna e Kirk Douglas.

Mesmo após quase 100 anos, o Copacabana Palace passou por diversas reformas para modernização, como a inauguração do restaurante Cipriani, a construção de uma quadra de tênis, a abertura de uma piscina exclusiva para os hóspedes do sexto andar e a inauguração de um spa. Confira alguns dos hotéis mais antigos do Brasil:


Belmond Copacabana Palace

O hotel foi inaugurado em 1923, projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, com inspiração nos hotéis Negresco (em Nice, na França) e Carlton (em Cannes, também na França). Até hoje é um dos símbolos mais famosos de Copacabana no Rio de Janeiro e já hospedou nomes como a princesa Diana, Mick Jagger, Madonna e Kirk Douglas.

Mesmo após quase 100 anos, o Copacabana Palace passou por diversas reformas para modernização, como a inauguração do restaurante Cipriani, a construção de uma quadra de tênis, a abertura de uma piscina exclusiva para os hóspedes do sexto andar e a inauguração de um spa.


Pouso do Chico Rey

Localizado em Ouro Preto, Minas Gerais, esta hospedagem foi fundada em 1950 e é um dos mais famosos locais da cidade. O casarão da pousada está localizado no centro histórico de Ouro Preto, ao lado da Igreja de Nossa Senhora do Carmo. Além disso, recebeu hóspedes ilustres, como Vinicius de Moraes, Jorge Amado, Pablo Neruda e Elizabeth Bishop. O Pouso do Chico Rey tem apenas nove quartos, uma piscina com hidromassagem é vista para o centro histórico da cidade mineira.






Hotel Caxambu

Fundado em 1884, ainda está em pleno funcionamento na cidade Caxambu, em Minas Gerais. Os mais de 130 de existência trazem muitos elementos históricos, como a fachada no estilo colonial. Apesar disso, o interior passou por diversas modernizações, com piscina, bar, sala de recreação e salão de convenções. Além disso, o hotel fica localizado a duas quadras do Parque das Águas, principal atração turística da cidade mineira.


Fera Palace Hotel

O edifício lembra o Flatiron Building, de Nova York, e fica localizado na Rua Chile, centro histórico de Salvador. Foi fundado em 1934, sob o nome de Palace Hotel, e ficou fechado por mais de 10 anos, reaberto como Fera Palace Hotel, após ser adquirido por um grupo de investidores.

O interior, hoje renovado, conta com 81 quartos e uma decoração inspirada na cultura baiana. No topo do hotel, há uma área ao ar livre com piscina de borda infinita, bar e vista para a Baía de Todos-os-Santos.






Brasília Palace Hotel

Projetado por Oscar Niemeyer, foi inaugurado em 1958, sob o nome de Hotel do Turismo. Nomes como o presidente Juscelino Kubitscheck, Roberto Carlos, Che Guevara e Gisele Bündchen já se hospedaram no hotel. Além disso, o local era a Embaixada dos Estados Unidos entre 1960 e 1961 e, em dezembro de 1959, a música “Água de Beber”, de Tom Jobim e Vinicius de Morais, teria sido tocada pela primeira vez no bar do hotel.

Via Portal MSN

sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Obra de Oscar Niemeyer concluída postumamente é aberta ao público na Alemanha

Leipzig, na Alemanha, é o mais novo local a ter uma obra assinada por Oscar Niemeyer! Um dos últimos trabalhos concebidos pelo arquiteto, a "Esfera Niemeyer" foi inaugurada em uma fábrica do século XIX, usada pela empresa Kirow, do ramo ferroviário. A construção foi finalizada em junho, e, devido à pandemia, o evento de abertura para o público foi realizado virtualmente nesta semana pela empresa Eyerise, que desenvolveu os vidros utilizados no projeto. Feita de concreto branco, a esfera tem 12 metros de diâmetro e abriga um restaurante e um bar para os funcionários do local. Segundo Ludwig Koehne, a ideia de desenhar uma obra que beneficiasse os trabalhadores agradou muito Niemeyer, assim como o contraste entre a construção esférica futurista e a fábrica de tijolos antiga.

Ludwig Koehne propôs a Niemeyer a ideia de reformar a cantina de sua fábrica na Alemanha em 2011. O mestre da arquitetura brasileira concordou, mas o projeto teve de ser finalizado por seu assistente Jair Valera e executado pelo Harald Kern Architects, após a morte de Niemeyer em 2012.

Ao projeto original do arquiteto brasileiro, foram acrescentadas tecnologias para tornar o design mais sustentável. É o caso das 144 peças de vidro triangulares incorporadas na esfera, que foram desenvolvidas pela Eyerise para regularem naturalmente a temperatura no interior do prédio. As peças de vidro utilizam a tecnologia de cristal líquido da marca, fazendo com que sejam capazes de iluminar ou ofuscar o interior da construção instantaneamente, diminuindo o consumo de energia no local.

A "Esfera Niemeyer" começou a ser construída em 2017. A ideia era de que fosse finalizada um ano depois, mas justamente a fabricação dos painéis de vidro demorou mais do que o previsto. Para Koehne, o resultado final teria agradado ao mestre da arquitetura modernista brasileira, que sempre esteve aberto ao uso de novas tecnologias.

Via Casa Vogue

quinta-feira, 5 de novembro de 2020

O incrível transporte de prédio de cinco andares na China

Um prédio de 7,6 mil toneladas foi movido de lugar em Xangai, na China.

A escola primária Lagena, de cinco andares, construída em 1935, teve que ser realocada para dar lugar à construção de um novo projeto nas proximidades.

Em vez de demolir o edifício de valor histórico, os engenheiros optaram por levantar totalmente a construção e colocá-la sobre 198 pernas robóticas especialmente projetadas, informou a imprensa estatal.


As milhares de toneladas de construção de concreto foram transportadas por 61,7 metros pela cidade da China oriental.

Agora o prédio está sendo reformado para sua preservação histórica.

Existem vários métodos de movimentação de edifícios, mas normalmente são usadas plataformas colocadas sobre carris ou guindastes de enorme capacidade.

Mas o uso de pernas robóticas com rodas, como as usadas na escola Lagena, foi uma nova estratégia aplicada pela engenharia chinesa. Xangai tem experiência neste campo.

Em 2017, um templo budista de 135 anos e 2 mil toneladas foi movido cerca de 30 metros para evitar incêndios decorrentes da queima de incenso colocados por visitantes. Após 15 dias de pequenas movimentações, o imóvel histórico chegou ao seu destino final.

Neste ano, a China também atraiu os holofotes mundiais com outro projeto de infraestrutura: a construção de um hospital com capacidade para mil pacientes em apenas 10 dias.

O centro médico foi instalado em Wuhan, cidade onde surgiu o primeiro surto de coronavírus, que acabou levando a uma pandemia global.

Via BBC

quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Descubra patrimônios residenciais deixados por renomados arquitetos



Em 7 de dezembro de 1987, os múltiplos monumentos que adornam o horizonte brasiliense lhe concederam o título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco, o braço da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Educação, Ciência e Cultura. Construções icônicas, como a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida e o Teatro Nacional, são admiradas no mundo inteiro e fazem os amantes da arquitetura modernista suspirarem.

Porém, poucas pessoas sabem do legado arquitetônico que se esconde nas quadras residenciais de Brasília. Arquitetos inesquecíveis como Milton Ramos, Lelé, Zanine Caldas e Oscar Niemeyer também deixaram marcas eternizadas em Brasília por meio de patrimônios privados ; suntuosos e históricos.

Apesar da beleza e do valor indiscutível, as casas apresentadas nas páginas a seguir não são monitoradas ou protegidas por nenhum órgão. Cabe aos proprietários a defesa e preservação do imóvel. De acordo com o Iphan, o acervo residencial brasiliense, embora expressivo e importante, não constitui, a priori, patrimônio cultural brasileiro.

"O reconhecimento de um bem (artefato) como integrante do patrimônio cultural brasileiro pressupõe o cumprimento de premissas e critérios específicos. Condição que o conjunto de edificações residenciais projetadas por esses arquitetos, embora de qualidade arquitetônica indiscutível, não atende. Como, por exemplo: estar relacionado a um processo social de interesse coletivo; ser referência para uma comunidade e ser passível de fruição cultural", afirmou o órgão em nota.




Concreto monumental

Apesar de representar a essência da arquitetura brasiliense, o design modernista desta casa causa estranhamento aos que a avistam. Com o passar dos anos, a cidade foi mudando e a residência foi a única da rua a preservar o estilo original e característico da década de 1970 ; época em que foi construída.

Os primeiros donos eram amigos de Milton Ramos, arquiteto que assina o projeto, e habitaram a charmosa residência por 40 anos. O atual morador encontrou a casa em um anúncio na internet e foi amor à primeira vista, mesmo sabendo que estava fora de seu orçamento, não resistiu e agendou uma visita. Conversou com a proprietária, que viu ali os filhos crescerem, saírem de casa e ficado viúva. Ouviu ela dizer, com lágrimas nos olhos, que outros potenciais compradores já teriam visitado o imóvel e perguntado quanto ficaria para derrubar a construção. Ela, porém, jamais aceitaria ver o espaço onde criou os cinco filhos se transformar em entulho.

Ainda em êxtase após conhecer a casa, o atual proprietário mandou um emocionado e-mail, em que explicava que só poderia oferecer um valor abaixo do mercado, mas que prometia honrar o legado da casa. O que ele queria era dar continuidade à história dela com a sua recém-iniciada família. Comovida, a antiga dona aceitou a proposta.

Com as chaves em mãos, o feliz novo proprietário procurou o escritório BLOCO Arquitetos e Associados para fazer um trabalho de restauração e reforma na construção histórica. Quando o arquiteto Daniel Mangabeira viu a casa pela primeira vez, ficou perplexo. "Eu disse para ele: se você não me contratar para executar essa reforma, eu não faço mais nenhuma casa para você", brincou.

Apaixonado por história, ele deu início a uma verdadeira imersão no estilo do carioca Milton Ramos, entrevistou a antiga dona e o arquiteto Carlos Henrique Magalhães, que fez uma tese de mestrado sobre Milton. Ele queria recolher o maior número de informações sobre o trabalho do ilustre profissional na área residencial.

Milton trabalhou ao lado de Oscar Niemeyer nos principais projetos de Brasília, foi gerente de obras do Itamaraty e responsável pelo detalhamento do Teatro Nacional. Apesar da respeitável trajetória, ele não é tão conhecido pelo grande público.

Respeito foi a palavra de ordem durante a reforma da casa de 350m;. Tudo foi feito com muita cautela para adaptá-la às necessidades do cliente, porém, sem descaracterizar o projeto original. A casa não estava decrépita, não tinha sequer uma infiltração, mas a última reforma tinha ocorrido na década de 1990. Precisaram refazer completamente as instalações elétricas. As intervenções, porém, foram mínimas. A ideia era reforçar que um bom projeto é atemporal. "Ela não parece atual, mas tem um componente contemporâneo", define o arquiteto.

Pesquisa histórica

Ao longo das pesquisas, Daniel encontrou pouquíssimas informações sobre esse projeto específico. As fotos de família da antiga dona foram fonte importante para a equipe recuperar características originais da casa. Um exemplo é o espelho d;água frontal, que havia sido coberto e gramado. Daniel e o cliente decidiram trazê-lo de volta para complementar a fachada da residência.

Para o arquiteto, a conexão dela com a rua é algo que chama a atenção. Na época da primeira visita à casa, havia um gradil que não aparecia em muitas das fotos. "Milton gostava de trabalhar essa sutil conexão entre os espaços. A porta dá direto para a rua", explica. Daniel sugeriu que o gradil fosse removido para manter o projeto original, e o cliente apoiou a decisão ; que muitos veriam como um risco à segurança.

Na parte interna, quase todas as paredes são de concreto aparente, marca registrada da época e do trabalho de Milton Ramos. As paredes eram brancas, mas, uma vez descascadas, revelaram as múltiplas marcas das formas de concreto ; uma grata surpresa para todos os envolvidos. Optaram, então, por lixá-las, impermeabilizá-las e deixá-las à mostra. O piso de ipê maciço, cada tábua com quase 9m de comprimento, foi inteiramente recuperado e se alinha perfeitamente com as paredes. A imponente fachada de concreto também foi revitalizada e meticulosamente impermeabilizada.

O projeto de Milton Ramos tinha quatro quartos, todos voltados para o nascente e apenas duas suítes. Um dos quartos virou escritório e ganhou um novo banheiro. Dividido, o banheiro de uma das suítes ficou entre os dois quartos. O lavabo foi aumentado, repaginado e premiado. "Nesse espaço, reinterpretamos o uso do material. Naquela época, tinha muito painel de madeira nos edifícios comerciais. Decidimos trazer isso para o lavabo. Exacerbamos", enaltece Daniel. Tudo, inclusive a pia, é de madeira. O ambiente foi o vencedor das categorias nacional e regional do 22; prêmio DECA, em 2017.

A sala é ampla e reúne estar, jantar e tevê. Nos múltiplos nichos da estante de MDF, de 2,25m de altura e 8,25m de comprimento, estão objetos que trazem a personalidade da família de maneira afetiva. Porta-retratos, livros, adornos decorativos e até mesmo brinquedos dos filhos pequenos.

O casal gosta do fato de o lar ser simples, coerente e funcional. "A nossa casa foi feita para ser vivida", explicam. Desde que se mudaram, passaram a ser caseiros. Humildemente, o atual proprietário reconhece que sua residência é um patrimônio da cidade. "Agora, ela está comigo. Mas, definitivamente, faz parte do patrimônio histórico brasiliense." Na parede oposta da estante, eles ostentam; com muito orgulho as plantas originais do projeto.


Brutalismo imponente

Construída em meados dos anos 1970 pelo arquiteto João da Gama Filgueiras Lima, o Lelé, a mansão de estilo brutalista é ocupada desde 1976. Os antigos proprietários, amigos de Lelé, moraram nela por 40 anos. Durante décadas, a construção funcionava como uma casa de campo e espaço para as férias em família.

Há quatro anos, a mansão foi vendida. Os novos donos viram a necessidade de revitalizar o patrimônio que leva a assinatura de Lelé, que, entre outras obras, projetou parte dos prédios da UnB e os hospitais da Rede Sarah. Na casa, habita ainda o maior painel de azulejos original de Athos Bulcão, em residência, no mundo.

O arquiteto Lutero Leme, do estúdio Arquitécnika, responsável pela reforma, diz que a obra foi um desafio, devido à estrutura da casa. Composto por cinco pilares de sustentação, ele afirma que o projeto é muito ousado para a época. "A casa só tem um ponto de contato com o solo, por meio de uma grande estrutura de concreto, que tem um tabuleiro atirantado. Ao longo dos anos, ela deformou." O profissional compara a construção com um balanço. "A casa se movimenta dois centímetros por dia. Ela sobe e desce, como uma gangorra."

Essa movimentação de área foi o ponto de partida para todo o projeto de restauração. Os revestimentos tinham de estar preparados para qualquer dilatação, sem formar rachaduras ou fendas. Para isso, Lutero e sua equipe fizeram um estudo detalhado sobre movimentação de paredes e esquadrias.

Tecnologia funcional

A tecnologia também tinha de estar alinhada com toda a construção e viabilizar funcionalidade e praticidade para os moradores. "Fizemos um levantamento de todas as necessidades do cliente e de como podíamos adaptar tudo isso dentro da casa, mantendo o externo", detalha o profissional.

A partir do relatório de alterações, a mansão foi caprichadamente revitalizada. Leme comandou a construção de uma área de lazer, antes inexistente. Para satisfazer os moradores, que, segundo Lutero, são verdadeiros anfitriões, o arquiteto projetou churrasqueira, living, spa, adega, banheiros espaçosos ; com três cabines cada uma, ideais para festas ; e piscina, cujos azulejos foram assinados pelo artista plástico brasiliense João Henrique Rego. Painéis giratórios esculturais, com caráter modernista, foram desenhados e executados por Leme para compor o espaço.

Com aproximadamente 1.960m; de área construída, a mansão tem horta orgânica, gazebo para cultivo de plantas, espaço de convivência específico para tomar chá ; pensado especialmente para a proprietária. O paisagismo, alterado em 100% do projeto original, também foi de autoria de Leme.



Traços marcantes

Construída para um parente do célebre arquiteto Lelé em 1971, a casa pertenceu à família até 2005, quando os atuais proprietários a compraram. Sempre admiraram a arquitetura e sabiam exatamente do valor histórico do imóvel. São 800m;, incluindo área de lazer e mezanino. Quatro quartos com suíte, sala de jantar, cozinha, sala de estar, garagem e área de serviço compõem a luxuosa construção.

Quando os atuais donos a visitaram pela primeira vez, achavam que estava com um ar muito antigo, que não combinava com eles, e que seria difícil adaptá-la. Coube à designer de interiores Ângela Borsoi e aos arquitetos Mariana Borsoi e Humberto Araque mostrar que era possível e que não seria tão difícil quanto parecia.

A casa não estava na melhor condição, obviamente tinha marcas de uso e algumas infiltrações. Porém, conservada. Segundo Ângela, em geral, os clientes sempre querem derrubar e fazer uma nova casa. "Dessa vez, mais do que nunca, preservar a identidade da casa era uma prioridade."

Os arcos e tijolos remetem imediatamente ao estilo de Lelé. É impossível não notar a semelhança com a suntuosa Mansão dos Arcos ; localizada no Park Way. A designer de interiores ressalta que, na verdade, a casa do Lago Sul serviu de laboratório para o famoso espaço, que só foi concluído três anos mais tarde. O que só enaltece o valor histórico do imóvel.

Apesar de sutil, o processo de reforma da casa foi feito em duas etapas. A primeira em 2005 e a mais recente, em 2017. Na fachada não houve nenhum tipo de alteração. Por preferência dos moradores, algumas paredes internas de tijolo foram revestidas e outras, que eram brancas, cobertas com madeira. O objetivo era dar o ar mais contemporâneo desejado pelos novos donos.

Todas as pequenas intervenções foram pensadas e estudadas. Atualmente, os ambientes estão maiores. "A suíte do casal sofreu a maior intervenção. O jardim interno foi removido para dar lugar ao closet, ao banheiro e ao home office que o casal desejava", esclarece Ângela.

Pequenas mudanças

Ao adentrar na sala de estar, o espelho d'água com carpas impressiona. Ele também estava um pouco abandonado e os donos cogitaram fechá-lo algumas vezes. Porém, de acordo com Ângela, ninguém teve coragem de tirar uma característica tão importante da casa. "Ele tem toda uma proporção e relação ao resto do imóvel. Principalmente ao mezanino", acrescenta. Para dar ainda mais personalidade, colocaram dentro da água uma escultura do artista popular pernambucano Nicola.

Outra mudança importante foi na área externa. A piscina em formato de feijão foi substituída, mas Ângela se preocupou em manter o alinhamento da anterior. A área da churrasqueira, com home theater e sauna, também está entre as alterações recentes. "Não quis replicar a casa, mas construir algo que combinasse e dialogasse com a obra de Lelé." Optou pela parede de vidro para manter a visão do jardim.

Ângela ainda se impressiona com a genialidade do arquiteto. O teto verde é original e, no período da construção da casa, ninguém fazia isso. Hoje, arquitetos do mundo inteiro debatem sobre a funcionalidade desse recurso para refrescar ambientes. "Ele serve para trazer conforto térmico e deixar os ambientes mais agradáveis. São preocupações muito atuais, mas ele já tinha naquela época", destaca.

A profissional comenta que foi uma responsabilidade muito grande alterar, mesmo que minimamente, uma obra de autoria de um ícone da arquitetura modernista brasileira e brasiliense. Lelé é reconhecido internacionalmente e frequentemente os moradores abrem suas portas para receber estudantes de arquitetura de outros países que querem visitar e estudar o imóvel.

Via Correio Braziliense

terça-feira, 3 de novembro de 2020

A produção cultural goiana e a comunicação com o urbano em períodos de pandemia

A produção cultural goiana.foto Lucas Carilli
(museu antropológico da UFG)
Museus fechados, ausência de shows, exposições canceladas, festivais adiados. É assim que se encontra a realidade não só goiana mas como também de boa parte do mundo. Goiânia sempre foi conhecida como a “capital sertaneja”, porém nessa terra de pequis e ipês há muito mais que apenas um gênero musical ou artístico. A produção goiana alternativa estava em uma curva ascendente até a pandemia, festivais como Bananada, o Vaca Amarela e Goiânia Noise são exemplificações dessa ascendência. Neste artigo escolhemos o Bananada para entendermos melhor a origem não só do evento mas também das bandas nascidas dos bairros e instituições federais goianas. Para isso temos de voltar 21 anos na história, à primeira edição do Festival Bananada, no qual Fabrício Nobre o criador, tinha como intuito criar um evento em que sua banda MQN pudesse tocar, como descrito pela produtora artística do festival Giovanna Villefort. Os precedentes do evento são uma fomentação da produção alternativa e original de Goiânia, como a banda Boogarins cita na entrevista “Acho que tem uma produção alternativa que vem sendo feita a quase 3 décadas, pelo menos no que eu acompanho e entendo como um histórico disso, que transformou o Boogarins em uma coisa possível, transformou o Bruna Mendez, Brunks, Carne Doce, todos esses artistas dessa geração ali do começo dos anos 2010, poder circular e produzir de igual para igual, são os indie alternativos autorais”. As edições posteriores contaram com artistas de nichos variados e de diversos locais do Brasil.

A produção cultural goiana
Foto: Andressa Carvalho (Bananada 2019)
A luta pelo ganho de visibilidade nacional por esses artistas emergentes tiveram muito haver com o festival como reitera a banda Carne Doce “A dificuldade para produzir em Goiás é o isolamento tanto geograficamente quanto politicamente. O Fabrício Nobre conseguiu grandes feitos com o Bananada e antes com a Monstro, mas eu ainda acho que a maior dificuldade para um artista goiano é conseguir ser visto e ouvido pelo eixo”.

Sendo assim, artistas independentes como os entrevistados dependiam desses eventos e outros como casas noturnas, museus, saraus, feiras culturais, esses eram base de sustentação financeira e ganho de visibilidade, que com a pandemia e adequação da nova realidade não podem ocorrer na mesma frequência e maneira. Como a Drag Queen Tanisha LaQuanda, que trabalha anos 4 anos no ramo, reitera  “A falta de eventos para trabalhar e consequentemente a falta de grana para repor os materiais de produção (maquiagem, perucas, looks etc).”



A produção cultural goiana
Foto: Andressa Carvalho (Bananada 2019)
Com essa situação muitos artistas criaram maneiras de superar esse novo momento, centrando seus esforços nas famosas plataformas digitais. A digitalização da arte foi a principal ferramenta usada para a conservação da expressão da urbanidade e da liberdade, em momentos nos quais sair de casa não é uma opção. O artista Clemente, que trabalha a 5 anos produzindo peças de bordado, pintura e outras técnicas, compartilha sua experiência, que se assemelha com diversos outros artistas: “O instagram tornou-se a principal ferramenta de divulgação do meu trabalho [...] Eu sou a única pessoa responsável por todo conteúdo produzido, desde o bordado, até as fotos, as legendas e a administração da conta, é um ritmo que não vejo como compatível com o tipo de produção manual e artesanal que tenho. Não consigo, por exemplo, fazer postagens todos os dias, é insano. Entretanto tenho tentado investir tempo e estudo para melhorar meu desempenho na rede dentro das minhas condições, buscando alternativas para alcançar um público maior, com as vantagens da internet de alcançar pessoas de outros estados e até países.” Como apresentado, tais ferramentas nesse cenário se tornaram grandes soluções, como as lives e a democratização da arte, mas também criaram novas necessidades e problemas para esses artistas.

A produção cultural goiana.
Foto: Lucas Carilli (feira mercado das coisas)


Distanciamento com o público, necessidade de produzir mais e faltas de ensaios presenciais. Esses são alguns dos problemas abordados pelos entrevistados, por essa digitalização. A dançarina, atriz e professora Nayane Franco, atuante há 13 anos, cita sua visão sobre a digitalização da arte “Ao meu ver foi uma revolução, se for pensar no curto prazo de tempo que todos tiveram pra se adaptar. Foi algo importante, que acredito que viabilizou e proporcionou o acesso a arte para muitas pessoas que antes não tinham. Porém, não acredito que esse seja o 'novo normal', eu acredito que a arte respira amor, respira afeto, respira inspiração e energia, tudo isso chega de uma forma muito diferente e até mesmo limitada, quando se fala de arte digitalizada, então pra mim, foi importante, mas a propagação da arte do jeito 'tradicional' e presencial é insubstituível.”.



A produção cultural goiana.
Foto: Lucas Carilli (show carne doce)
Como abordado no texto, concluímos que Goiânia teve sua produção cultural alternativa originada de eventos que deram palco e voz à pequenos criadores que ganharam visibilidade e deixaram um legado para que novos pudessem ascender não só na região, mas como no âmbito nacional e internacional. A pandemia fez com que tais artistas tivessem que se adaptar à nova realidade para que se mantivessem presentes no cenário urbano goiano, e a digitalização foi a principal maneira utilizada por tais artistas que, apesar de democratizar a arte e fazer essa ponte entre criador e público, também trouxe diversos problemas como os supracitados. 


A produção cultural goiana.
Foto: Lucas Carilli (show carne doce)

É fundamental que apoiemos nossos artistas, seja divulgando, ouvindo ou adquirindo suas obras, não durante o período pandêmico mas também quando ele passar. Só assim Goiânia e seus artistas terão a visibilidade que merecem e que almejam.

Confira as entrevistas na íntegra. Vale o Clique!






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Editores: Lucas Carilli / Heitor Rocha

Fotografias: Lucas Carilli  / Andressa Carvalho

segunda-feira, 2 de novembro de 2020

Releitura de Monet assinada por Banksy é leiloada por R$ 55 milhões



A obra Show Me The Monet do artista de rua inglês Banksy, que faz uma releitura das famosas nenúfares impressionistas de Claude Monet, foi vendida por 7,6 milhões de libras esterlinas em leilão na Inglaterra. O valor, que equivale a 55 milhões de reais (na cotação atual), estava antes estimado entre 3,5 e 5 milhões de libras e foi negociado em uma guerra de lances de cerca de nove minutos de duração, segundo a galeria inglesa Sotheby’s.

A releitura é a segunda obra mais cara do misterioso artista — a satírica Devolved Parliament, que representa os membros do parlamento britânico como chimpanzés, foi vendida por quase 9,9 milhões de libras em outubro do ano passado – algo em torno de 72 milhões de reais.

Show Me The Monet remonta o cenário da ponte japonesa sobre um lago com lírios d’água, capturada por Monet em jardins de Giverny, mas o polui com carrinhos de compras e um cone de trânsito. A obra integra uma série de quadros nomeada de Crude Oils, na qual Bansky subverte obras de arte canônicas ao seu próprio estilo crítico, como fez com os girassóis de Van Gogh e os solitários de Edward Hopper.

“Sempre presciente como uma voz de protesto e dissidência social, aqui Banksy destaca o desrespeito da sociedade pelo meio ambiente em favor dos excessos perdulários do consumismo”, diz o diretor de arte contemporânea da galeria britânica, Alex Branczik, na ocasião do anúncio do leilão.

Na quarentena, o artista contemporâneo se reinventou, usando das muitas tensões de 2020 como material para suas produções. Além de compartilhar nas redes sociais uma obra feita no banheiro de casa, homenageou os profissionais de saúde com um desenho doado ao Hospital da Universidade de Southampton, no qual mostra um menino brincando com uma enfermeira vestida de super-heroína, enquanto bonecos de ação do Batman e do Homem-Aranha aguardam no cesto ao lado.

Em meio aos protestos contra o racismo que tomaram os Estados Unidos mais cedo neste ano, postou uma bandeira americana pegando fogo, vista por um rosto negro. Escreveu: “Primeiro pensei que deveria ficar calado e apenas ouvir as pessoas negras sobre esse assunto. Mas por que fazer isso? Não é problema deles. É meu.”

Em setembro, o artista que preza pelo anonimato perdeu, justamente por este motivo, os direitos de sua famosa obra em grafite The Flower Thrower, em que um homem com o rosto parcialmente coberto lança um buquê de flores como se fosse um coquetel molotov. A Justiça afirmou que, se não se sabe a verdadeira identidade do artista, logo, não podia garantir seus direitos autorais.

Via Revista Veja