
O que era pra ser mais um post sobre ensino de projeto no curso de arquitetura e urbanismo da UFG, transformou-se em um difícil texto de sair.
Ontem pela manhã fotografei algumas maquetes de estudo na sala 32 do novo edifício da FAV/UFG.
Pensei em fazer um post simples que reforçasse a importância da maquete de estudo para o desenvolvimento do projeto. Coisa que já tinha feito
por aqui.
Natural lembrar do
Nergalan Ribeiro quando vejo uma maquete, sobretudo quando é em ambiente acadêmico. Então pensei em fazer um post e mencionar o Nergalan, talvez provocando uma discussão sobre o ensino de arquitetura e os modelos tridimensionais. Imaginava se daria alguma repercussão e pensei se ele faria algum comentário ácido - característica de seu humor.
Fui seu aluno na década de 1990, acho que por volta de 1992, em um curso de maquetes que ele ofereceu na UCG. Na época a disciplina de Maquetes era optativa e oferecida mais ao final do curso. As aulas eram bacanas e muito divertidas.
Nossos encontros na PUC eram esporádicos, horários malucos, mas as reuniões com ele eram sempre divertidas. As paradas no café também. Um dia ganhei uma carona: estava voltando para casa de bike e o Nergalan me parou no estacionamento e me disse "
que naquele sol eu iria morrer derretido".
Insistiu tanto que achei prudente aceitar a gentileza do colega e coloquei a bicicleta na carroceria de sua camionete e, ele gentil, me deixou na porta de casa.
A última vez que o vi na PUC cobrei dele o lançamento do livro das Crônicas de Marinalva. Um sorriso e uma resposta ácida - indicavam que poderia ser uma ideia interessante, mas nada demais.
Ontem ao chegar em casa por volta das 13h00 recebo a inacreditável notícia de sua morte.
Fiquei - e ainda estou, como todos os que o conheciam - em estado de choque: Pensativo.
Há dias estava querendo perguntar pra ele onde eu poderia encontrar madeira balsa aqui em Goiânia. Ontem - durante a aula pela manhã - ao pensar no post da maquete pensei em dar uma cutucada nele no Facebook, mas como ele já tinha avisado sobre cutucões na rede, pensei que uma mensagem privada fosse mais aconselhável.
Que coisa estranha perder um colega de profissão - arquiteto e professor - de forma tão precoce.
Minha homenagem singela para o professor arquiteto que fazia das maquetes e do ensino sua arquitetura mais genuína.