sábado, 28 de março de 2009

EDUCAÇÃO SUPERIOR EM GOIÁS


Foto: Bráulio Vinícius Ferreira

Na terça feira dia 31 de março, 14 horas - haverá mobilização em prol da UEG e contra uma proposta de emenda constitucional que retrocede a política do ensino superior em Goiás.

Se você é professor ou estudante da UEG mobilize-se para estar lá - vocês conhecem a dura realidade da UEG - que é bem diferente da que é mostrada na TV.

Se você não é estudante e nem professor, mas paga impostos para que sejam aplicados na educação - saiba que os nobres deputados estão querendo reduzir o percentual de repasse financeiro para a UEG.

Só para terem um noção do descaso em relação à UEG a foto acima é do que deveria ser um Centro de Convivência da Unidade de Anápolis - a UNUCET. A estrutura metálica espacial da cobertura - já enferrujada - está lá exposta há anos.

quinta-feira, 26 de março de 2009

NUNCA IMAGINEI

Hoje fui acompanhar a Sayuri em outra apresentação do Hino Nacional Brasileiro. Dessa vez foi a colação de grau da biomedicina da UCG.
Mas o que eu nunca imaginei na vida foi ganhar uma grana tocando gaita. Mas aconteceu. Toquei e saí de lá com um modesto cachê.
Imagina isso?

Prá quem quer ver e ouvir a primeira apresentação da dupla do Hino Nacional acesse o link:
http://www.youtube.com/watch?v=V_hYmy19KQE

Abraços.

TRABALHO DE VISTAS ORTOGRÁFICAS

Olá pessoal do DP1.
O link abaixo é do edital do trabalho lançado hoje, quinta feira dia 25 de março.
http://www.4shared.com/file/95132076/9c5ae4f5/EDITAL_TRABALHO_DE_VISTAS.html

Este aqui é o link do modelo da capa do trabalho:
http://www.4shared.com/file/95134527/b58abd11/CAPA.html

E este último das malhas:
http://www.4shared.com/file/95135113/267fe572/malhas.html

Bom trabalho.

segunda-feira, 23 de março de 2009

"ENTRE VISTA"

"Nois fumo muito pior do que nois semo".
Nivaldo Lancuna
Técnico da Aparecidense em entrevista à equipe do Mané.

sexta-feira, 20 de março de 2009

O DISCURSO DO PARANINFO

Pra quem quiser fazer uma leitura, ou para os que quiserem guardar de lembrança, o discurso da colação de grau da turma de 2008-2 da UEG.

Valeu.
http://www.4shared.com/file/93994468/85a8a045/DISCURSO_FORMATURA_ARQ_20082.html

SAYURI : ARQUITETURA E MÚSICA


Sayuri é dona de uma doce voz.
Além da docura que dá pra ouvir no link, é uma simpatia.

http://www.myspace.com/sayurinozaki

Tive o privilégio de tocar com ela na formatura e agora ouço pela primeira vez suas composições.
Indispensável para quem gosta de boa música.

Vale a pena o click.

sexta-feira, 13 de março de 2009

"PARA NINFO"

Ontem foi a colação de grau de mais uma turma da UEG.
A turma estava muito feliz.
Eu muito mais. Ser convidado para ser paraninfo foi uma honra.
Além do mais tive o prazer de acompanhar a Camila Sayuri no Hino Nacional. Ela violão e voz e eu na minha humilde gaita.
Agradeço a lembrança dos alunos, e desejo sucesso, muitas vitórias.

terça-feira, 3 de março de 2009

REUSO DA ÁGUA

Quinta-feira passada cheguei da UCG louco por um banho.
Mas quis a Saneago negar meu luxo de mais um banho refrescante.

Agoniado, almocei e fui trabalhar no meu "home-office".
O calor era incômodo. Minutos depois uma tempestade é anunciada por trovões e raios bem próximos da minha casa. Desliguei o computador - por segurança, e fui pensar em outras coisas.

A chuva caia forte, e eu agoniado com o calor, já que as esquadrias daqui do meu apartamento foram projetadas para impedir a entrada do ar fresco da chuva. O ar não entrou, mas a água sim - fruto de uma execução mal feita e arranjada.

Fiquei olhando aquela chuva e pensando...puts tanta água e eu com calor.
Não resisti: vesti minha sunga de banho e fui pra sacada.
Obviamente que escolhi uma sacada lateral, já que as frontais são muito expostas, afinal sou louco mas não a ponto de parecer muito louco.

Abri os braços e deixei o jato de água natural me molhar....em segundos estava ensopado e com frio. Lamentei não ter levado o shampoo, o sabonete.

Está aí uma nova modalidade de reuso da água da chuva.
Boa semana a todos.

DEFINIÇÕES INFANTIS

Vale a pena conferir.
http://www.youtube.com/watch?v=9MQjn4ec0mc&NR=1

Abraço.

ESCUTATÓRIA - RUBEM ALVES

Vale a pena ler.

ESCUTATÓRIA
Rubem Alves
Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar. Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória. Mas acho que ninguém vai se matricular.
Escutar é complicado e sutil. Diz o Alberto Caeiro que “não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma“. Filosofia é um monte de idéias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Aí a gente que não é cego abre os olhos. Diante de nós, fora da cabeça, nos campos e matas, estão as árvores e as flores. Ver é colocar dentro da cabeça aquilo que existe fora. O cego não vê porque as janelas dele estão fechadas. O que está fora não consegue entrar. A gente não é cego. As árvores e as flores entram. Mas - coitadinhas delas - entram e caem num mar de idéias. São misturadas nas palavras da filosofia que mora em nós. Perdem a sua simplicidade de existir. Ficam outras coisas. Então, o que vemos não são as árvores e as flores. Para se ver e preciso que a cabeça esteja vazia.
Faz muito tempo, nunca me esqueci. Eu ia de ônibus. Atrás, duas mulheres conversavam. Uma delas contava para a amiga os seus sofrimentos. (Contou-me uma amiga, nordestina, que o jogo que as mulheres do Nordeste gostam de fazer quando conversam umas com as outras é comparar sofrimentos. Quanto maior o sofrimento, mais bonitas são a mulher e a sua vida. Conversar é a arte de produzir-se literariamente como mulher de sofrimentos. Acho que foi lá que a ópera foi inventada. A alma é uma literatura. É nisso que se baseia a psicanálise...) Voltando ao ônibus. Falavam de sofrimentos. Uma delas contava do marido hospitalizado, dos médicos, dos exames complicados, das injeções na veia - a enfermeira nunca acertava -, dos vômitos e das urinas. Era um relato comovente de dor. Até que o relato chegou ao fim, esperando, evidentemente, o aplauso, a admiração, uma palavra de acolhimento na alma da outra que, supostamente, ouvia. Mas o que a sofredora ouviu foi o seguinte: “Mas isso não é nada...“ A segunda iniciou, então, uma história de sofrimentos incomparavelmente mais terríveis e dignos de uma ópera que os sofrimentos da primeira.
Parafraseio o Alberto Caeiro: “Não é bastante ter ouvidos para se ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma.“ Daí a dificuldade: a gente não agüenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor, sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração e precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. No fundo somos todos iguais às duas mulheres do ônibus. Certo estava Lichtenberg - citado por Murilo Mendes: “Há quem não ouça até que lhe cortem as orelhas.“ Nossa incapacidade de ouvir é a manifestação mais constante e sutil da nossa arrogância e vaidade: no fundo, somos os mais bonitos...
Tenho um velho amigo, Jovelino, que se mudou para os Estados Unidos, estimulado pela revolução de 64. Pastor protestante (não “evangélico“), foi trabalhar num programa educacional da Igreja Presbiteriana USA, voltado para minorias. Contou-me de sua experiência com os índios. As reuniões são estranhas. Reunidos os participantes, ninguém fala. Há um longo, longo silêncio. (Os pianistas, antes de iniciar o concerto, diante do piano, ficam assentados em silêncio, como se estivessem orando. Não rezando. Reza é falatório para não ouvir. Orando. Abrindo vazios de silêncio. Expulsando todas as idéias estranhas. Também para se tocar piano é preciso não ter filosofia nenhuma). Todos em silêncio, à espera do pensamento essencial. Aí, de repente, alguém fala. Curto. Todos ouvem. Terminada a fala, novo silêncio. Falar logo em seguida seria um grande desrespeito. Pois o outro falou os seus pensamentos, pensamentos que julgava essenciais. Sendo dele, os pensamentos não são meus. São-me estranhos. Comida que é preciso digerir. Digerir leva tempo. É preciso tempo para entender o que o outro falou. Se falo logo a seguir são duas as possibilidades. Primeira: “Fiquei em silêncio só por delicadeza. Na verdade, não ouvi o que você falou. Enquanto você falava eu pensava nas coisas que eu iria falar quando você terminasse sua (tola) fala. Falo como se você não tivesse falado.“ Segunda: “Ouvi o que você falou. Mas isso que você falou como novidade eu já pensei há muito tempo. É coisa velha para mim. Tanto que nem preciso pensar sobre o que você falou.“ Em ambos os casos estou chamando o outro de tolo. O que é pior que uma bofetada. O longo silêncio quer dizer: “Estou ponderando cuidadosamente tudo aquilo que você falou.“ E assim vai a reunião.
Há grupos religiosos cuja liturgia consiste de silêncio. Faz alguns anos passei uma semana num mosteiro na Suíça, Grand Champs. Eu e algumas outras pessoas ali estávamos para, juntos, escrever um livro. Era uma antiga fazenda. Velhas construções, não me esqueço da água no chafariz onde as pombas vinham beber. Havia uma disciplina de silêncio, não total, mas de uma fala mínima. O que me deu enorme prazer às refeições. Não tinha a obrigação de manter uma conversa com meus vizinhos de mesa. Podia comer pensando na comida. Também para comer é preciso não ter filosofia. Não ter obrigação de falar é uma felicidade. Mas logo fui informado de que parte da disciplina do mosteiro era participar da liturgia três vezes por dia: às 7 da manhã, ao meio-dia e às 6 da tarde. Estremeci de medo. Mas obedeci. O lugar sagrado era um velho celeiro, todo de madeira, teto muito alto. Escuro. Haviam aberto buracos na madeira, ali colocando vidros de várias cores. Era uma atmosfera de luz mortiça, iluminado por algumas velas sobre o altar, uma mesa simples com um ícone oriental de Cristo. Uns poucos bancos arranjados em “U“ definiam um amplo espaço vazio, no centro, onde quem quisesse podia se assentar numa almofada, sobre um tapete. Cheguei alguns minutos antes da hora marcada. Era um grande silêncio. Muito frio, nuvens escuras cobriam o céu e corriam, levadas por um vento impetuoso que descia dos Alpes. A força do vento era tanta que o velho celeiro torcia e rangia, como se fosse um navio de madeira num mar agitado. O vento batia nas macieiras nuas do pomar e o barulho era como o de ondas que se quebram. Estranhei. Os suíços são sempre pontuais. A liturgia não começava. E ninguém tomava providências. Todos continuavam do mesmo jeito, sem nada fazer. Ninguém que se levantasse para dizer: “Meus irmãos, vamos cantar o hino...“ Cinco minutos, dez, quinze. Só depois de vinte minutos é que eu, estúpido, percebi que tudo já se iniciara vinte minutos antes. As pessoas estavam lá para se alimentar de silêncio. E eu comecei a me alimentar de silêncio também. Não basta o silêncio de fora. É preciso silêncio dentro. Ausência de pensamentos. E aí, quando se faz o silêncio dentro, a gente começa a ouvir coisas que não ouvia. Eu comecei a ouvir. Fernando Pessoa conhecia a experiência, e se referia a algo que se ouve nos interstícios das palavras, no lugar onde não há palavras. E música, melodia que não havia e que quando ouvida nos faz chorar. A música acontece no silêncio. É preciso que todos os ruídos cessem. No silêncio, abrem-se as portas de um mundo encantado que mora em nós - como no poema de Mallarmé, A catedral submersa, que Debussy musicou. A alma é uma catedral submersa. No fundo do mar - quem faz mergulho sabe - a boca fica fechada. Somos todos olhos e ouvidos. Me veio agora a idéia de que, talvez, essa seja a essência da experiência religiosa - quando ficamos mudos, sem fala. Aí, livres dos ruídos do falatório e dos saberes da filosofia, ouvimos a melodia que não havia, que de tão linda nos faz chorar. Para mim Deus é isto: a beleza que se ouve no silêncio. Daí a importância de saber ouvir os outros: a beleza mora lá também. Comunhão é quando a beleza do outro e a beleza da gente se juntam num contraponto... (O amor que acende a lua, pág. 65.)
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Fonte: http://rubemalves.locaweb.com.br/hall/wwpct3/newfiles/escutatoria.php